O Corinthians aumentou os preços dos ingressos assim que contratou Ronaldo. Em 2009, passou a cobrar mais nos setores mais caros, mantendo algumas categorias na faixa popular. A receita cresceu e bateu recordes. Neste ano, o cenário se repete, mas com duas diferenças: os recordes serão batidos mais cedo e estão mais atrelados à boa campanha no Brasileiro do que ao Fenômeno.
A presença de Ronaldo no Pacaembu está rara neste Brasileiro, mas sempre que sua escalação é divulgada o comportamento da torcida muda, e muito. Ele atrai inúmeros corintianos "iniciantes".
"No dia em que ele joga, surgem aquelas famílias que vão ao estádio para levar um filho que nunca foi. As pessoas ligam aqui e têm dificuldade para entender onde são os setores, onde é mais adequado. O Ronaldo é sempre um atrativo", resumiu Lúcio Blanco.
A euforia da torcida é notada desde o anúncio do nome de Ronaldo no placar eletrônico. O Fenômeno é sempre o mais saudado durante a escalação.
Antes mesmo de sua estreia, a diretoria percebeu isso e usou a contratação do atacante como justificativa para o aumento dos ingressos. Quase dois anos depois, Ronaldo ainda mexe com a torcida, embora não seja o fator decisivo para a presença dos alvinegros no Pacaembu.
Até sábado, quando realiza dois jogos em casa pelo Nacional, o vice-líder Corinthians espera superar a receita de todo o ano passado e, assim, registrar a maior receita com bilheteria de sua história centenária. Os ingressos de 2010 renderam até agora um valor bruto de R$ 25,1 milhões, contra R$ 26,3 milhões de todo 2009.
Considerando que o Corinthians tem mais sete jogos em casa no Brasileiro e que a média atual é de R$ 861 mil por rodada, o clube espera fechar a temporada com mais de R$ 31 milhões arrecadados só com bilheteria. Recorde absoluto.
Os quatro jogos em casa pela Libertadores ajudaram bastante (média de R$ 2,2 milhões por partida), mas porque o torneio é uma antiga obsessão alvinegra. Ronaldo, por sua vez, esteve pouco em campo nas partidas em casa, principalmente no Brasileiro. Até agora, ele só atuou diante da torcida na competição nacional duas vezes (contra Atlético-PR e Vitória).
Mesmo assim, o Corinthians tem a melhor média de público do Brasileiro (26.693 pagantes) e a melhor arrecadação entre os 20 times da Série A (R$ 10,3 milhões). O Flamengo, segundo colocado em receita, totaliza quase a metade: R$ 5,8 milhões.
“Em dias em que o Ronaldo joga, existe uma pequena parcela do público que é diferente, que nunca foi ao estádio”, explica Lúcio Blanco, supervisor de arrecadação do clube.
Para ele, outro fator é mais decisivo nesse incremento de bilheteria e surgiu antes da chegada do Fenômeno: o Fiel Torcedor. “Dos 26 mil ingressos que vendemos em média, 60% são vendidos antecipadamente. Isso passa despercebido, mas mostra que o torcedor já percebeu a vantagem de comprar antes.”
Além da facilidade de evitar filas, o programa também oferece descontos de 10% a 40% de acordo com a quantidade de jogos que é adquirida. Os mais fiéis são aqueles que lotam as arquibancadas e o tobogã, setor mais barato.
“Em média, 70% dos meus ingressos são vendidos na categoria de popular [arquibancada e tobogã, R$ 30], 18% de cadeira laranja [R$ 70], 5% de numerada [R$ 100] e 3% de VIP [R$ 180]. E no VIP, são sempre os mesmos, praticamente”, disse Lúcio. O restante da porcentagem se refere aos ingressos de visitantes e convidados.
Para esta quarta-feira, a torcida repetiu a tendência deste Brasileiro: 16 mil ingressos já foram vendidos para o duelo diante do Botafogo, a partir das 22h, no Pacaembu. A expectativa é que o público fique em torno dos 26 mil de média. No sábado, a tendência é que o estádio esteja ainda mais cheio, já que a partida contra o Ceará será às 16h. Os cofres alvinegros agradecem.
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