quinta-feira, 1 de julho de 2010
A audiência do caso Geisy Arruda termina
Após mais de 9 horas, acabou por volta das 19h30 desta quinta-feira (1º) a audiência da ação de indenização que ex-aluna Geisy Arruda move contra a Universidade Bandeirante (Uniban) na 9ª Vara Cível de São Bernardo do Campo, no ABC. Não houve acordo entre as partes e a decisão deve sair em cerca de 120 dias. Autora da ação, ela pede uma indenização de R$ 1 milhão por danos morais.
Embora Geisy tivesse disposta a fazer um acordo, como afirmou ao chegar ao Fórum nesta manhã, o advogado da Uniban, Vicente Cascione, deixou claro que a universidade não aceita nenhum tipo de negociação, pois avalia que não houve nenhuma omissão da parte da instituição de ensino. “Nós já estávamos cientes desse posicionamento da faculdade. Isso mostra que a minha luta tem que continuar. Isso só vem me fortalecer para eu continuar” disse Geisy.
Durante a tarde, o advogado da Uniban chegou a dizer que Geisy provocou danos à imagem da universidade. “Acho até que ela deveria pagar para Uniban uma indenização pelos problemas que causou, como exposição que dava a impressão de que se tratava de uma instituição brutal”, afirmou.
Ao final da audiência, Vicente Cascione disse estar confiante na Justiça. “A universidade fez de tudo para preservá-la e só não teve êxito porque ela não quis. Eu sou tradutor do que as testemunhas disseram. Todas as falas foram favoráveis à Uniban”, afirmou.
Geisy disse que estava cansada após mais de nove horas de audiência. “Para mim foi muito difícil porque tive que rever pessoas que eu não queria e reviver toda aquela situação que aconteceu. Acredito que o juiz nos vai ser favorável”, disse. Porém , deixou claro que acha que é muito cedo para cantar vitória. “Acho muita prepotência falar isso [em causa ganha] agora”, afirmou.
Doze testemunhas foram convocadas a depor, mas três foram dispensadas no fim da tarde pelos advogados da Uniban. A acusação trouxe duas testemunhas: o ex-segurança Eduardo Giacon e a colega de classe de Geisy, Paola Cristina Fernandes. O professor Rubens Fernando Soares foi considerado uma testemunha comum. Já a defesa da universidade contou com os depoimentos do coordenador pedagógico Fábio Boiani, do chefe de segurança da Uniban, Airton de Campos, da funcionária do RH Adriana dos Santos e da estudante de biologia Jaqueline Lopes, além de outros estudantes. O juiz Rodrigo Gorga Campos não permitiu que a imprensa acompanhasse os depoimentos.
Geisy Arruda foi a primeira a depor. Paola Cristina disse, ao deixar a audiência, que contou ao juiz o ocorrido em outubro de 2009. No dia do incidente, ela acompanhou Geisy quando a estudante se dirigiu ao banheiro. No trajeto, Geisy foi abordada pela estudante Jaqueline Lopes que a convidou a conhecer seus amigos.
De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, Jaqueline Lopes disse que os seus amigos acharam Geisy bonita e gostariam de conhecê-la. A estudante, então, foi com ela até uma sala de aula onde estavam os estudantes. Geisy foi até a porta e disse: “Estudem, meninos”.
O professor Rubens Fernando Soares afirmou, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, que houve muito tumulto na universidade. Os alunos chutaram a porta da sala onde estava Geisy e a maçaneta acabou se soltando e o atingindo. Eles gritavam: “Libera a loira”.
A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça explicou que as estenotipistas devem entregar até 18 de agosto a transcrição dos depoimentos dados na audiência desta quarta-feira. Após esse período, a acusação e a defesa têm 10 dias cada uma para avaliar os textos a apresentar suas considerações finais. Depois da apreciação de ambas as partes, o juiz estima que em 60 dias poderá anunciar a sua sentença, que será publicada no Diário Oficial.
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