O estilo autêntico e até irônico fez Muricy Ramalho extrapolar os campos de futebol e virar uma celebridade. Depois de pedir demissão do Fluminense, o técnico tem usado o tempo livre para descansar e frequentar programas de televisão. Na quinta-feira, ele roubou a cena na gravação do Altas Horas, da TV Globo. Foi tietado por globais e ainda levou o público às risadas ao lembrar seus tempos de roqueiro.
Muricy Ramalho já ficou conhecido pela frase ‘aqui é trabalho’ e costuma dizer que sua vida é ‘futebol e casa’, mas desta vez deixou o uniforme esportivo no armário e o lado ranzinza de lado. De calça social, sapatos e camisa preta, deu risadas e se divertiu. Ele participou do programa ao lado do ator Murilo Benício, do autor de novelas Walcyr Carrasco e da banda Kid Abelha.
Logo no início, o intérprete de Victor Valentim na novela Ti Ti Ti não poupou elogios ao técnico e até o defendeu nas desavenças com a imprensa. “Se todo brasileiro fosse assim, teríamos outro país”, disse Benício sobre o caráter do treinador que alega ter recusado um convite da seleção brasileira para honrar um compromisso com o Fluminense.
“Os jornalistas irritam. No Brasil todo mundo é técnico e tem uma seleção. Deve ser um saco. É uma coisa ‘extra-carreira’. Deve ser tipo um monte de esposa. Por que você fez isso, fez aquilo?”, completou o ator.
Muricy foi o mais requisitado pela plateia que queria lhe fazer perguntas, mesmo quando o apresentador Serginho Groisman pedia que outro convidado fosse solicitado. Os jornalistas e os fotógrafos também voltaram suas atenções para Muricy. Perguntado se era um bom ‘modelo’, um fotógrafo não titubeou. “É fantástico. Se mexe, gesticula. Tem gente que fica só parado. Ele ainda faz caretas”.
A vocalista do Kid Abelha Paula Toller também teve seu lado tiete e até fez uma pergunta ao técnico. A cantora quis saber se existe a ‘maldição do campeão brasileiro’, uma referência ao desempenho ruim de Flamengo e Fluminense nos anos seguintes aos títulos nacionais de 2009 e 2010, respectivamente.
O técnico lembrou o último trabalho e deu uma resposta bem ao seu estilo. “Não acredito em maldição, acredito na sequência de um bom trabalho. Tem gente que fica festejando e não para nunca, é uma semana e acabou. Assim ganha título de vez em quando. Eu não sei perder. Eu gosto é de ganhar. Eu gosto de trabalhar e depois ir para minha casa. Não sou muito legal, não sou bom de conviver. Não saio para jantar com dirigente. Então eu preciso ganhar, senão me mandam embora”, disse.
Apesar de estar mais ‘light’, Muricy ainda não está livre do seu conhecido mal-humor e relembrou as rusgas com a imprensa ao rever um jornalista com quem conviveu quando treinava o São Paulo. “No Palmeiras eu já estava melhor, é porque você estava do outro lado”, disse.
E também mostrou seu lado ‘alternativo’. Em um telão, foram mostradas fotos da sua época de jogador desde a adolescência até o profissional. Nos anos 70, Muricy aparece com os cabelos longos em um estilo bem rock’n roll.
“É nossa época, né Kid Abelha? Eu gostava dessa onda, gostava de Rita Lee. Eu usava mesmo esse cabelo, não tirava. Os caras não deixavam usar, me mandavam ir embora. Para você ver, hoje sou técnico”, disse, mais uma vez arrancando risos da plateia.
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