O dono de uma loja de automóveis em Nova York contou como sobreviveu 18 horas, sem colete salva-vidas, boiando no lago Huron, depois que sua aeronave Cessna caiu, perto de Michigan.
Para Michael Trapp, de 42 anos, foi seu desejo de permanecer vivo que deu forças para continuar nadando e se livrar de ondas gigantes que batiam contra seu corpo.
Trapp passou uma noite inteira lutando para se manter boiando enquanto tentava chamar a atenção de barcos que passavam pelo local alheios de seus gritos de socorro.
O americano contou em uma entrevista coletiva, ao lado da mulher, Julie, e da mãe, Jill Trapp, no hospital onde está sendo tratado que pensou na família durante todo o tempo.
"Eu pensava assim: 'Meu Deus, sobrevivi a um acidente de avião e agora vou me afogar'. É uma dura realidade de se encarar", disse Trapp, que vive na cidade de Gouverneur.
Dean e Diane Petitpren, um casal do subúrbio de Detroit de Grosse Pointe Farms, que estavam em um iate com alguns amigos viram Trapp acenar com uma meia e resgataram o piloto amador.
Viagem
Trapp viajava de Gouverneur para Eau Claire, no Wisconsin, onde iria participar de um encontro de família. O piloto considerou a hipótese de ir em um voo comercial, mas achou que economizaria se voasse sozinho.
A viagem estava indo bem até que, quando sobrevoava o lago Huron, o motor da aeronave começou a falhar.
"A sensação foi de falta de combustível", contou Trapp.
O piloto entrou em contato com controladores de voo em Lansing e disse que iria cair.
"Falei: 'Estou caindo, você terão de me encontrar'", disse.
Trapp cometeu um erro, seu localizador de emergência, que deveria estar em seu bolso, afundou junto com sua aeronave. Com isso, ficou ainda mais difícil localizá-lo.
Durante várias horas, diversas embarcações passaram perto de Trapp, mas não o enxergaram. Já imaginando o pior, o piloto amador decidiu colocar a carteira sob a cueca para facilitar sua identificação caso seu corpo fosse encontrado.
No entanto, para sua sorte, durante a manhã de quarta-feira (27), Trapp foi visto pelo barco da família Petitpren.
"Eles disseram: 'A gente sabia que tinha um piloto por aqui'. Pela graça de Deus, eles me viram balançar minha meia. Eles não me viram. Tudo o que viram foi a minha meia", afirmou.
Trapp vai continuar internado por algum tempo. Os médicos precisam cuidar de seus rins que foram sobrecarregados com o esforço físico.
*Com informações da AP
UOL
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