No último debate antes do primeiro turno das eleições, Antonio Anastasia, candidato à reeleição pelo PSDB, foi alvo de críticas dos adversários ao governo de Minas Gerais, que não pouparam a gestão do antecessor e padrinho político, o ex-governador Aécio Neves. Compareceram ao encontro, transmitido na noite desta terça-feira (28) pela TV Globo, Hélio Costa (PMDB), José Aparecido (PV) e Luiz Carlos (PSOL).
O candidato Edilson Nascimento (PTdoB), a exemplo dos debates mais recentes, não compareceu, alegando que a chuva o impossibilitou de retornar a Belo Horizonte a tempo.
Anastasia e Costa trocaram acusações entre si, no confronto mais áspero entre os dois durante a campanha. Costa iniciou os ataques, criticando os salários pagos aos servidores públicos da educação no Estado. Ele foi seguido por Luiz Carlos, que também fez reparos à gestão tucana na área.
José Fernando atribuiu ao governo local a pecha de “sobretaxar quem pode pagar menos e desonerar quem pode pagar mais”. “Somos o Estado que mais paga imposto no país” disse o candidato, que classificou como “perversa” a isenção de mineradoras de ICMS sobre a produção de minério de ferro, e propôs revisão da política tributária no Estado.
Hélio Costa alfinetou Anastasia ao citar a construção da cidade administrativa, a nova sede do governo Estadual. “O senhor usou quase R$ 2 bi entre fazer o centro administrativo e propaganda [do governo estadual]. O senhor não preferiria fazer um grande programa e salvar a saúde mineira?”, questionou o peemedebista.
O atual governador defendeu-se afirmando que foram reformadas 130 unidades hospitalares e que houve incremento na distribuição de remédios gratuitos em Minas Gerais. “Determinados candidatos que nunca se preocuparam com a questão da saúde em Minas Gerais, [mas] ocuparam cargos de prestígio, surgem agora como defensores da saúde. Querendo iludir e mostras às pessoas que nada foi feito”, rebateu o tucano.
Costa retrucou dizendo ter canalizado, como deputado federal e atualmente como senador, recursos para prefeituras mineiras utilizarem na pasta da saúde e acusou o tucano de não repassar recursos para os municípios mineiros. Na tréplica, Anastasia atribuiu o comentário do adversário “ao desconhecimento misturado com má-fé”.
O debate prosseguiu com os adversários do tucano tecendo críticas ao governo estadual em temas como segurança e a mineração e saneamento básico. Luiz Fernando também atacou a isenção de ICMS dada a empresas mineradoras. “O governador de Minas Gerais tem de deixar de ser cego, mudo e surdo”, disparou o candidato verde.
Anastasia ficou na defensiva e citou exemplos de programas governamentais, tanto de iniciativa de Aécio Neves quanto dele, nas áreas criticadas pelos adversários.
No quarto bloco, Anastasia pediu ao peemedebista, que foi ministro das Comunicações do governo Lula, que comparasse a gestão tucana e a dos Correios, estatal subordinada à pasta que fora comandada por Hélio Costa. “Uma empresa federal que atravessa grave crise de gestão e esteve sob sua responsabilidade nos últimos anos”, frisou. Costa contra-atacou e atribuiu aos tucanos reajuste salarial de apenas “0,45% para o funcionalismo público, durante oito anos”.
O atual governador ainda acusou Costa de não responder à pergunta, e devolveu: “Vivemos uma grave crise de apagão postal e uma grave crise política”. E apontou no adversário “descompromisso absoluto com a realidade”. Ele completou afirmando para o eleitor ter “muito cuidado, porque o medo é vir uma gestão dos Correios para cá, muito perigosa e com base em mentiras”.
O comentário irritou o ex-ministro. “Ele gosta de falar mal dos Correios, que não permite corrupção como o governo dele permitiu, no Instituto Estadual de Floresta (IEF), onde toda a diretoria saiu algemada por fazer trambique, cobrando propina dos nossos produtores do Norte de Minas”, rebateu. A declaração ensejou pedido de direito de resposta, que foi concedido.
Anastasia lidera as pesquisas de intenção de voto, e a eleição no Estado pode ser definida já no primeiro turno. Pesquisa Ibope divulgada no dia 27 deste mês mostra o tucano com 46% das intenções de voto, contra 33% do seu principal adversário, o ex-ministro Hélio Costa (PMDB). Apenas dois dos demais candidatos, Vanessa Portugal (PSTU) e José Aparecido (PV) atingiram 1%, cada um.
Nenhum comentário:
Postar um comentário