Sentado nos fundos de sua casa em New World Stages na noite de sexta-feira, Jeff Whitty chorava após a apresentação de Avenue Q. Whitty, o escritor do musical de marionetes vencedor de um Tony, não estava chorando por sua obra. Ele estava aos prantos lamentando pelo ator Gary Coleman, que havia morrido naquele dia, e aliviado pelo fato de Avenue Q -que inclui um personagem satírico baseado em Coleman, a estrela do seriado televisivo Diff'rent Strokes (também conhecido como Arnold no Brasil)- ter sido bem recebido pelo público após algumas mudanças precisas no show.
A despeito de considerações muito sérias de que Avenue Q necessitaria de uma revisão significativa ou precisaria abrir mão completamente do papel, Whitty disse que Gary Coleman, o personagem, continuaria vivo no musical.
"Após assistir ao show hoje à noite, senti muito a falta dele", disse Whitty. "Pessoalmente, sentirei terrivelmente a falta dele."
Avenue Q, que ganhou o Tony de melhor musical em 2004, assim como prêmios Tony para Whitty e os compositores Robert Lopez e Jeff Marx, possui um personagem chamado Gary Coleman desde sua estreia.
Introduzido no número de abertura do espetáculo, It Sucks to Be Me, o personagem (interpretado por uma mulher) se identifica com uma ex-estrela mirim que "ganhou muito dinheiro, roubado por meus pais".
Agora, ele trabalha como o superintendente do imóvel onde os personagens humanos e marionetes do show vivem. E ele sempre os lembra que, por pior que estejam suas vidas, a vida dele é muito pior. ("Experimente ter pessoas parando você na rua para perguntar sobre aquele seu bordão infantil?", canta ele. "Isso já ficou velho.")
Os problemas de saúde do Coleman da vida real, que tinha insuficiência renal congênita e um histórico de epilepsia, eram uma preocupação do elenco e equipe de Avenue Q.
"Eu brincava dizendo, 'Ai, meu Deus, vou ficar desempregada, não tenho trabalho'", disse Danielle K. Thomas, que interpretou o personagem de Coleman por três anos na Broadway, em turnê e agora na Off Broadway, no New World Stages.
"Mas, então, quando aconteceu de verdade", disse Thomas, "foi assim, nossa, isso é realmente sério. E precisei pensar em como lidar com isso."
Na quarta-feira, Coleman foi internado no hospital com uma lesão na cabeça causada por uma queda. Ele sofreu uma hemorragia cerebral e morreu na sexta-feira, depois de ter sido retirado do suporte de vida.
Whitty disse que a equipe criativa de Avenue Q manteve o contato entre os dias da hopitalização e morte de Coleman. Afirmando que ele, Marx e Lopez não conversam tanto quanto costumavam nos primeiros dias do espetáculo, Whitty descreveu sua primeira conferência telefônica após a morte de Coleman como um "momento Reencontro".
Whitty disse que temia que as piadas em Avenue Q sobre a carreira e os problemas financeiros de Coleman agora parecessem ofensivas. "A dúvida surgiu para mim", disse, "então, incluímos um novo personagem?"
Ao invés disso, os criadores decidiram fazer pequenas mudanças gerais, algumas delas boladas nos camarins no meio da performance. (Uma fala na qual o personagem Coleman se refere a si mesmo como uma "ex-estrela mirim" ficou simplesmente "estrela mirim".)
"Provavelmente, cortamos 20 palavras de um milhão a partir do espetáculo de hoje", disse Whitty.
Thomas disse ter ficado ansiosa ao entrar no palco na sexta-feira, quando Coleman é apresentado com um número musical que evoca a música tema de Diff¿rent Strokes.
"Fiquei apavorada", disse. "Foi péssimo. Tinha um nó na garganta, estava muito nervosa."
Mas o público aplaudiu e saudou entusiasticamente, rindo com números como Schadenfreude (no qual Coleman canta que o mundo precisa de pessoas como ele, "que perambulam pelo destino/Porque quando as pessoas nos veem, não querem estar na nossa pele") e Everyone's a Little Bit Racist (no qual ele admite gostar de piadas sobre poloneses).
"É esse o estilo de Avenue Q", disse Thomas, "te esbofetear na cara a ponto de nada mais te ofender e tudo ficar bem".
Durante o agradecimento dos atores, Thomas ficou no centro do palco e chorou ao fazer um discurso em homenagem ao verdadeiro Coleman. Fazendo referência ao número de abertura do show, ela disse: "Só quero dizer que, para mim, nunca foi um saco ser Gary Coleman."
Ela acrescentou: "Continuaremos a iluminar o palco e o público, fazendo o que amamos fazer todas as noites." Em referência à outra canção de Aveune Q, For Now, Thomas concluiu: "Portanto, obrigado, Gary Coleman, e adeus, mas só por enquanto."
Depois do espetáculo, Whitty disse que sempre foi uma escolha estranha ter um personagem baseado em Coleman, mas que essa originalidade dá aos criadores a licença de manter o personagem após a morte de Coleman.
"Desde o começo", disse Whitty, "quando escrevemos o espetáculo, ele representava uma certa bravura e tentativa de superar os desapontamentos da vida".
Ele continuou: "É um show de circunstâncias muito exaltadas. Naquele mundo, acho que Gary Coleman pode viver de verdade com algum grau de conforto."
The New York Times
A despeito de considerações muito sérias de que Avenue Q necessitaria de uma revisão significativa ou precisaria abrir mão completamente do papel, Whitty disse que Gary Coleman, o personagem, continuaria vivo no musical.
"Após assistir ao show hoje à noite, senti muito a falta dele", disse Whitty. "Pessoalmente, sentirei terrivelmente a falta dele."
Avenue Q, que ganhou o Tony de melhor musical em 2004, assim como prêmios Tony para Whitty e os compositores Robert Lopez e Jeff Marx, possui um personagem chamado Gary Coleman desde sua estreia.
Introduzido no número de abertura do espetáculo, It Sucks to Be Me, o personagem (interpretado por uma mulher) se identifica com uma ex-estrela mirim que "ganhou muito dinheiro, roubado por meus pais".
Agora, ele trabalha como o superintendente do imóvel onde os personagens humanos e marionetes do show vivem. E ele sempre os lembra que, por pior que estejam suas vidas, a vida dele é muito pior. ("Experimente ter pessoas parando você na rua para perguntar sobre aquele seu bordão infantil?", canta ele. "Isso já ficou velho.")
Os problemas de saúde do Coleman da vida real, que tinha insuficiência renal congênita e um histórico de epilepsia, eram uma preocupação do elenco e equipe de Avenue Q.
"Eu brincava dizendo, 'Ai, meu Deus, vou ficar desempregada, não tenho trabalho'", disse Danielle K. Thomas, que interpretou o personagem de Coleman por três anos na Broadway, em turnê e agora na Off Broadway, no New World Stages.
"Mas, então, quando aconteceu de verdade", disse Thomas, "foi assim, nossa, isso é realmente sério. E precisei pensar em como lidar com isso."
Na quarta-feira, Coleman foi internado no hospital com uma lesão na cabeça causada por uma queda. Ele sofreu uma hemorragia cerebral e morreu na sexta-feira, depois de ter sido retirado do suporte de vida.
Whitty disse que a equipe criativa de Avenue Q manteve o contato entre os dias da hopitalização e morte de Coleman. Afirmando que ele, Marx e Lopez não conversam tanto quanto costumavam nos primeiros dias do espetáculo, Whitty descreveu sua primeira conferência telefônica após a morte de Coleman como um "momento Reencontro".
Whitty disse que temia que as piadas em Avenue Q sobre a carreira e os problemas financeiros de Coleman agora parecessem ofensivas. "A dúvida surgiu para mim", disse, "então, incluímos um novo personagem?"
Ao invés disso, os criadores decidiram fazer pequenas mudanças gerais, algumas delas boladas nos camarins no meio da performance. (Uma fala na qual o personagem Coleman se refere a si mesmo como uma "ex-estrela mirim" ficou simplesmente "estrela mirim".)
"Provavelmente, cortamos 20 palavras de um milhão a partir do espetáculo de hoje", disse Whitty.
Thomas disse ter ficado ansiosa ao entrar no palco na sexta-feira, quando Coleman é apresentado com um número musical que evoca a música tema de Diff¿rent Strokes.
"Fiquei apavorada", disse. "Foi péssimo. Tinha um nó na garganta, estava muito nervosa."
Mas o público aplaudiu e saudou entusiasticamente, rindo com números como Schadenfreude (no qual Coleman canta que o mundo precisa de pessoas como ele, "que perambulam pelo destino/Porque quando as pessoas nos veem, não querem estar na nossa pele") e Everyone's a Little Bit Racist (no qual ele admite gostar de piadas sobre poloneses).
"É esse o estilo de Avenue Q", disse Thomas, "te esbofetear na cara a ponto de nada mais te ofender e tudo ficar bem".
Durante o agradecimento dos atores, Thomas ficou no centro do palco e chorou ao fazer um discurso em homenagem ao verdadeiro Coleman. Fazendo referência ao número de abertura do show, ela disse: "Só quero dizer que, para mim, nunca foi um saco ser Gary Coleman."
Ela acrescentou: "Continuaremos a iluminar o palco e o público, fazendo o que amamos fazer todas as noites." Em referência à outra canção de Aveune Q, For Now, Thomas concluiu: "Portanto, obrigado, Gary Coleman, e adeus, mas só por enquanto."
Depois do espetáculo, Whitty disse que sempre foi uma escolha estranha ter um personagem baseado em Coleman, mas que essa originalidade dá aos criadores a licença de manter o personagem após a morte de Coleman.
"Desde o começo", disse Whitty, "quando escrevemos o espetáculo, ele representava uma certa bravura e tentativa de superar os desapontamentos da vida".
Ele continuou: "É um show de circunstâncias muito exaltadas. Naquele mundo, acho que Gary Coleman pode viver de verdade com algum grau de conforto."
The New York Times
que ruin adorava o seriado dele arnold
ResponderExcluir