Tiago Abravanel (neto de Silvio Santos), Diego Montez (filho de Wagner Montes) e Marcelo Camargo (filho de Hebe Camargo) estreiam em novelas no SBT
Tiago Abravanel, Diego Montez e Marcelo Camargo estreiam como atores de TV na novela “Amor e revolução”, esperada trama de Tiago Santiago que o SBT leva ao ar a partir do dia 5 de abril. Mas eles têm ainda outra característica em comum: os três são herdeiros de figuras importantes na história da emissora e estão aprendendo a lidar com a pressão que seus sobrenomes trazem. Neto de Silvio Santos, Abravanel é ator de teatro desde os 15 anos – ele hoje tem 23 – e orgulha-se em dizer que foi convidado por Santiago e pelo produtor executivo Sérgio Madureira exatamente por causa de sua experiência nos palcos.
- Eu já tinha feito teste para uma novela do SBT há muito tempo. Se não me engano, foi “Maria Esperança”. Mas ainda não estava preparado para entrar na TV. Não só profissionalmente, mas psicologicamente. Eu sei que tenho um sobrenome visado e que a probabilidade de ser uma vidraça é muito maior – assume ele, sentindo-se bem acolhido pelo elenco e equipe da novela. – Todos são muito carinhosos comigo. E não acho que me tratem dessa forma porque sou o neto do dono da emissora. Vejo que são assim com todo mundo, o que me deixa muito feliz porque é como meu avô lida com as pessoas também – completa Abravanel, intérprete de Davi, um guerrilheiro idealista, mas um tanto medroso e atrapalhado.
O personagem de Montez também faz parte do núcleo revolucionário: Gabriel é um jovem ator de um grupo de teatro que resiste aos militares. E isso é basicamente o que o ator sabe, já que sua participação começa apenas na segunda fase do folhetim. Filho de Wagner Montes, apresentador do “Balanço geral”, na Record, e da atriz Sônia Lima – ambos ex-jurados do extinto “Show de calouros”, no SBT -, o rapaz, de 20 anos, é amigo de Abravanel, que conheceu no teatro, onde atua desde criança.
- O Tiago Santiago recebeu o meu material por intermédio de um amigo em comum com a minha mãe e me convidou para fazer o teste. O teatro é a minha paixão, mas a gente tem que fazer de tudo um pouco. Acho que a TV é um grande aprendizado. E, não tem jeito, é a única forma de atingir o grande público – opina Montez.
Ciente da pressão que vai enfrentar, ele diz não temer as opiniões dos outros. E entrega: tem ouvido muitas recomendações da mamãe.
- A maior pressão vem dela, com toda certeza. Vive me dizendo: “Ai de você se fizer besteira por lá!”. O SBT é a casa dela, onde aprendeu tudo. Minha mãe tem um carinho enorme pela emissora. Ela mesma me disse que serei muito julgado desde o primeiro momento. Mas estou tranquilo – afirma.
Do outro lado da trama está Marcelo Camargo, filho da apresentadora Hebe. Ele será um policial do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e faz parte do elenco de apoio. Seu personagem não tem nem nome, mas, depois de quase dois meses de gravações, o ator estreante está confiante de que o papel pode crescer.
- Ele é um vilão mesmo: prende, tortura e é ligado ao delegado interpretado por Jayme Periard. Já estou achando que vai participar mais da trama do que eu imaginava. Estou muito animado, nunca tinha feito nada, nem um curso de dramaturgia. Sou amigo do Fábio Villa Verde (que também está no elenco) e ele me levou para fazer o teste. Agora quero investir, participar de workshops e estudar mais – diz, empolgado.
Coincidentemente, a oportunidade na novela surgiu logo após sua mãe deixar o SBT, depois de 25 anos na emissora. Para o novato, aos poucos a sombra da apresentadora vai deixando de ser um problema.
- Tudo tem sido muito normal para mim. Tem muita gente ali que eu já conhecia, por estar no meio. À medida que o tempo passa, vou conquistando o respeito das pessoas. Tenho sentido muito isso, dos próprios diretores da novela. Aos pouquinhos estou deixando de ser o filho da Hebe para virar o Marcelo Camargo – acredita.
Ambientado no período da ditadura militar no Brasil, o folhetim de Tiago Santiago terá no elenco atores como Cláudio Lins, Graziella Schmitt, Lúcia Veríssimo e Licurgo Spínola. Além de citar os mais experientes como grandes incentivadores, os três concordam que poder tratar de um tema tão importante é uma das principais inspirações para o trabalho.
- Tenho me sentido muito menos pressionado porque vejo que está todo mundo unido para fazer a trama dar certo. Todo o elenco comprou a ideia do autor e não tem picuinha. Está todo mundo jogando no mesmo time para mostrar ao público a novela linda que estamos fazendo. E a questão de ser o neto do dono só me dá mais orgulho em saber que estou contando essa história na minha própria casa – afirma Abravanel.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário