domingo, 30 de maio de 2010

Por onde anda a garota do filme O Exorcista?


“Eu queria ser uma princesa.Queria estar nos filmes da Disney, queria estar em ‘Lassie’ e ‘Flipper’. Não queria ser um monstro”, disse Linda Blair em entrevista, após impressionar como Regan, a menininha possuída pelo demônio em “O Exorcista” (1973).



Escolhida entre 600 candidatas, a atriz levou para toda vida a sina da personagem, para o bem e para o mal: ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante, além de ter sido indicada ao Oscar na mesma categoria.


Mas o que seria uma promissora carreira de atriz acabou degringolando. Logo após o lançamento do filme, Linda recebeu ameaças de morte, o que fez a Warner Brothers contratar policiais para viver com a família Blair por seis meses.


Carreira decadente

“As pessoas não conseguiam me separar do monstro em que me transformei no cinema. Perdi a conta de quantas vezes me pediam para girar minha cabeça”, lamentou Linda, referindo-se à famosa cena do filme. Talvez por estar marcada como a demoníaca Regan, Linda perdeu o papel de Emmeline em “A Lagoa Azul” para Brooke Shields. Ela também foi cotada para viver Iris em “Taxi Driver”, mas quem interpretou – e muito bem – a personagem foi Jodie Foster
A atriz até conseguiu destaque como a adolescente alcoólatra no filme “Sarah T. - Portrait of a Teenage Alcoholic”, de 1975. Mas ao optar por participar da continuação “O Exorcista II: O Herege”, sua carreira ficou definitivamente marcada pelo papel e o gênero. Nos anos 80, Linda Blair atuou em alguns filmes de terror ruins, e foi indicada a pior atriz no prêmio Framboesa de Ouro por bombas como “Noite Infernal” ("Hell Night", de 1981), “Correntes do Inferno” (Chained Heat", de 1983) e “Patrulha noturna” ("Night Patrol", de 1984).


Presa por posse de drogas

A decadência profissional veio junto com um drama pessoal. Antes dos 18 anos, Linda já bebia e usava cocaína. Até que um deslize a levou para a cadeia. Durante uma viagem à Flórida, para o funeral de um dos membros da banda Lynyrd Skynyrd, um dos presentes teriam-na apresentado a traficantes. Linda teria voltado para Connecticut com cocaína, e desde então mantido contato com os vendedores da droga.


A polícia chegou até os traficantes, e Linda foi presa. Em sua defesa, disse que na verdade estava negociando a compra de filhotes. Mas os guardas encontraram anfetaminas em sua bolsa e ela recebeu uma pena de três anos. Linda também se envolveu com o cantor de R&B Rick James, viciado em cocaína, que teria composto para ela o hit "Cold Blooded, em 1983.


A recuperação

Felizmente, dos anos 90 em diante Linda conseguiu se recuperar. Abandonou o vício e passou a se dedicar à causa dos animais. Criou uma fundação, a “The Linda Blair World Heart Foundation”, que cuida do resgate e da adoção de animais, e também é membro da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals). Vegetariana, cria livres no quintal de casa galinhas, cachorros e até cavalos.

Sua vida profissional também entrou em ascensão, mas nunca ao ponto do estrondoso sucesso do início. Participou de “A Repossuída”, sátira a “O Exorcista”, e de “Pânico”, sucesso com Neeve Campbell no papel principal.



Seu último papel de destaque foi uma policial cética na série “Supernatural”, em 2006. “Eles escreveram um episódio especialmente para mim, e não há nenhum demônio nele, o que foi um dos meus pedidos”, contou ela, em entrevista ao TVGuide.com.

Em 2009, Linda apareceu em mais uma sátira a filmes de terror, “Imps (The Immoral Minority Picture Show)”. Apesar da data, o filme foi na verdade rodado em meados dos anos 80.

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