O melhor de “Insensato coração” até agora é de longe a sua trama central, envolvendo Norma (Glória Pires) e Leo (Gabriel Braga Nunes). Não apenas pela ótima história, um novelão clássico, a da mulher ingênua que, apaixonada, cai no papo de um cafajeste cheio de lábia. Quando se dá conta do golpe, já era. Mais adiante, volta fortalecida e transformada para uma desforra. Tudo neste núcleo é feliz: o trabalho de altíssima qualidade dos atores; a direção acertada de Dennis Carvalho; a iluminação, ao atribuir um certo ar soturno e de mistério à casa de Silveira (Hugo Carvana); e finalmente a cenografia e produção de arte, que para carregar o espectador para um ambiente crível e ainda assim com uma atmosfera própria, sem nenhum clichê.
Eu quero muito ver a vingança de Norma. Aposto que ela será cheia de lances surpreendentes. É verdade que o público conhece a trama da incauta que se transforma numa criatura vingativa e aguerrida. Mas o folhetim clássico sempre interessa. É necessário apenas ousar um pouco na narrativa para sempre poder lançar mão do velho enredo com princesas e príncipes.
É apenas uma questão de transformar um pouquinho o dragão. E ninguém duvida que de príncipes, princesas e dragões Gilberto Braga e Ricardo Linhares entendem tudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário