O elenco de "Vidas Sem Rumo": no alto, Patrick Swayze, Matt Dillon e Rob Lowe; embaixo: Emilio Estevez, Ralph Macchio, C. Thomas Howell e Tom Cruise.
Há 26 anos, um grupo de garotos bonitões e rebeldes chamou a atenção no filme "Vidas Sem Rumo", de Francis Ford Coppola. Encabeçando o time estava Patrick Swayze, que na época já tinha 30 anos, mas representou muito bem um jovem de 20 e poucos anos, o irmão mais velho e esperto da turma.
Seu personagem, Darrel Curtis, é descrito no site IMDB como forte e musculoso. Seus olhos pareciam duas pedras de gelo. Era durão, esperto e sabia usar a cabeça. Um verdadeiro líder, seguido pelos rapazes interpretados por Matt Dillon, Ralph Macchio, Rob Lowe, Emilio Estevez, Tom Cruise e C. Thomas Howell
Patrick Swayze
A carreira de Patrick Swayze após "Vidas sem rumo" é recheada de muitos baixos e alguns picos memoráveis. Os dois grandes sucessos da sua vida são "Ghost - Do Outro Lado da Vida" e "Dirty Dancing - Ritmo Quente".
O drama em que faz um fantasma que tenta se comunicar com sua amada, interpretada por Demi Moore, está entre as cem maiores bilheterias do cinema, ocupando a 53º posição. Já "Dirty Dancing" é o filme que fez de Swayze um astro conhecido no mundo todo. Além disso, é referência de moda, dança e cultura pop, sem falar, é claro, de ter emplacado o hit "(I've Had) The Time Of My Life".
Entre outros pontos altos da carreira do ator estão: a aventura surfista "Caçadores de Emoção" (1991), ao lado de Keanu Reeves, e "Para Wong Foo, obrigada por tudo, Julie Newmar" (1995), que lhe deu o prêmio de melhor ator no Globo de Ouro. Seu último filme, "Powder blue" (2009), com Jessica Biel e Ray Liotta, estreou diretamente em DVD no mercado americano em maio. Já fazendo tratamento de quimioterapia, participou ainda de oito episódios da série "The Beast".
Faleceu em 14 de setembo de 2009 em decorrência de um câncer de pâncreas.
Tom Cruise
Em "Vidas Sem Rumo", Tom Cruise tinha o papel de menor destaque, mas, sem dúvida, foi o ator que mais se projetou posteriormente.
Com uma série de escolhas corretas após a chance dada por Coppola, ele se tornou uma das referências dos anos 80. Fez filmes adolescentes como "Negócio Arriscado" (1983) - que possui a cena clássica dele cantando de cueca - e, claro, "Top Gun - Ases Indomáveis" (1986), que marcaria sua carreira para sempre.
Trabalhou também ao lado de nomes consagrados como Martin Scorcese e Paul Newman em "A Cor do Dinheiro" (1986) e Dustin Hoffman em "Rain Man", 1988. A mistura de sucessos de bilheterias e filmes elogiados pela crítica mostrou ser a fórmula certa para o sucesso. No fim dos anos 80, Tom Cruise já era incontestavelmente uma estrela.
Com o rótulo de galã no bolso, era hora de se desconstruir. Tentou ficar feio vivendo um ex-combatente da Guerra do Vietnã em "Nascido em 4 de Julho" (1989) e quase ganhou o Oscar. Depois partiu para projetos ousados como "De Olhos Bem Fechados" (1999), último filme de Stanley Kubrick, e "Magnólia", em que ganhou outra indicação ao Oscar. Mas os momentos corajosos se alternavam sempre com sucessos de bilheteria como "Missão Impossível" (996) e "Entrevista com o Vampiro" (1994).
Nos anos 2000, Tom sofreu com o fantasma de decadência, por conta de seu comportamento estranho e aparições surtadas. O filme "Leões e Cordeiros" (2007) foi um fracasso nos cinemas, mas o sucesso de "Operação Valquíria" (2008), que faturou milhões no mundo todo, parece ter colocado Cruise novamente no topo. Recentemente, ele concordou em fazer a quarta parte de “Missão: Impossível”, que será produzida pelo próprio em parceria com J.J. Abrams.
Matt Dillon
Bonito, talentoso e cheio de estilo, Matt Dillon tinha tudo para se transformar em "o cara" de Hollywood após o sucesso de "Vidas Sem Rumo". Mas o destino - ou o próprio Dillon - não quis que as coisas fossem assim.
Ao rodar "Vidas Sem Rumo", Matt caiu nas graças de Coppola que, quase simultaneamente, deu a ele o papel principal em "O Selvagem da Motocicleta" (1983). No longa, ao contracenar com os "malvadões" Mickey Rourke e Dennis Hopper, o nosso astro em ascenção deve ter descoberto o lado "B" de Hollywood. O fato é que ele nunca mais quis saber de mainstream.
Mas Matt Dillon não entendeu que ser alternativo não significava fazer filmes sem expressão. E os anos 80 seguiram-se terríveis para o galã. Até que um diretor, também outsider, foi resgatá-lo da lama. Gus Van Sant, que mais tarde ganharia o Oscar por dirigir "Gênio Indomável" (1997), chamou o ator para fazer "Drugstore Cowboy", em 1989. O longa sobre drogados assaltantes de farmácia rendeu a Matt o prêmio de melhor ator no Independent Spirit Awards.
Três anos depois, outra cartada certeira com "Vida de Solteiro" (1992). O primeiro sucesso do diretor Cameron Crowe - ex-editor da revista "Rolling Stone" - trazia Dillan como um roqueiro na Seattle grunge do começo dos anos 90. Retrato de uma época com direito a participação de Eddie Vedder (Pearl Jam), Layne Staley (ex-Alice in Chains, morto em 2002), Ben Shepherd (Soundgarden) e outros músicos da cena grunge.
Com a carreira de volta aos trilhos, nos anos 90 e 00, aceitou papéis em filmes mais comerciais como "Quem Vai Ficar com Mary?" (998), "Um Sonho Sem Limites" (1995) e "Garotas Selvagens" (1998).
A grande virada veio mesmo com "Crash- No Limite" (2005). O filme ganhou o Oscar e Dillon recebeu sua primeira indicação, como ator coadjuvante, na maior premiação do cinema. No mesmo ano, teve também a chance de voltar às suas raízes rebeldes interpretando Hank Chinaski, o alterego do escritor Charles Bukowski, em "Factotum". Em 2010, o ator se prepara para filmar "Rio Sex Comedy", comédia que mostra a visão de estrangeiros em relação ao Rio de Janeiro.
Vida após os anos 80?
Se você tiver nascido depois dos anos 80 ou não for fanático por cinema, provavelmente não tem idéia de quem sejam Ralph Macchio, Emilio Estevez, Rob Lowe e C. Thomas Howell.
A verdade é que esses rapazes faziam um tremendo sucesso na década dita perdida, principalmente Rob Lowe. O moreno dos olhos azuis era o sonho de qualquer menina. Hoje, ele continua bonitão mas sua carreira nem tanto. Fez participações em "Austin Powers - Um Agente Nada Secreto (1997) e "Obrigado Por Fumar" (2005). Mas, no momento, tem se destacado na televisão, interpretando o senador Robert McCallister em "Brothers & Sisters".
Mas nem sempre foi assim, essa escassez de papéis. Lowe e também Emilio Estevez eram integrantes do grupo-sensação dos anos 80. Apelidada pelos americanos de "Brat Pack", a turma - que inclui Demi Moore, entre outros - está nos melhores filmes adolescentes da época como "O Primeiro Ano do Resto das Nossas Vidas" (1985) e "O Clube dos Cinco" (1985).
Ralph Macchio é outro aprisionado nos anos 80. A carreira dele se resume a "Karatê Kid". Após o sucesso retumbante do aprendiz de carateca Daniel San em 1984, ele filmou mais duas sequências, sem tanto sucesso e não conseguiu emplacar mais nada de peso. Atualmente, interpreta o policial Archie Rodriguez na série "Ugly Betty”.
Dos sete integrantes da gangue de "Vidas Sem Rumo", o menos conhecido no Brasil é C. Thomas Howell. O ator, que tinha um dos principais papéis no filme de Coppola, teve algum êxito com produções como "A Morte Pede Carona" (1986) e "Amanhecer Violento" (1984). Apesar de ter uma carreira bastante ativa, fazer roteiros e produção, parece que, assim como os outros quatro, não conseguiu repetir o sucesso obtido nos anos 80.
Fonte:EGO
Grande filme. Pena que alguns atores não conseguirem sobreviver aos anos 90.
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