sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Sonia Braga desempregada
Depois da Namoradinha do Brasil, a eterna Gabriela. Sonia Braga engrossa o coro dos descontentes inaugurado por Regina Duarte. Em mais um encontro sobre a história das telenovelas, anteontem, no CCBB, a atriz também reclamou da falta de oportunidades de trabalho. Radiante aos 60 anos — ela roubou a cena com as pernas de fora e o cabelo à la sua personagem mais famosa —, Sonia está em busca de novos papéis:
— Estou desempregada agora. Posso fazer qualquer personagem e estaria disposta tanto quanto Regina (Duarte). Mas não posso aceitar um salário menor do que o que recebia há dez anos. Um trabalhador não pode aceitar isso.
Na conversa com a imprensa, no fim do evento, Sonia Braga fez questão de repetir diversas vezes que não está de férias no seu país. Dividindo-se entre Niterói e Cinelândia, onde tem uma casa e um apartamento, ela quer voltar a fincar raízes por aqui.
— O problema é que só quem está trabalhando é que continua trabalhando. Quando eu morava nos EUA e era convidada, sempre dizia que tinha muitas atrizes maravilhosas por aqui que precisavam trabalhar, como Bete Mendes e Débora Duarte — lembra.
Reencontro com Fagundes
Sonia volta à TV no mês que vem, em um dos episódios de “As cariocas”, repetindo com Antonio Fagundes o par romântico de “Dancin days” (1978). Uma maneira de matar a saudade de um dos momentos mais marcantes de sua carreira na TV.
— “Dancin days” foi minha última grande experiência na televisão. E olha que foi uma personagem que, por pouco, não fiz. Julia Matos era mais velha do que eu e tinha uma história pesada. Foi o diretor Daniel Filho que me convenceu de que eu era capaz — diz a atriz, emocionada após ver imagens da novela no telão.
O encontro com o passado e o público serviu também para Sonia Braga desfilar seu bom humor. “Não faço teatro porque no camarim não tem janela” foi apenas uma de suas muitas tiradas. Um dos momentos altos foi a hora em que relembrou Gabriela, seu primeiro papel principal na Globo, 30 anos atrás.
— Não existia papel de mulher bonita e sensual para mim. Até então eu só tinha feito papéis como a prima feia da Cinderela. “Gabriela” ajudou a melhorar a autoestima das brasileiras, que se descobriram sensuais com os cabelos encaracolados e com o visual mais simples.
Perguntada sobre como foi fazer 60 anos, Sonia desmente qualquer sinal de crise:
— Eu tive crise de idade quando meu pai morreu e eu tinha apenas 8 anos. Foi a primeira das muitas batalhas que tive que vencer na minha vida.
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