CÉSAR PERRI
EM RECENTE SEMINÁRIO EM ARAÇATUBA
Breve entrevista com Antônio César Perri de Carvalho, residente na cidade de Brasília,DF. César Perri é um dos destaques do Movimento de Unificação do Espiritismo no Brasil e no mundo.
Por: Ismael Gobbo
Como se iniciou no Espiritismo?
Cesar Perri – O primeiro contato com o Espiritismo foi aos oito anos de idade acompanhando minha genitora (Bebé) que também levou seu irmão Rolandinho. Naquela época, voltávamos de São Paulo e conheci médiuns e dirigentes de Araçatuba, como Rosa Protetti, Irma Ragazzi Martins e, em seguida, Emília Santos, e o casal João e Linda de Almeida, de Biriguí.
E no Movimento de Unificação?
Cesar Perri – Como presidente da Mocidade Espírita Irma Ragazzi Martins (Instituição Nosso Lar) entusiasmei-me e compareci na I Concentração de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil (Marília, abril de 1965). No mesmo ano fui designado representante da Instituição Nosso Lar junto ao Conselho da União Municipal Espírita de Araçatuba. Dois anos depois fui eleito secretário e, em 1971, presidente do órgão citado da USE. Em 1986 deixei a presidência deste órgão e passei a integrar a diretoria da USE-SP, onde fui presidente (1990/1994 e 1997/2000). Como presidente da USE-SP já integrava o Conselho Federativo Nacional da FEB. Fui eleito representante do CFN junto ao Conselho Superior da FEB e, em 2004, diretor da FEB, passando a exercer a função de Secretário Geral do CFN da FEB no mesmo. Desde o ano 2000 já era assessor do Conselho Espírita Internacional, tendo sido eleito membro da Comissão Executiva do CEI, em 2007. Portanto, são 44 anos de vinculação ao trabalho de unificação.
Poderia nos dar os conceitos de Doutrina Espírita e Movimento Espírita?
Cesar Perri – A Doutrina Espírita está fundamentada nos princípios definidos na obra do Codificador Allan Kardec. O Movimento Espírita é o conjunto de atividades planejadas e executadas com base nas obras básicas do Codificador Allan Kardec.
Na Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo Kardec coloca que “o Espiritismo se nos depara por toda parte na antiguidade, e nas diferentes épocas da humanidade”. Não poderíamos enxergar o movimento de unificação nos primórdios do cristianismo com as fundações de núcleos, visitas e intercâmbios epistolares de Paulo de Tarso com as lideranças cristãs?
Cesar Perri – Sem dúvida. A propósito, recomendamos a leitura das mensagens de Emmanuel, psicografadas por Chico Xavier: “Em Nome do Evangelho” (1948), disponível em “Reformador” (outubro, 2009) e no livro “USE – 50 Anos de Unificação” (1997); “Mensagem destinada aos caravaneiros” (no livro de Leopoldo Machado, “A Caravana da Fraternidade”, 1954), e, “União Fraternal” (livro “Fonte Viva”).
Kardec desenvolveu ações tendentes à unificação dos espíritas?
Cesar Perri – Sim. Há registros de algumas ações iniciais e de projetos em “O Livro dos Médiuns”, “Viagem Espírita em 1862” e em “Obras Póstumas”. É oportuna, pelo menos uma transcrição: "Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, podem, desde já, formar o núcleo da grande família espírita, que um dia consorciará todas as opiniões e unirá os homens por um único sentimento: o da fraternidade, trazendo o cunho da caridade cristã.” (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns. 77. ed. FEB. 2006. Cap. XXIX, item 334).
O Pacto Áureo, cujos 60 anos comemoramos neste mês, pode ser considerado o grande marco da Unificação?
Cesar Perri – No dia 5 de outubro de 1949, foi assinado o “Pacto Áureo” na então sede da Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro. Este foi assim designado por representar a oportunidade de ouro para se promover a união e estimular o intercâmbio entre os espíritas. Foi um marco, sim; mas um desdobramento que se iniciou com os esforços de Bezerra de Menezes, como presidente da FEB no final do Século XIX; do Congresso que definiu as “Bases Federativas para o Movimento Espírita Brasileiro” (1904), e, do ideal que alimentou o I Congresso Brasileiro de Unificação Espírita (São Paulo, outubro de 1948).
Parece-nos que a atual expansão do Espiritismo pelo mundo todo tem raízes no movimento unificacionista espírita brasileiro. Porém boa parte dos dirigentes de casas espíritas nem sempre valorizam as ações dos órgãos de unificação atribuindo-lhes caráter meramente administrativo, burocrático, com pouco sentido prático. Isto é real? Como mudar a postura?
Cesar Perri - A experiência do trabalho coletivo e em equipe do Conselho Federativo Nacional da FEB contribuiu, como subsídio, para a fundação e funcionamento do Conselho Espírita Internacional, somando-se a experiência e propostas dos países que integram o CEI. Nossa sugestão é de fundamentarmos a união dos espíritas com base na unidade de princípios da Codificação Kardequiana e na fraternidade, e, de unificação do Movimento Espírita com base na união pelo trabalho e na solidariedade, visando-se sempre a ampliação da difusão do Espiritismo.
Quais os problemas que enxerga no nosso movimento espírita?
Cesar Perri – A necessidade básica de se estimular continuadamente o estudo e a difusão das obras do Codificador Allan Kardec. Tudo o mais é conseqüência!
Como estão os preparativos para o Centenário de Chico Xavier?
Cesar Perri – Há muito entusiasmo e expectativa favorável por aqueles que se afeiçoam ao valor doutrinário das obras psicográficas e dos exemplos de homem de bem que foi Chico Xavier. Inclusive junto às pessoas não espíritas e autoridades que têm conhecimento do citado Projeto. Em todo o Brasil há planejamentos em andamento, incluindo o 3º. Congresso Espírita Brasileiro que, aliás, foi incluído na programação oficial das comemorações do Cinqüentenário de Brasília, de responsabilidade do Governo do Distrito Federal.
Teria um balanço de inscrições de brasileiros e de espíritas do exterior?
Cesar Perri - Nos primeiros dias de outubro, já havia quase 2.100 inscritos! Nunca houve um congresso nacional ou mundial com esta quantidade de inscritos e faltando seis meses para o evento. É histórico! No momento há poucos inscritos do exterior, pelo fato do Congresso ser realizado no Brasil e também porque o CEI promoverá o 6º. Congresso Espírita Mundial, em outubro de 2010, em Valencia (Espanha), onde também haverá temas sobre a obra psicográfica de Chico Xavier.
EM RECENTE SEMINÁRIO EM ARAÇATUBA
Breve entrevista com Antônio César Perri de Carvalho, residente na cidade de Brasília,DF. César Perri é um dos destaques do Movimento de Unificação do Espiritismo no Brasil e no mundo.
Por: Ismael Gobbo
Como se iniciou no Espiritismo?
Cesar Perri – O primeiro contato com o Espiritismo foi aos oito anos de idade acompanhando minha genitora (Bebé) que também levou seu irmão Rolandinho. Naquela época, voltávamos de São Paulo e conheci médiuns e dirigentes de Araçatuba, como Rosa Protetti, Irma Ragazzi Martins e, em seguida, Emília Santos, e o casal João e Linda de Almeida, de Biriguí.
E no Movimento de Unificação?
Cesar Perri – Como presidente da Mocidade Espírita Irma Ragazzi Martins (Instituição Nosso Lar) entusiasmei-me e compareci na I Concentração de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil (Marília, abril de 1965). No mesmo ano fui designado representante da Instituição Nosso Lar junto ao Conselho da União Municipal Espírita de Araçatuba. Dois anos depois fui eleito secretário e, em 1971, presidente do órgão citado da USE. Em 1986 deixei a presidência deste órgão e passei a integrar a diretoria da USE-SP, onde fui presidente (1990/1994 e 1997/2000). Como presidente da USE-SP já integrava o Conselho Federativo Nacional da FEB. Fui eleito representante do CFN junto ao Conselho Superior da FEB e, em 2004, diretor da FEB, passando a exercer a função de Secretário Geral do CFN da FEB no mesmo. Desde o ano 2000 já era assessor do Conselho Espírita Internacional, tendo sido eleito membro da Comissão Executiva do CEI, em 2007. Portanto, são 44 anos de vinculação ao trabalho de unificação.
Poderia nos dar os conceitos de Doutrina Espírita e Movimento Espírita?
Cesar Perri – A Doutrina Espírita está fundamentada nos princípios definidos na obra do Codificador Allan Kardec. O Movimento Espírita é o conjunto de atividades planejadas e executadas com base nas obras básicas do Codificador Allan Kardec.
Na Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo Kardec coloca que “o Espiritismo se nos depara por toda parte na antiguidade, e nas diferentes épocas da humanidade”. Não poderíamos enxergar o movimento de unificação nos primórdios do cristianismo com as fundações de núcleos, visitas e intercâmbios epistolares de Paulo de Tarso com as lideranças cristãs?
Cesar Perri – Sem dúvida. A propósito, recomendamos a leitura das mensagens de Emmanuel, psicografadas por Chico Xavier: “Em Nome do Evangelho” (1948), disponível em “Reformador” (outubro, 2009) e no livro “USE – 50 Anos de Unificação” (1997); “Mensagem destinada aos caravaneiros” (no livro de Leopoldo Machado, “A Caravana da Fraternidade”, 1954), e, “União Fraternal” (livro “Fonte Viva”).
Kardec desenvolveu ações tendentes à unificação dos espíritas?
Cesar Perri – Sim. Há registros de algumas ações iniciais e de projetos em “O Livro dos Médiuns”, “Viagem Espírita em 1862” e em “Obras Póstumas”. É oportuna, pelo menos uma transcrição: "Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, podem, desde já, formar o núcleo da grande família espírita, que um dia consorciará todas as opiniões e unirá os homens por um único sentimento: o da fraternidade, trazendo o cunho da caridade cristã.” (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns. 77. ed. FEB. 2006. Cap. XXIX, item 334).
O Pacto Áureo, cujos 60 anos comemoramos neste mês, pode ser considerado o grande marco da Unificação?
Cesar Perri – No dia 5 de outubro de 1949, foi assinado o “Pacto Áureo” na então sede da Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro. Este foi assim designado por representar a oportunidade de ouro para se promover a união e estimular o intercâmbio entre os espíritas. Foi um marco, sim; mas um desdobramento que se iniciou com os esforços de Bezerra de Menezes, como presidente da FEB no final do Século XIX; do Congresso que definiu as “Bases Federativas para o Movimento Espírita Brasileiro” (1904), e, do ideal que alimentou o I Congresso Brasileiro de Unificação Espírita (São Paulo, outubro de 1948).
Parece-nos que a atual expansão do Espiritismo pelo mundo todo tem raízes no movimento unificacionista espírita brasileiro. Porém boa parte dos dirigentes de casas espíritas nem sempre valorizam as ações dos órgãos de unificação atribuindo-lhes caráter meramente administrativo, burocrático, com pouco sentido prático. Isto é real? Como mudar a postura?
Cesar Perri - A experiência do trabalho coletivo e em equipe do Conselho Federativo Nacional da FEB contribuiu, como subsídio, para a fundação e funcionamento do Conselho Espírita Internacional, somando-se a experiência e propostas dos países que integram o CEI. Nossa sugestão é de fundamentarmos a união dos espíritas com base na unidade de princípios da Codificação Kardequiana e na fraternidade, e, de unificação do Movimento Espírita com base na união pelo trabalho e na solidariedade, visando-se sempre a ampliação da difusão do Espiritismo.
Quais os problemas que enxerga no nosso movimento espírita?
Cesar Perri – A necessidade básica de se estimular continuadamente o estudo e a difusão das obras do Codificador Allan Kardec. Tudo o mais é conseqüência!
Como estão os preparativos para o Centenário de Chico Xavier?
Cesar Perri – Há muito entusiasmo e expectativa favorável por aqueles que se afeiçoam ao valor doutrinário das obras psicográficas e dos exemplos de homem de bem que foi Chico Xavier. Inclusive junto às pessoas não espíritas e autoridades que têm conhecimento do citado Projeto. Em todo o Brasil há planejamentos em andamento, incluindo o 3º. Congresso Espírita Brasileiro que, aliás, foi incluído na programação oficial das comemorações do Cinqüentenário de Brasília, de responsabilidade do Governo do Distrito Federal.
Teria um balanço de inscrições de brasileiros e de espíritas do exterior?
Cesar Perri - Nos primeiros dias de outubro, já havia quase 2.100 inscritos! Nunca houve um congresso nacional ou mundial com esta quantidade de inscritos e faltando seis meses para o evento. É histórico! No momento há poucos inscritos do exterior, pelo fato do Congresso ser realizado no Brasil e também porque o CEI promoverá o 6º. Congresso Espírita Mundial, em outubro de 2010, em Valencia (Espanha), onde também haverá temas sobre a obra psicográfica de Chico Xavier.
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