sábado, 30 de outubro de 2010

Prédio desaba no Estácio, Rio de Janeiro


Um prédio de três andares desabou por volta das 7h deste sábado na rua Laura de Araújo, no Estácio, centro do Rio. No local moravam cinco famílias. Por volta das 11h, equipes de quatro batalhões do Corpo de Bombeiros faziam buscas nos escombros.

Outras 15 pessoas foram retiradas do local com vida e encaminhadas a hospitais da região.
O prédio que desabou tinha três andares e ficava na rua Laura Araújo, na Cidade Nova, área com várias edificações antigas. No térreo, funcionava uma oficina mecânica. Segundo o relato de vizinhos, moravam ali cerca de 30 pessoas.

O Corpo de Bombeiros recebeu a primeira chamada às 7h. No momento, 60 homens de quatro batalhões (Central, São Cristóvão, Catete e Vila Isabel) trabalham no resgate. “Estamos usando desde colher de pedreiro, até grandes máquinas”, afirmou o coronel Pedro Machado, do Corpo de Bombeiros, que está comandando os trabalhos no local.


Os bombeiros trabalhavam com a hipótese de haver mais de dez pessoas sob os escombros. No entanto, após alguns dos moradores terem aparecido, as equipes procuram apenas por uma moradora de 44 anos, conhecida como Dona Antônia, mas não descartam a possibilidade de outras vítimas.


Também estão no local equipes da Polícia Militar, Conlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) e das secretarias de Assistência Social, Habitação e Defesa Civil. De acordo o coronel Machado, a velocidade dos trabalhos de busca tende a aumentar, mas a situação não está boa.


“Tudo leva a crer que implodiu. É difícil ter sobrevivente, mas a esperança é a última que morre”, afirmou o coronel. Segundo ele, dependendo das condições, uma pessoa pode ficar sob escombros até três dias.


Ainda não se sabe quais foram as causas do desabamento. Segundo o coronel, o desabamento até pode ter sido causado por uma explosão de gás ou por problemas estruturais do edifício, mas ele acredita mais na possibilidade de falhas estruturais.


Por sua vez, o secretário estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, afastou a possibilidade de o desabamento de um prédio no centro do Rio de Janeiro na manhã deste sábado (30) tenha sido causado por uma explosão de gás. Isso porque, segundo ele, nenhum morador relatou ter ouvido qualquer estrondo ou explosão.


Para o secretário, o desabamento deve ter sido causado por problemas estruturais, já que o prédio é muito atingido. “O problema são obras as não autorizadas. As pessoas não têm noção do que são prédios antigos, onde as paredes funcionam como estrutura. Imagina um castelo de cartas. São obras que tem pouca profundidade”, disse Cortes.


Vizinho se refugia em quarto
O auxiliar de cozinha e garçom Rodrigo Cardeal da Silva, 27, mora há dez anos no prédio vizinho, que também desabou parcialmente. Segundo ele, o desabamento ocorreu entre 6h e 6h30 da manhã e durou menos de um minuto.
Silva afirmou que tentou sair do prédio onde mora, mas depois que tudo começar a cair no prédio vizinho, ele teve que voltar e se refugiar em seu quarto. “Saí por um buraco pequeno. Só consegui sair por cima dos escombros”, diz.


O auxiliar afirmou ainda que os trabalhadores da oficina que funcionava no edifício começaram a gritar e alertar as pessoas para que saíssem do edifício. De acordo com ele, entre as vítimas está uma senhora que voltou para tentar buscar os documentos, mas foi atingida por uma pedra e acabou morrendo.

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