"Sabe aquele ditado que diz 'quem procura, acha?'. Eu procurei demais e acabei achando", conta a estudante gaúcha Gabrielle Bernardes, 19 anos, que acabou o namoro por causa da internet. Gabe, seu apelido, estava junto com o garoto havia três meses. "Ele era muito amigo da ex, que deixava recados no Orkut dele. Ele dizia que não tinha nada a ver, para eu não ficar paranoica", conta Gabe. A estudante nunca gostou da intimidade, mas deixou por isso mesmo. Até que Gabe não pôde ir a um show com o namorado, que levou a ex. "Ela o agarrou, tirou uma foto, colocou no Orkut e mandou o link para mim", lembra. A gaúcha devolveu o e-mail: "Faça bom proveito". O namorado de Gabe negou que eles tivessem ficado. Mesmo assim, por MSN, ela terminou. "Fiquei mal, mas nunca mais tive problema parecido", conta.
Quem nunca passou por uma turbulência na relação a dois por causa da internet que atire o primeiro mouse. A rede é ideal para manter contato com amigos e parentes e conhecer pessoas interessantes. Porém, muita gente se esquece que ela é uma extensão da "vida real". "As pessoas acham que, quando navegam pela internet, não estão sob censura dos outros. Então, criam personagens ou fazem o que têm vontade sem restrições", explica o Wimer Bottura Jr., psiquiatra, psicoterapeuta e autor do livro "Ciúme: entre o amor e a loucura".
Segundo o psiquiatra, pessoas criam perfis falsos, comunidades para falar mal de outras, postam fotos ou textos para provocar o ex ou o atual namorado porque acham que não são identificados ou não estão diretamente sob a censura do outro. "No anonimato, todos temos a tendência de liberar nossos lados mais perversos", explica. Assim, é importante perceber quais são os detalhes que podem causar problemas para a relação para evitá-los.
Ciúme deve ser controlado
O ciúme é um dos principais problemas. "Existem pessoas que, por vários motivos, são desconfiadas e começam a vasculhar a vida alheia. Ao encontrar uma informação não tão clara, ela pode criar várias interpretações", conta. Inclusive, achar que o parceiro está traindo. "Pode ser que encontre, realmente, algum problema", afirma o psiquiatra. Porém, por trás dessa ação de desconfiança, pode estar o ciúme patológico, quando qualquer detalhe adquire grande importância. "Ou a compulsão por encrenca. Tem gente que, enquanto não acha algo para sofrer, procura sem ter consciência disso", explica o especialista.
Assim que a estudante carioca Gabriella Brandão, 22 anos, e seu namorado Victor Estruc, 25 anos, marqueteiro, assumiram a relação, ele pediu para ela apagar do Orkut e do MSN todos os ex-namorados e ficantes. "Fiquei meio contrariada, achei um absurdo. Mas estava apaixonada, não quis estragar o relacionamento. Topei", conta Gabriella. "Meses depois, me bateu um ciúme repentino e fiquei revoltada por ter passado por isso. Pedi para ele fazer o mesmo", completa a carioca. Depois disso, eles namoram há dois anos e não brigam mais. Pensam, inclusive, em casar. "Hoje em dia, saímos com os amigos que queremos, jogamos abertos. Foi muita insegurança no começo do namoro, porque ele sabia sobre alguns ex-namorados", afirma Gabriella.
Ver e ser visto
Outro problema é a compulsão em se expor e em vasculhar a vida dos outros. Quando alguma informação é divulgada, ela pode ser ao mesmo tempo admirado ou invejado. "Pessoas mais problemáticas podem usá-las para destruir o outro", alerta. Para o psiquiatra, todos devem pensar: 'Por que estou me expondo'? "Se expor por mero narcisismo é bobagem. Agora, se tiver interesse profissional ou outros objetivos conscientes, pode valer a pena", completa o psiquiatra.
Quem nunca passou por uma turbulência na relação a dois por causa da internet que atire o primeiro mouse. A rede é ideal para manter contato com amigos e parentes e conhecer pessoas interessantes. Porém, muita gente se esquece que ela é uma extensão da "vida real". "As pessoas acham que, quando navegam pela internet, não estão sob censura dos outros. Então, criam personagens ou fazem o que têm vontade sem restrições", explica o Wimer Bottura Jr., psiquiatra, psicoterapeuta e autor do livro "Ciúme: entre o amor e a loucura".
Segundo o psiquiatra, pessoas criam perfis falsos, comunidades para falar mal de outras, postam fotos ou textos para provocar o ex ou o atual namorado porque acham que não são identificados ou não estão diretamente sob a censura do outro. "No anonimato, todos temos a tendência de liberar nossos lados mais perversos", explica. Assim, é importante perceber quais são os detalhes que podem causar problemas para a relação para evitá-los.
Ciúme deve ser controlado
O ciúme é um dos principais problemas. "Existem pessoas que, por vários motivos, são desconfiadas e começam a vasculhar a vida alheia. Ao encontrar uma informação não tão clara, ela pode criar várias interpretações", conta. Inclusive, achar que o parceiro está traindo. "Pode ser que encontre, realmente, algum problema", afirma o psiquiatra. Porém, por trás dessa ação de desconfiança, pode estar o ciúme patológico, quando qualquer detalhe adquire grande importância. "Ou a compulsão por encrenca. Tem gente que, enquanto não acha algo para sofrer, procura sem ter consciência disso", explica o especialista.
Assim que a estudante carioca Gabriella Brandão, 22 anos, e seu namorado Victor Estruc, 25 anos, marqueteiro, assumiram a relação, ele pediu para ela apagar do Orkut e do MSN todos os ex-namorados e ficantes. "Fiquei meio contrariada, achei um absurdo. Mas estava apaixonada, não quis estragar o relacionamento. Topei", conta Gabriella. "Meses depois, me bateu um ciúme repentino e fiquei revoltada por ter passado por isso. Pedi para ele fazer o mesmo", completa a carioca. Depois disso, eles namoram há dois anos e não brigam mais. Pensam, inclusive, em casar. "Hoje em dia, saímos com os amigos que queremos, jogamos abertos. Foi muita insegurança no começo do namoro, porque ele sabia sobre alguns ex-namorados", afirma Gabriella.
Ver e ser visto
Outro problema é a compulsão em se expor e em vasculhar a vida dos outros. Quando alguma informação é divulgada, ela pode ser ao mesmo tempo admirado ou invejado. "Pessoas mais problemáticas podem usá-las para destruir o outro", alerta. Para o psiquiatra, todos devem pensar: 'Por que estou me expondo'? "Se expor por mero narcisismo é bobagem. Agora, se tiver interesse profissional ou outros objetivos conscientes, pode valer a pena", completa o psiquiatra.
Gabriella conta que, atualmente, ela e o namorado confiam tanto um no outro que possuem a senha de comunidades e do e-mail do companheiro. Para Bottura, trocar senha pode ser uma demonstração de liberdade plena ou a vontade de vasculhar a vida do outro sem que ela saiba que está sendo observado. "Muita gente tem paranoia ou vontade de ser um observador secreto", explica o especialista. Porém, Bottura alerta: "Pegar a senha escondida do namorado é complicado, sinal de grande falta de confiança nele".
De acordo com o especialista, é importante identificar se o que se faz na internet é uma compulsão. Xeretar a vida alheia, navegar por muito tempo ou tentar ficar fora do computador, mas não conseguir, pode ser sinal de problema. "O que falta na vida da pessoa para ela estar buscando algo novo? Isso é sinal de ansiedade e angústia. Se está esperando por algo, quer dizer que a vida não está boa", explica Bottura.
Enquanto para alguns a internet traz decepções, outros a usam para encontrar um grande amor. A psicóloga Adriana Manzano, 29 anos, resolveu entrar em um site de relacionamento depois de acabar o casamento. "Não sabia o que estava rolando no mundo dos solteiros. Há anos, fiz muitos amigos pelos chats. A internet é um meio para encontrar gente muito interessante", conta Adriana. No terceiro dia de cadastro, conheceu o publicitário Fernando Tecchio, 29 anos, que usava há 15 dias o serviço. Antes de se verem pessoalmente, ela xeretou o perfil dele no Orkut. "Olhei as comunidades para saber mais sobre os gostos. Depois, usei essa informação para fazer perguntas na nossa primeira conversa via MSN", explica Adriana. Ela se encantou com o papo e hoje namoram. "Ele já me pediu em casamento várias vezes, aceitei todas", diverte-se. Apesar de terem se conhecido na internet, ela possui apenas uma foto deles juntos no Orkut. "Fazer declarações públicas muitas vezes é uma forma de envolver outros. As pessoas têm que entender que relacionamento é para duas pessoas", finaliza o psiquiatra.
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