Nem só da saborosa vingança de Norma (Glória Pires) é feita “Insensato coração”. Numa personagem secundária, a empregada da família Cortez, Andréa Dantas (Lídia) teve direito a uma bela cena esta semana. Boa atriz, ela vem de uma família do ramo (é irmã de Daniel e filha de Nélson Dantas). Fez carreira no teatro e trabalhou muito com Lúcia Coelho, premiada diretora de peças infantis. Na TV, entretanto, teve chances mínimas.
Com certeza conhecendo suas possibilidades, Gilberto Braga e Ricardo Linhares deram a ela o espaço devido na sequência em que Rafa (Jonatas Faro) lamentava a morte da mãe e constatava que o pai não era nada do que ele imaginava. O texto tinha frases simples, nem por isso desimportantes, como “eu achava que a gente era feliz”; “ninguém pode viver a vida toda na mentira”. Um bom ator teria emocionado. Faro, apático, parecia recitar. Com sua performance inexpressiva, sequer alcançou a pieguice. Transformou o que deveria ser simples/de fácil comunicação em algo apenas simplório.
Andréa salvou a pátria. Aproveitou a oportunidade para dois feitos: esbanjar o próprio talento e redimensionar sua personagem, uma empregada que conhece a família há anos e sabe de seus podres, apesar de estar impedida de externar julgamentos morais. A atriz merece aparecer outras vezes fazendo mais do que abrir e fechar a porta.
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