Na série de entrevistas do Melão, depois de Alcides Nogueira, outra amiga querida. Muito jovem, mas já com experiência de veterano, a talentosa Vivian de Oliveira nos conta toda a sua trajetória desde as crônicas que escrevia em Mato Grosso do Sul para o jornal de seu pai até seu trabalho como autora-titular em “A história de Ester”. Apesar de ter trabalhado em outras emissoras, foi na Record que consolidou sua carreira de roteirista, ainda no final dos anos 90 ao assinar a minissérie “Por amor e ódio” e fazer parte da equipe das novelas “Tiro e Queda” e “Estrela de Fogo”. Entre outros assuntos, Vivian também fala um pouco dos autores televisivos que admira e da falta que sente de cursos de roteiro mais instigantes no Brasil. Sempre solícita e generosa, Vivian respondeu às perguntas feitas por este blog e todas as enviadas pelos leitores.
Confiram!
Perguntas do melão:
Inevitável começar com uma pergunta: como tudo começou? Quando você descobriu que tinha jeito pra escrita e que caminhos te levaram a trabalhar com teledramaturgia?
Vivian - Comecei a escrever muito cedo, incentivada pelos meus pais, que são jornalistas. Aos quinze anos, já escrevia crônicas para o jornal do meu pai, em Mato Grosso do Sul. Sempre ia bem nas redações da escola. Era algo que foi acontecendo naturalmente. Entrei para a faculdade de Comunicação Social, na FIAM, São Paulo, para fazer jornalismo. No segundo ano de faculdade, consegui um estágio como redatora do programa “Sinal de Vida”, apresentado por Ronnie Von, na Record, meio que por acaso. Não pensava em escrever para televisão, mas logo me apaixonei. Depois fui convidada para escrever outros programas de linha de show, até que comecei a trabalhar numa produtora de vídeos. Escrevia vídeos de treinamento, de lançamento de produtos, documentários, entre outros tantos. Na época, os orçamentos para esta área eram excelentes. As empresas investiam em vídeos. Foi quando eu comecei a escrever dramaturgia para explicar conteúdos técnicos e abordar temas que seriam maçantes de forma leve e bem humorada. Gostei muito da experiência de criar personagens, tramas, reviravoltas, e descobri que era isso o que queria fazer. Mudei de jornalismo para publicidade no meio da faculdade, porque me identifiquei muito mais com a área de criação do que com o factual das notícias. Depois de formada fui para os Estados Unidos fazer um curso de especialização em roteiro para cinema e TV, na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA). Durante um ano de curso, aprendi mais do que quatro anos de faculdade. Fiquei completamente fascinada com a profissão do roteirista e coloquei na minha cabeça que seria uma contadora de histórias. Meu roteiro de graduação deste curso ficou entre os finalistas de um concurso interno da faculdade e vi que levava jeito para a coisa. Voltei ao Brasil no momento em que a Record estava montando seu núcleo de teledramaturgia, na época sob direção de Atílio Riccó. Mostrei meus textos e fui chamada para ser colaboradora do Ronaldo Ciambroni. Um tempo depois, a Record me pediu uma sinopse para me testar. Eu escrevi a sinopse de um romance policial, que foi muito bem aceita. Era uma história que tinha o tráfico de drogas como pano de fundo. Passei meses indo ao Denarc, em São Paulo, conversando com policiais que eram infiltrados em quadrilhas, conhecendo a rotina de uma delegacia especializada em entorpecentes. Adorava essa parte da pesquisa. Não tinha esperança de que minha sinopse sairia do papel tão cedo, mas houve um problema com uma autora que iria revezar com o Ciambroni e a Record precisava de uma nova sinopse com urgência. A produção já estava montada, com data de estreia e tudo mais. Atílio se lembrou da minha sinopse e me pediu para escrever um capítulo. Escrevi e foi aprovado. Eles me pediram mais dois capítulos. Passei um final de semana em claro escrevendo com um prazo apertadíssimo. Os novos capítulos também foram aprovados e eles me chamaram para escrever a minissérie. Foi uma loucura! Parecia um sonho. Durante um mês não saí de casa. Escrevia dia e noite para dar conta e não tinha colaboradores, nada. Tive que aprender tudo na raça. A Record correu um risco tremendo de apostar numa novata, mas eu acreditava muito que poderia dar certo. E deu. A minissérie intitulada “Por Amor e Ódio” recebeu uma boa crítica na época. Infelizmente, o núcleo de teledramaturgia da Record fechou pouco tempo depois e eu voltei a escrever vídeos e redação de programas para linha de show. Trabalhei em outras emissoras e voltei para a Record anos depois para escrever “Estrela de Fogo” como colaboradora do Yves Dumont. Na verdade, foi uma produção terceirizada pela JPO. A partir daí, vieram outras oportunidades e, aos poucos, fui construindo minha carreira. É uma área muito difícil, cheia de altos e baixos, com poucas oportunidades. Escrevo profissionalmente há 18 anos e só agora surgiu uma grande chance. Mas tudo acontece no tempo certo. Basta acreditar no sonho, ter muita persistência e ir à luta.
Você tem o hábito de assistir a novelas? Quem são seus grandes mestres e o que te inspira em cada um deles?
Vivian - Já fui de assistir mais. Hoje ando tão sem tempo, que não tenho assistido muita coisa. Mesmo assim, sempre dou uma conferida para ver o que está no ar. Tenho vários autores favoritos. Gosto muito do estilo sofisticado e elegante do Gilberto Braga, admiro o humor do Walcyr Carrasco, as personagens inesquecíveis do Aguinaldo Silva (adoro “Senhora do Destino”), as sagas de famílias do Benedito Ruy Barbosa, a mão firme e o texto inteligente do Marcílio Moraes, enfim, tento aprender um pouquinho com cada um. E, claro, o Tiago Santiago foi um grande mestre para mim. Ele apostou no meu talento e me ensinou muito. Gosto da ação que ele coloca em seus textos. Aprendi com o Tiago a ter uma mente de produtor, o que é fundamental para quem escreve como titular. Não basta simplesmente ser criativo e escrever bem para ser autor de novela. Tem que pensar na logística dos cenários, levar em conta os custos de produção, agüentar a pressão, que é tremenda, e por aí vai.
Antes de se tornar autora-titular, você trilhou uma vasta carreira como colaboradora. Qual é o maior desafio dessa função?
Vivian - O maior desafio de um colaborador, na minha opinião, é se adaptar ao estilo do autor. Entender o que ele gosta, como ele escreve, como ele idealiza cada cena, o que ele deseja transmitir. Quando fui colaboradora observava muito o texto do autor, ficava atenta ao que ele mudava nas minhas cenas e ia adaptando o meu estilo ao dele. O bom colaborador é aquele que não se anula, que mantém a sua identidade de certa forma, mas que consegue escrever o mais próximo possível de como o autor titular escreve.
Tive o prazer de conhecer você como auxiliar de Marcílio Moraes na oficina de Telenovela que ele ministrou na Estação das Letras, em 2008. Na ocasião, além de ser revelar uma pessoa doce e simpática, você também se mostrou uma ótima professora. Pensa em ministrar cursos e oficinas? Qual a importância desses cursos na formação do jovem roteirista?
Vivian - Não tenho planos de ministrar cursos. Pelo menos não tão cedo. Acho que preciso de mais experiência para isso. Já dei algumas palestras, o que eu prefiro. Acredito que é fundamental que o jovem roteirista participe de cursos deste tipo para aprender o be a bá, mas escrever mesmo só se aprende com a prática. Sinto falta de cursos de roteiros mais avançados aqui no Brasil. No decorrer da minha carreira, sempre fui sedenta por cursos mais instigantes e não conseguia encontrar. Pelo menos os que eu participei só focavam no roteirista iniciante. Com o tempo fui me desinteressando. O curso que fiz no exterior valeu muito a pena. Li muitos livros também.
Você possui sinopses de histórias próprias? Sente-se preparada para encabeçar uma equipe de novela?
Vivian - Tenho sim, mas a ideia de encabeçar uma novela dá um pouco de frio na barriga. É um trabalho alucinante. Não dá tempo para mais nada. Foi uma correria com uma minissérie de dez capítulos. Uma novela, então, vai ser um ritmo insano. Mas gosto de um bom desafio. Se me chamarem, eu topo, com certeza.
Perguntas dos leitores:
Como era o esquema de trabalho entre você, Luiz Carlos Fusco e o supervisor Yves Dumont em “Tiro e Queda”, novela exibida pela Rede Record em 1999/2000? Vocês aproveitaram muito do original radiofônico de Benjamin Wallace? Gostou de fazer a novela? (Fábio Costa – SP)
Vivian - Fusco era um doce de pessoa. Muito inteligente e sarcástico. O Yves nos dava plena autonomia. Ele confiava que poderíamos fazer um bom trabalho. Basicamente, ele nos dava algumas diretrizes e eu e o Fusco escrevíamos os capítulos alternadamente. O Fusco escrevia um capítulo inteiro, de madrugada, e pela manhã, me passava o capítulo pronto para eu escrever o seguinte. Também escrevia o capítulo inteiro, durante o dia, e devolvia para ele. Não existia escaleta. O Fusco e eu trocávamos ideias por telefone, discutíamos algumas cenas e os detalhes que precisavam aparecer no capítulo. Ele me dava total liberdade para criar. O Yves não intervinha no método de trabalho do Fusco, que era completamente diferente do dele. Yves Dumont já gosta de escrever com escaletas, de forma mais organizada. Ele nos pedia para colocar mais romance aqui, mais ação ali, mas nos deixava livres. Aproveitamos alguma coisa do original, mas não muito. Foi uma delícia escrever a novela, mas a realização foi frustrante. O Fusco criou uma novela que era para ser de humor, irônica, mas foi gravada como se fosse um drama. Aí não funcionou, infelizmente.
Você está na Record desde antes dessa busca da emissora por uma melhor colocação no ibope (é difícil dizer que buscam a liderança, porque a forma como eles trabalham, contraria tal meta). Escreveu inclusive algumas minisséries, como Por Amor e Ódio. Como era o trabalho na Record de antes, com relação a dramaturgia, e como é a Record de agora, com o RecNov e todos os outros investimentos feitos nesse setor. Isso estimula o autor a se empenhar mais? (Duh Secco / Mogi Mirim /SP)
Vivian - A Record atualmente tem uma grande estrutura e investe pesado para criar um núcleo cada vez mais forte. Eu acredito muito na empresa, principalmente, porque acompanhei de perto as outras tentativas de montar um núcleo de teledramaturgia. No começo, na época de “Por Amor e Ódio”, era muito precário. A produção tinha poucos recursos. O resultado deixava muito a desejar. Atualmente, a história é outra. A Record não mede esforços para oferecer um produto de alta qualidade. Com certeza, ver o Recnov crescendo, investindo em profissionais e em tecnologias, construindo estúdios de última geração, criando uma cidade cenográfica e mantendo a promessa de abrir diversas frentes de trabalho é um incentivo e tanto.
Uma pergunta simples, mas que se torna inevitável diante da linha de adaptações que a autora vem realizando: qual a sua fé, a sua crença ou, sendo mais direto, a sua religião? Como ela, de alguma forma, influiu no processo de adaptação de “A História de Ester”? (Vicente)
Vivian - Eu não gosto de religião, mas sou apaixonada por Jesus. Seus ensinamentos de amor, tolerância, humildade e sabedoria são exemplos para todos nós. Freqüento a igreja Batista, mas sou contra a religiosidade que impõe regras e leis. Tenho muita fé em Deus e creio que é Ele que ilumina e guia todos os meus passos. Muitas vezes escrevendo A História de Ester me emocionei com a fé de Hadassa e eu mesma precisei de muita fé e depender somente de Deus para me dar forças. Não foi nada fácil escrever uma minissérie com um filhinho recém nascido. Foi uma luta tremenda e só consegui seguir em frente porque sabia que Deus não ia me desamparar, assim como não desamparou Ester. Mas independente de ser bíblica, A História de Ester é uma trama forte com excelentes elementos dramatúrgicos. É uma grande história que vale a pena ser contada.
Como foi o processo de criação e inserção de personagens fictícios num contexto histórico. Foram personagens que existiram em outros contextos e foram transferidos para a trama histórica? E até que ponto, numa trama histórica, o autor pode se desviar da História? (Glória Pontes / RJ)
Vivian - Para criar os personagens e tramas paralelas da minissérie, eu usei como ponto de partida a própria história de Ester. Criei uma melhor amiga para ela, que é a Ana. Imaginei que ela teria rivais no harém, que é a Tafnes, dei vida para os eunucos do palácio, criei um rapaz judeu que também é apaixonado por Ester, e assim por diante. A Bíblia, por exemplo, diz que Hamã, o grande vilão que odeia os judeus, tem dez filhos. Os nomes desses filhos foram apenas citados. Eu escolhi dois dos nomes mais sonoros, Aridai e Dalfom, e desenvolvi uma história para cada um. Aridai, que é amalequita, filho de Hamã, se apaixona por Ana, judia, inimiga de seu povo. Dalfom é mau caráter e amante de Tafnes. A história bíblica também fala que os eunucos Bigtã e Teres tramaram para matar o rei, mas não falam o que eles fizeram. Eu peguei essa deixa e criei um complô armado por Hamã. Hadassa, que depois vira Ester, é órfã. Só isso é mencionado na Bíblia. Eu peguei essa informação e criei os pais de Hadassa e imaginei como eles devem ter sido mortos. De qualquer forma, em nenhum momento, eu mudei a trama principal de Ester. Tudo o que está na Bíblia também aparece na minissérie. Fui muito fiel neste ponto, apesar de ter usado de licença poética para criar situações e personagens novos.
A Record já tem na fila para produção três minisséries bíblicas. Você não acredita que o investimento nesse filão possa cansar o público? (Duh Secco – Mogi Mirim / SP)
Vivian- Não da forma como a Record vai realizar. As minisséries não serão seguidas. Haverá um intervalo de exibição entre uma e outra.
Você faria uma minissérie sobre Adão e Eva? (Rodrigo Ferraz – SP)
Vivian - E por que não? O que me interessa são as boas histórias, independente se são bíblicas ou não.
Que tipo de limites você impõe a si mesma ao adaptar um texto bíblico que, obviamente, se esgotaria em pouquíssimos capítulos, para fazer alterações, criar tramas, personagens, etc, que não estejam no texto original? Afinal, não estamos falando de um romance qualquer, mas da Bíblia Sagrada, e todas as implicações que isso pode gerar para com os mais puristas... (Vicente)
Vivian - O único limite que eu considerei foi o de criar personagens e tramas que não comprometessem o texto original. Fui bastante fiel à história da judia Ester. Realmente não teria condições de escrever dez capítulos em cima apenas da história bíblica. Tudo o que foi criado era para sustentar a trama principal.
A Record divulgou que seu próximo trabalho será uma adaptação da “História do Rei Davi”. Confesso a você que, ao mesmo tempo em que fiquei feliz, foi inevitável sentir uma pontinha de ciúmes, já que Davi é o meu personagem preferido do Velho Testamento. Mas não me refiro propriamente ao Davi feito Rei de Israel. Mas sim ao jovem Davi, o pastor de ovelhas ungido como futuro Rei pelo Profeta Samuel, a famosa batalha do menino ruivo e franzino contra o gigante Golias e o início de sua trajetória, quando era ainda um adolescente de aproximadamente quinze anos e foi levado pelo Rei Saul, impressionado com sua coragem durante a batalha, para viver no palácio real. No Primeiro livro de Samuel, onde essa história nos é contada, pouco se detalha do processo de adaptação do jovem camponês acostumado a cuidar das ovelhas de seu pai aos hábitos do palácio, das saudades de casa, dos primeiros passos de Davi nas artes da Guerra quando, acredito eu, tenha sido pacientemente ensinado por seu novo e melhor amigo Jonatas, e ainda do amor platônico que Mical, filha do Rei Saul sentia pelo jovem Davi, aquele garoto que passava a circular pelo mesmo palácio que ela, a quem amava às escondidas, mesmo sendo ele um prometido por seu pai para esposar sua irmã, como prêmio por derrotar Golias... Fatos apenas levemente citados ou deduzidos quando lemos na Bíblia, mas que, acredito eu, renderiam histórias saborosas, principalmente se pensarmos que falar do futuro Monarca Davi, sem contar que essas histórias aconteceram no período governado por seu antecessor, o Rei Saul, seria no mínimo esvaziar dois personagens tão ricos, que virão a se enfrentar por anos a fio. Toda essa introdução, na verdade, é para chegar a uma pergunta a mim muito significativa: Em sua adaptação você pretende trabalhar também em cima dessa fase do personagem ou começar já falando do Davi adulto, em suas rivalidades com Saul? Se for essa a sua intenção, o que acha de voltar um pouquinho no tempo e trabalhar alguns capítulos em cima da história do jovem Davi? Ousaria até mesmo a sugerir o nome de um jovem ator que, na minha opinião seria perfeito para viver o personagem ainda nesta fase: o ator João Vithor Oliveira, que viveu o Rafinha de “Chamas da Vida”. Acho que além de talentosíssimo, possui o tipo físico perfeito para o personagem - não é jabá, eu não o conheço! rss. Me perdoe, Vivian, por tanta audácia, mas não pude resistir diante da oportunidade oferecida pelo “Melão” e, como já disse, por se tratar de uma história que tanto me fascina. Aliás, já que é moda na Record que os títulos dos programas sejam escolhidos por terceiros vai aí mais uma sugestão: por que não chamá-la de “A Estrela de Davi” ao invés de “A História de Davi”? No mínimo soaria mais poético. Não acha?
E os salmos compostos por Davi? Será que teremos a primeira minissérie da Record com um viés musical? (Vicente)
Vivian - Você tem toda razão, Vicente. Não poderia contar a história deste personagem maravilhoso sem mostrar Davi quando era jovem. Fiquei impressionada como você conhece bem a história deste grande rei. Será uma minissérie mais longa do que foi Ester. Terei tempo para abordar as diversas fases pelas quais ele passou. Gostei da sugestão do ator João Vithor, mas infelizmente, ele está na Globo. Também adorei o título “A Estrela de Davi”, mas este nome já foi registrado por outra pessoa. Não poderei usá-lo. E com certeza vou usar os salmos no decorrer de toda a minissérie. Davi é um personagem fascinante e complexo. Pretendo mostrar todas as facetas deste guerreiro sanguinário, que ao mesmo tempo era poeta, músico e foi chamado como o homem segundo o coração de Deus. Será um desafio ainda maior, mas estou bastante animada. Espero que goste da adaptação.
Fonte:Blog Eu Prefiro Melão Acesse:http://www.euprefiromelao.blogspot.com
Confiram!
Perguntas do melão:
Inevitável começar com uma pergunta: como tudo começou? Quando você descobriu que tinha jeito pra escrita e que caminhos te levaram a trabalhar com teledramaturgia?
Vivian - Comecei a escrever muito cedo, incentivada pelos meus pais, que são jornalistas. Aos quinze anos, já escrevia crônicas para o jornal do meu pai, em Mato Grosso do Sul. Sempre ia bem nas redações da escola. Era algo que foi acontecendo naturalmente. Entrei para a faculdade de Comunicação Social, na FIAM, São Paulo, para fazer jornalismo. No segundo ano de faculdade, consegui um estágio como redatora do programa “Sinal de Vida”, apresentado por Ronnie Von, na Record, meio que por acaso. Não pensava em escrever para televisão, mas logo me apaixonei. Depois fui convidada para escrever outros programas de linha de show, até que comecei a trabalhar numa produtora de vídeos. Escrevia vídeos de treinamento, de lançamento de produtos, documentários, entre outros tantos. Na época, os orçamentos para esta área eram excelentes. As empresas investiam em vídeos. Foi quando eu comecei a escrever dramaturgia para explicar conteúdos técnicos e abordar temas que seriam maçantes de forma leve e bem humorada. Gostei muito da experiência de criar personagens, tramas, reviravoltas, e descobri que era isso o que queria fazer. Mudei de jornalismo para publicidade no meio da faculdade, porque me identifiquei muito mais com a área de criação do que com o factual das notícias. Depois de formada fui para os Estados Unidos fazer um curso de especialização em roteiro para cinema e TV, na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA). Durante um ano de curso, aprendi mais do que quatro anos de faculdade. Fiquei completamente fascinada com a profissão do roteirista e coloquei na minha cabeça que seria uma contadora de histórias. Meu roteiro de graduação deste curso ficou entre os finalistas de um concurso interno da faculdade e vi que levava jeito para a coisa. Voltei ao Brasil no momento em que a Record estava montando seu núcleo de teledramaturgia, na época sob direção de Atílio Riccó. Mostrei meus textos e fui chamada para ser colaboradora do Ronaldo Ciambroni. Um tempo depois, a Record me pediu uma sinopse para me testar. Eu escrevi a sinopse de um romance policial, que foi muito bem aceita. Era uma história que tinha o tráfico de drogas como pano de fundo. Passei meses indo ao Denarc, em São Paulo, conversando com policiais que eram infiltrados em quadrilhas, conhecendo a rotina de uma delegacia especializada em entorpecentes. Adorava essa parte da pesquisa. Não tinha esperança de que minha sinopse sairia do papel tão cedo, mas houve um problema com uma autora que iria revezar com o Ciambroni e a Record precisava de uma nova sinopse com urgência. A produção já estava montada, com data de estreia e tudo mais. Atílio se lembrou da minha sinopse e me pediu para escrever um capítulo. Escrevi e foi aprovado. Eles me pediram mais dois capítulos. Passei um final de semana em claro escrevendo com um prazo apertadíssimo. Os novos capítulos também foram aprovados e eles me chamaram para escrever a minissérie. Foi uma loucura! Parecia um sonho. Durante um mês não saí de casa. Escrevia dia e noite para dar conta e não tinha colaboradores, nada. Tive que aprender tudo na raça. A Record correu um risco tremendo de apostar numa novata, mas eu acreditava muito que poderia dar certo. E deu. A minissérie intitulada “Por Amor e Ódio” recebeu uma boa crítica na época. Infelizmente, o núcleo de teledramaturgia da Record fechou pouco tempo depois e eu voltei a escrever vídeos e redação de programas para linha de show. Trabalhei em outras emissoras e voltei para a Record anos depois para escrever “Estrela de Fogo” como colaboradora do Yves Dumont. Na verdade, foi uma produção terceirizada pela JPO. A partir daí, vieram outras oportunidades e, aos poucos, fui construindo minha carreira. É uma área muito difícil, cheia de altos e baixos, com poucas oportunidades. Escrevo profissionalmente há 18 anos e só agora surgiu uma grande chance. Mas tudo acontece no tempo certo. Basta acreditar no sonho, ter muita persistência e ir à luta.
Você tem o hábito de assistir a novelas? Quem são seus grandes mestres e o que te inspira em cada um deles?
Vivian - Já fui de assistir mais. Hoje ando tão sem tempo, que não tenho assistido muita coisa. Mesmo assim, sempre dou uma conferida para ver o que está no ar. Tenho vários autores favoritos. Gosto muito do estilo sofisticado e elegante do Gilberto Braga, admiro o humor do Walcyr Carrasco, as personagens inesquecíveis do Aguinaldo Silva (adoro “Senhora do Destino”), as sagas de famílias do Benedito Ruy Barbosa, a mão firme e o texto inteligente do Marcílio Moraes, enfim, tento aprender um pouquinho com cada um. E, claro, o Tiago Santiago foi um grande mestre para mim. Ele apostou no meu talento e me ensinou muito. Gosto da ação que ele coloca em seus textos. Aprendi com o Tiago a ter uma mente de produtor, o que é fundamental para quem escreve como titular. Não basta simplesmente ser criativo e escrever bem para ser autor de novela. Tem que pensar na logística dos cenários, levar em conta os custos de produção, agüentar a pressão, que é tremenda, e por aí vai.
Antes de se tornar autora-titular, você trilhou uma vasta carreira como colaboradora. Qual é o maior desafio dessa função?
Vivian - O maior desafio de um colaborador, na minha opinião, é se adaptar ao estilo do autor. Entender o que ele gosta, como ele escreve, como ele idealiza cada cena, o que ele deseja transmitir. Quando fui colaboradora observava muito o texto do autor, ficava atenta ao que ele mudava nas minhas cenas e ia adaptando o meu estilo ao dele. O bom colaborador é aquele que não se anula, que mantém a sua identidade de certa forma, mas que consegue escrever o mais próximo possível de como o autor titular escreve.
Tive o prazer de conhecer você como auxiliar de Marcílio Moraes na oficina de Telenovela que ele ministrou na Estação das Letras, em 2008. Na ocasião, além de ser revelar uma pessoa doce e simpática, você também se mostrou uma ótima professora. Pensa em ministrar cursos e oficinas? Qual a importância desses cursos na formação do jovem roteirista?
Vivian - Não tenho planos de ministrar cursos. Pelo menos não tão cedo. Acho que preciso de mais experiência para isso. Já dei algumas palestras, o que eu prefiro. Acredito que é fundamental que o jovem roteirista participe de cursos deste tipo para aprender o be a bá, mas escrever mesmo só se aprende com a prática. Sinto falta de cursos de roteiros mais avançados aqui no Brasil. No decorrer da minha carreira, sempre fui sedenta por cursos mais instigantes e não conseguia encontrar. Pelo menos os que eu participei só focavam no roteirista iniciante. Com o tempo fui me desinteressando. O curso que fiz no exterior valeu muito a pena. Li muitos livros também.
Você possui sinopses de histórias próprias? Sente-se preparada para encabeçar uma equipe de novela?
Vivian - Tenho sim, mas a ideia de encabeçar uma novela dá um pouco de frio na barriga. É um trabalho alucinante. Não dá tempo para mais nada. Foi uma correria com uma minissérie de dez capítulos. Uma novela, então, vai ser um ritmo insano. Mas gosto de um bom desafio. Se me chamarem, eu topo, com certeza.
Perguntas dos leitores:
Como era o esquema de trabalho entre você, Luiz Carlos Fusco e o supervisor Yves Dumont em “Tiro e Queda”, novela exibida pela Rede Record em 1999/2000? Vocês aproveitaram muito do original radiofônico de Benjamin Wallace? Gostou de fazer a novela? (Fábio Costa – SP)
Vivian - Fusco era um doce de pessoa. Muito inteligente e sarcástico. O Yves nos dava plena autonomia. Ele confiava que poderíamos fazer um bom trabalho. Basicamente, ele nos dava algumas diretrizes e eu e o Fusco escrevíamos os capítulos alternadamente. O Fusco escrevia um capítulo inteiro, de madrugada, e pela manhã, me passava o capítulo pronto para eu escrever o seguinte. Também escrevia o capítulo inteiro, durante o dia, e devolvia para ele. Não existia escaleta. O Fusco e eu trocávamos ideias por telefone, discutíamos algumas cenas e os detalhes que precisavam aparecer no capítulo. Ele me dava total liberdade para criar. O Yves não intervinha no método de trabalho do Fusco, que era completamente diferente do dele. Yves Dumont já gosta de escrever com escaletas, de forma mais organizada. Ele nos pedia para colocar mais romance aqui, mais ação ali, mas nos deixava livres. Aproveitamos alguma coisa do original, mas não muito. Foi uma delícia escrever a novela, mas a realização foi frustrante. O Fusco criou uma novela que era para ser de humor, irônica, mas foi gravada como se fosse um drama. Aí não funcionou, infelizmente.
Você está na Record desde antes dessa busca da emissora por uma melhor colocação no ibope (é difícil dizer que buscam a liderança, porque a forma como eles trabalham, contraria tal meta). Escreveu inclusive algumas minisséries, como Por Amor e Ódio. Como era o trabalho na Record de antes, com relação a dramaturgia, e como é a Record de agora, com o RecNov e todos os outros investimentos feitos nesse setor. Isso estimula o autor a se empenhar mais? (Duh Secco / Mogi Mirim /SP)
Vivian - A Record atualmente tem uma grande estrutura e investe pesado para criar um núcleo cada vez mais forte. Eu acredito muito na empresa, principalmente, porque acompanhei de perto as outras tentativas de montar um núcleo de teledramaturgia. No começo, na época de “Por Amor e Ódio”, era muito precário. A produção tinha poucos recursos. O resultado deixava muito a desejar. Atualmente, a história é outra. A Record não mede esforços para oferecer um produto de alta qualidade. Com certeza, ver o Recnov crescendo, investindo em profissionais e em tecnologias, construindo estúdios de última geração, criando uma cidade cenográfica e mantendo a promessa de abrir diversas frentes de trabalho é um incentivo e tanto.
Uma pergunta simples, mas que se torna inevitável diante da linha de adaptações que a autora vem realizando: qual a sua fé, a sua crença ou, sendo mais direto, a sua religião? Como ela, de alguma forma, influiu no processo de adaptação de “A História de Ester”? (Vicente)
Vivian - Eu não gosto de religião, mas sou apaixonada por Jesus. Seus ensinamentos de amor, tolerância, humildade e sabedoria são exemplos para todos nós. Freqüento a igreja Batista, mas sou contra a religiosidade que impõe regras e leis. Tenho muita fé em Deus e creio que é Ele que ilumina e guia todos os meus passos. Muitas vezes escrevendo A História de Ester me emocionei com a fé de Hadassa e eu mesma precisei de muita fé e depender somente de Deus para me dar forças. Não foi nada fácil escrever uma minissérie com um filhinho recém nascido. Foi uma luta tremenda e só consegui seguir em frente porque sabia que Deus não ia me desamparar, assim como não desamparou Ester. Mas independente de ser bíblica, A História de Ester é uma trama forte com excelentes elementos dramatúrgicos. É uma grande história que vale a pena ser contada.
Como foi o processo de criação e inserção de personagens fictícios num contexto histórico. Foram personagens que existiram em outros contextos e foram transferidos para a trama histórica? E até que ponto, numa trama histórica, o autor pode se desviar da História? (Glória Pontes / RJ)
Vivian - Para criar os personagens e tramas paralelas da minissérie, eu usei como ponto de partida a própria história de Ester. Criei uma melhor amiga para ela, que é a Ana. Imaginei que ela teria rivais no harém, que é a Tafnes, dei vida para os eunucos do palácio, criei um rapaz judeu que também é apaixonado por Ester, e assim por diante. A Bíblia, por exemplo, diz que Hamã, o grande vilão que odeia os judeus, tem dez filhos. Os nomes desses filhos foram apenas citados. Eu escolhi dois dos nomes mais sonoros, Aridai e Dalfom, e desenvolvi uma história para cada um. Aridai, que é amalequita, filho de Hamã, se apaixona por Ana, judia, inimiga de seu povo. Dalfom é mau caráter e amante de Tafnes. A história bíblica também fala que os eunucos Bigtã e Teres tramaram para matar o rei, mas não falam o que eles fizeram. Eu peguei essa deixa e criei um complô armado por Hamã. Hadassa, que depois vira Ester, é órfã. Só isso é mencionado na Bíblia. Eu peguei essa informação e criei os pais de Hadassa e imaginei como eles devem ter sido mortos. De qualquer forma, em nenhum momento, eu mudei a trama principal de Ester. Tudo o que está na Bíblia também aparece na minissérie. Fui muito fiel neste ponto, apesar de ter usado de licença poética para criar situações e personagens novos.
A Record já tem na fila para produção três minisséries bíblicas. Você não acredita que o investimento nesse filão possa cansar o público? (Duh Secco – Mogi Mirim / SP)
Vivian- Não da forma como a Record vai realizar. As minisséries não serão seguidas. Haverá um intervalo de exibição entre uma e outra.
Você faria uma minissérie sobre Adão e Eva? (Rodrigo Ferraz – SP)
Vivian - E por que não? O que me interessa são as boas histórias, independente se são bíblicas ou não.
Que tipo de limites você impõe a si mesma ao adaptar um texto bíblico que, obviamente, se esgotaria em pouquíssimos capítulos, para fazer alterações, criar tramas, personagens, etc, que não estejam no texto original? Afinal, não estamos falando de um romance qualquer, mas da Bíblia Sagrada, e todas as implicações que isso pode gerar para com os mais puristas... (Vicente)
Vivian - O único limite que eu considerei foi o de criar personagens e tramas que não comprometessem o texto original. Fui bastante fiel à história da judia Ester. Realmente não teria condições de escrever dez capítulos em cima apenas da história bíblica. Tudo o que foi criado era para sustentar a trama principal.
A Record divulgou que seu próximo trabalho será uma adaptação da “História do Rei Davi”. Confesso a você que, ao mesmo tempo em que fiquei feliz, foi inevitável sentir uma pontinha de ciúmes, já que Davi é o meu personagem preferido do Velho Testamento. Mas não me refiro propriamente ao Davi feito Rei de Israel. Mas sim ao jovem Davi, o pastor de ovelhas ungido como futuro Rei pelo Profeta Samuel, a famosa batalha do menino ruivo e franzino contra o gigante Golias e o início de sua trajetória, quando era ainda um adolescente de aproximadamente quinze anos e foi levado pelo Rei Saul, impressionado com sua coragem durante a batalha, para viver no palácio real. No Primeiro livro de Samuel, onde essa história nos é contada, pouco se detalha do processo de adaptação do jovem camponês acostumado a cuidar das ovelhas de seu pai aos hábitos do palácio, das saudades de casa, dos primeiros passos de Davi nas artes da Guerra quando, acredito eu, tenha sido pacientemente ensinado por seu novo e melhor amigo Jonatas, e ainda do amor platônico que Mical, filha do Rei Saul sentia pelo jovem Davi, aquele garoto que passava a circular pelo mesmo palácio que ela, a quem amava às escondidas, mesmo sendo ele um prometido por seu pai para esposar sua irmã, como prêmio por derrotar Golias... Fatos apenas levemente citados ou deduzidos quando lemos na Bíblia, mas que, acredito eu, renderiam histórias saborosas, principalmente se pensarmos que falar do futuro Monarca Davi, sem contar que essas histórias aconteceram no período governado por seu antecessor, o Rei Saul, seria no mínimo esvaziar dois personagens tão ricos, que virão a se enfrentar por anos a fio. Toda essa introdução, na verdade, é para chegar a uma pergunta a mim muito significativa: Em sua adaptação você pretende trabalhar também em cima dessa fase do personagem ou começar já falando do Davi adulto, em suas rivalidades com Saul? Se for essa a sua intenção, o que acha de voltar um pouquinho no tempo e trabalhar alguns capítulos em cima da história do jovem Davi? Ousaria até mesmo a sugerir o nome de um jovem ator que, na minha opinião seria perfeito para viver o personagem ainda nesta fase: o ator João Vithor Oliveira, que viveu o Rafinha de “Chamas da Vida”. Acho que além de talentosíssimo, possui o tipo físico perfeito para o personagem - não é jabá, eu não o conheço! rss. Me perdoe, Vivian, por tanta audácia, mas não pude resistir diante da oportunidade oferecida pelo “Melão” e, como já disse, por se tratar de uma história que tanto me fascina. Aliás, já que é moda na Record que os títulos dos programas sejam escolhidos por terceiros vai aí mais uma sugestão: por que não chamá-la de “A Estrela de Davi” ao invés de “A História de Davi”? No mínimo soaria mais poético. Não acha?
E os salmos compostos por Davi? Será que teremos a primeira minissérie da Record com um viés musical? (Vicente)
Vivian - Você tem toda razão, Vicente. Não poderia contar a história deste personagem maravilhoso sem mostrar Davi quando era jovem. Fiquei impressionada como você conhece bem a história deste grande rei. Será uma minissérie mais longa do que foi Ester. Terei tempo para abordar as diversas fases pelas quais ele passou. Gostei da sugestão do ator João Vithor, mas infelizmente, ele está na Globo. Também adorei o título “A Estrela de Davi”, mas este nome já foi registrado por outra pessoa. Não poderei usá-lo. E com certeza vou usar os salmos no decorrer de toda a minissérie. Davi é um personagem fascinante e complexo. Pretendo mostrar todas as facetas deste guerreiro sanguinário, que ao mesmo tempo era poeta, músico e foi chamado como o homem segundo o coração de Deus. Será um desafio ainda maior, mas estou bastante animada. Espero que goste da adaptação.
Fonte:Blog Eu Prefiro Melão Acesse:http://www.euprefiromelao.blogspot.com
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ResponderExcluirSobre a minisseria Rei Davi é uma pena que não usem o nome de Deus Jeová, isso faz com que se perde o brilho da história pois o nome Jeova era o que distinguia os israelitas das outras nações. É uma pena que citam o nomes proprios dos deuses falsos e ocultam o nome proprio do Deus Altissimo Jeova.
ResponderExcluirSem nenhuma sombra de inveja a Vivian é o máximo umas das escritoras que comoveu com excelentes trabalhos a história de Ester marcou muito, e o rei Davi agora arrebentou com José do Egito mas pessoal tem eu aqui que tenho dramaturgias correndo nas veias e bem latente onde estão patrocínios ou apenas um toque??? nada de criticar quem tem um ensinamento avançado e a Vivian ela mostra a verdade da bíblia sagrada isto é real desde dos mais remotos passados já existiam deuses falsos a cobra que mandou a Eva contaminar a Adão já era um deus contrário e muito falso quem sabe! sabe e faz o que Deus manda não vamos falar de dor de cotovelo a autora é ótima excelente pronto acabou quem entende sabe o que estou escrevendo ou melhor dizendo na escrita.UM Forte Abraço e parabéns a Vivian de Oliveira magnífica escritora.
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