segunda-feira, 28 de março de 2011

Maria do BBB 11 é A Favorita

Ela entrou no "BBB" com fama de "garota de programa". Já fez ensaios sensuais para revistas e posou com lingerie. Maria é uma mulher sensual. Maria gosta de sexo. E ela nunca escondeu isso. No programa, se apaixonou por Mau Mau. O cara saiu e, quando voltou, ela estava paquerando outro. Pronto. Foi jogada na fogueira moral: "essa mulher não presta", gritavam os homens em uníssono.


Mulher que assume a sua sexualidade não vale nada. A que banca seu desejo também não. "Joga pedra na Maria, ela é feita para apanhar, ela é boa de cuspir". Aqui, do lado de fora, algumas garotas dizem que ela é legal, mas é "periguete", evidenciando o preconceito que as próprias moças têm contra essa categoria que, na real, ninguém sabe direito o que significa.


Periguete é uma mulher perigosa, "vulgar", que pode ficar com o seu marido. Cuidado! O termo é pejorativo. Mas Maria não parece ser pessoa de ter problema com isso. Pelo o que ela tem mostrado no programa, é bem resolvida. E, como não cansa de repetir, "faz tudo o que quer".


Pois bem. A mesma achincalhada, aquela que não presta, que não tem boa fama e é perigosa, é a favorita para ganhar R$ 1,5 milhão. Se for campeã, será a primeira mulher "periguete" a vencer o programa. As outras duas que já ganharam eram duas mulheres humildes. Fofas. Mas que venceram por serem pobres. O público votou nelas por pena.


De Maria ninguém tem pena. Muito menos agora. Além de finalista, ela tem um namorado, Wesley, que parece não estar nem aí para a sua "fama". Pelo contrário. O sujeito, com os olhos brilhando, promete para ela casa, comida e roupa lavada. E, para o sonho de Cinderela ser ainda melhor, ele é MÉDICO. Aquela profissão com que as mães sempre sonham década após década para um genro.


Tem quem ache que o romance deles é armado. Não importa. Maria talvez nunca saiba disso, mas seu sucesso é um chute no machismo, no falso moralismo e em todos aqueles que usam a expressão "mulher que não presta". A moça, sem saber, fez um pequena revolução. E deixou todos aqueles que a achavam burra e "fácil" perplexos. Não é pouca coisa.

Nina Lemos
Folha de São Paulo

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