domingo, 28 de novembro de 2010

Passione:'Melhor' novela de Sílvio de Abrêu

Diz Silvio de Abreu


'Novelas de hoje são melhores'
NO AR COM 'PASSIONE', SILVIO DE ABREU FALA A RESPEITO DO SUCESSO DE 'VALE TUDO'
Acompanhando o sucesso da reprise de "Vale Tudo" (1988-1989), no canal a cabo Viva, o autor de "Passione", Silvio de Abreu, não acredita que as novelas do passado sejam melhores que as atuais. "Sou um otimista. Acredito na evolução. A qualidade das produções hoje é muito melhor. Não acho que 'Paraíso Tropical' [2007] seja pior do que 'Vale Tudo'", disse, referindo-se à última trama de Gilberto Braga, que também escreveu "Vale Tudo". "Não penso que 'Rainha da Sucata' [1990] tenha sido melhor que 'Passione'", comparou Silvio de Abreu, autor de ambas as tramas. "Tenho minhas novelas gravadas. Quando me aposentar, vou revê-las."

*Opinião do Hipersessão:

Errou feio o Sílvio de Abrêu na sua avaliação.Mesmo respeitando a opinião dele, e considerando que ele é o pai dessas obras, discordo como telespectador, em absoluto sua afirmação de comparar que Passione é muito superior a Rainha da Sucata.Ao contrário, o texto de Rainha da Sucata é ágil, rico, popular e ao mesmo tempo sofisticado.Foi uma novela que ninguém queria perder.
Passione é uma novela estritamente técnica, mas sem emoção.Os diálogos muito certinhos, mas quadrados e didáticos, embora o autor queira ousar ao abordar temas difíceis, espinhosos, como a avó que tenta explorar a neta de menor, e, é agredida pela outra, que a chama de "velha porca"; ou uma mãe adúltera, que disputa com a filha um  namorado toscano.
A repercussão nem é tanta, fica mais aquele ar de 'boca do lixo', que torna mais chata ainda a novela.
Falando em reação do público, o que interessa saber quem é o assassino da trama?Está bem claro que é o Fred.Aquilo lá, é um exercício para o Gianecchini como ator, um "presente", já que o próprio Sílvio diz que cria os personagens pensando em quem vai interpretá-los.Fred é um vilão modelo, inventado para bajular seu desempenho, sua "evolução" diante das câmeras.
A Bete Gouveia de Fernanda Montenegro é uma mãe de filhos complicados ou de péssimo caráter, que não tem vida afetiva, nem vida social, ela não tem amigas de sua faixa-etária, não sai de casa que não seja para trabalho, e seus maiores diálogos são sobre a empresa com o mocinho-banana Mauro.Tudo na maior formalidade, sem um pingo de naturalidade.
Hoje muitos autores inspirados em roteiros de séries americanas muito bem sucedidas, querem introduzir um enredo eletrizante em suas novelas. É aquela história de dizer, que tudo acontece muito rápido...o Sílvio embarcou nessa, ou acho que inspirou-se também no ótimo desempenho de João Emanuel Carneiro, de quem ele foi supervisor em A Favorita, um grande marco nesse sentido, realizada com muita intuição, e menos padrões de "Como escrever uma novela em três lições".Houve sim, um ponto fraco, que foram as tramas paralelas, que eram pouco presentes.Na época lembro, que o próprio Sílvio de Abrêu comentou que não perdia as desventuras de Donatela e Flora, mas que as tramas paralelas não remetiam as tramas principais.Até aí ele acertou, mas o que dizer agora de suas tramas paralelas?
Passione parece sobre esse aspecto ter sido concebida as pressas, feita nas 'coxas'.Há uma coerência em tudo girar em torno da Bete Gouveia; mas não é demais, não é inverossímil, todo mundo ser parente de todo mundo, todos os crimes, conflitos, romances e promiscuidades serem relacionados exclusivamente ao "RH Gouveia"?"
Tirando a comédia da novela, capitaneado pelo núcleo do Olavo muito bem estruturado, salva-se pouca coisa digerível em Passione, que sem sombra de dúvida é a pior novela de Sílvio de Abrêu; calculada a régua, já que é um romance policial, feita de trás para frente para que no seu último capítulo sejam justificados os 'mistérios' da trama; mas é uma novela fria, insossa, que quer fazer muito barulho por nada.Tanto que sua audiência não reage, seu poder de fogo é brando.
Rainha da Sucata de 20 anos atrás pode não ter tido os mesmos recursos que Passione dispõe hoje, mas era uma história bem mais
elaborada e agradável.
Alguém lembra de Maria do Carmo, Dona Armênia e "suas três filhinhas", Adriana 'A bailarina da coxa grossa', Seu Moreiras, Betinho, Isabelle de Bresson, a "biscatona" Nicinha e a arqui-vilã Laurinha Figueiroa????Tenho certeza que sim.
E quem lembrará anos mais tardes de Totó, Saulo, Noronha, 'Aielo', Diana, Melina, Felícia?Só tipos vazios, irritados e antipáticos.
Só concordo com o Sílvio de Abrêu quando ele fala que Paraíso Tropical equivale a Vale Tudo.
Torço para que depois do remake de Guerra dos Sexos, SA crie uma novela das 8 tão boa quanto Rainha da Sucata, A Próxima Vítima, Torre de Babel e Belíssima!
É esperar pra ver...

*E você, acha que Passione é melhor que as novelas mais antigas?
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2 comentários:

  1. Pois é Breno, a grande verdade é que todo artista considera sua última obra como a melhor de todas, e que nenhum dos trabalhos anteriores foi superior ao atual. E tanto faz se é autor de novelas, ator, cantor, apresentador ou vendedor de cachorro-quente: "O meu último trabalho é sempre o melhor", eles dizem. Pode ser uma estratégia de propaganda para promover a atual novela. Enfim, você nunca verá, por exemplo, Aguinaldo Silva dizer hoje que "Roque Santeiro" ou "Tieta" foram melhores que "Duas Caras", seu último trabalho. Mas quem assiste um pouquinho de TV sabe que isso é a pura verdade. É isso aí, e respondendo à pergunta, não acho "Passione" melhor que as novelas antigas, pois o conteúdo é muito mais importante que os recursos tecnológicos de produção.

    Estou seguindo o blog, e está muito bom, se puder me acompanhe também:

    http://www.rablogbrasil.co.cc

    Abraços

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  2. A novela é só mais uma, dentre tantas porcarias que a Globo tem apresentado. Salvam-se as situações apresentadas por Jéssica (Gabriela Duarte) e o Berilo (Bruno Gagliasso). Diante da ruindade da novela, cheia de gente boazinha demais, eu fico torcendo para o Fred (Reynaldo Gianecchini) "afundar" de vez a RH Gouveia e, no final, ainda conseguir fugir (rico) para um paraíso fiscal.

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