“Passione” e a crise da televisão
“Passione” está longe de atingir bons índices no Ibope. Baixa audiência do principal programa de milhões de telespectadores brasileiros evidencia o crescente desafio da televisão para se manter relevante.
Segundo levantamento do jornal Agora São Paulo, em seus 30 primeiros capítulos, “Passione” não teve um bom desempenho no Ibope da Grande São Paulo, se comparado com os das tramas antecessoras no horário. No período, a novela de Silvio de Abreu marcou 31,5 pontos. No mês de estreia, “Viver a Vida” registrou 36,4 pontos, “Caminho das Índias”, atingiu 34,1 e “A Favorita” assinalou 35,2.
Se voltarmos apenas cinco anos no tempo, a crise de audiência da principal novela da Globo salta aos olhos. Em 2005, “Belíssima”, última trama escrita por Silvio de Abreu para o horário nobre, teve 47,1 pontos no seu primeiro mês, índice muito superior aos atuais.
Apesar de estar longe dos 40 pontos que a Globo deseja, “Passione” mantém a liderança com folga no horário. Além disso, a emissora confia em uma reviravolta nos números. A trama de Silvio de Abreu ficará em exibição por oito meses, assim como “Viver a Vida” e “Caminho das Índias”. Será substituída por “Insensato Coração”, escrita por Gilberto Braga e Ricardo Linhares, apenas em janeiro de 2011.
A aposta da Globo não é à toa. A trama de Silvio de Abreu tem potencial. Em apenas um mês, é mais movimentada do que a bocejante “Viver a Vida”. Os próximos capítulos reservam consumo de anfetaminas, cenas de sexo e insinuação de abuso de menores.
Mesmo assim, a emissora está ciente do crescente desafio frente às novas plataformas de distribuição de conteúdo, como computadores e celulares. “A gente já sabe há algum tempo que a TV aberta está mudando de natureza, está perdendo o monopólio do conteúdo”, afirmou Luiz Gleiser, diretor da Globo, sobre a queda de audiência. A declaração foi dada há uma semana, durante debate no Fórum Brasil, evento dedicado à programação de televisão.
Para não perder importância diante da internet, a emissora investe em transmídia. Além de oferecer informações sobre a trama e seus personagens, o site oficial de “Passione” convida o internauta para viver uma série de experiências.
Durante a exibição de cada capítulo da novela, as mensagens publicadas no Twitter com a tag #passione aparecem no site da novela. Na internet também é possível assistir a cenas inéditas na televisão. Os vídeos são uma experiência estendida de “Passione”. Atores e atrizes gravam monólogos nos quais seus personagens comentam sobre o que está acontecendo na trama.
Envolver o público é uma das saídas encontradas pela televisão para não perder seu espaço para a internet. Contudo, é insuficiente. Trata-se apenas de uma ilusão. A tecnologia oferece novos recursos para o telespectador, mas nenhum deles permite a descentralização do controle sobre a televisão. Enquanto isso, a internet é uma experiência conjunta e comunitária de criação. A televisão vai morrer? Não. O cinema, o rádio e a mídia impressa sobrevivem. A duras penas, mas sobrevivem.
“Passione” está longe de atingir bons índices no Ibope. Baixa audiência do principal programa de milhões de telespectadores brasileiros evidencia o crescente desafio da televisão para se manter relevante.
Segundo levantamento do jornal Agora São Paulo, em seus 30 primeiros capítulos, “Passione” não teve um bom desempenho no Ibope da Grande São Paulo, se comparado com os das tramas antecessoras no horário. No período, a novela de Silvio de Abreu marcou 31,5 pontos. No mês de estreia, “Viver a Vida” registrou 36,4 pontos, “Caminho das Índias”, atingiu 34,1 e “A Favorita” assinalou 35,2.
Se voltarmos apenas cinco anos no tempo, a crise de audiência da principal novela da Globo salta aos olhos. Em 2005, “Belíssima”, última trama escrita por Silvio de Abreu para o horário nobre, teve 47,1 pontos no seu primeiro mês, índice muito superior aos atuais.
Apesar de estar longe dos 40 pontos que a Globo deseja, “Passione” mantém a liderança com folga no horário. Além disso, a emissora confia em uma reviravolta nos números. A trama de Silvio de Abreu ficará em exibição por oito meses, assim como “Viver a Vida” e “Caminho das Índias”. Será substituída por “Insensato Coração”, escrita por Gilberto Braga e Ricardo Linhares, apenas em janeiro de 2011.
A aposta da Globo não é à toa. A trama de Silvio de Abreu tem potencial. Em apenas um mês, é mais movimentada do que a bocejante “Viver a Vida”. Os próximos capítulos reservam consumo de anfetaminas, cenas de sexo e insinuação de abuso de menores.
Mesmo assim, a emissora está ciente do crescente desafio frente às novas plataformas de distribuição de conteúdo, como computadores e celulares. “A gente já sabe há algum tempo que a TV aberta está mudando de natureza, está perdendo o monopólio do conteúdo”, afirmou Luiz Gleiser, diretor da Globo, sobre a queda de audiência. A declaração foi dada há uma semana, durante debate no Fórum Brasil, evento dedicado à programação de televisão.
Para não perder importância diante da internet, a emissora investe em transmídia. Além de oferecer informações sobre a trama e seus personagens, o site oficial de “Passione” convida o internauta para viver uma série de experiências.
Durante a exibição de cada capítulo da novela, as mensagens publicadas no Twitter com a tag #passione aparecem no site da novela. Na internet também é possível assistir a cenas inéditas na televisão. Os vídeos são uma experiência estendida de “Passione”. Atores e atrizes gravam monólogos nos quais seus personagens comentam sobre o que está acontecendo na trama.
Envolver o público é uma das saídas encontradas pela televisão para não perder seu espaço para a internet. Contudo, é insuficiente. Trata-se apenas de uma ilusão. A tecnologia oferece novos recursos para o telespectador, mas nenhum deles permite a descentralização do controle sobre a televisão. Enquanto isso, a internet é uma experiência conjunta e comunitária de criação. A televisão vai morrer? Não. O cinema, o rádio e a mídia impressa sobrevivem. A duras penas, mas sobrevivem.
Por Ale Rocha
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