terça-feira, 28 de junho de 2011

Depoimento do Goleiro Bruno na 'Assembléia Legislativa de Minas Gerais'

Alex Araújo
Do G1 MG
 
A sessão na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para ouvir o goleiro Bruno sobre denúncia de tentativa de venda de habeas corpus em favor dele terminou às 12h18 desta terça-feira (28), em Belo Horizonte. O jogador, que vai a júri popular sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, pediu ao fãs que acreditem na inocência dele. "Eu não pude dar retorno, agradecer todos os meus fãs. Podem acreditar em mim, nas minhas palavras. Eu sou inocente”, disse.

Bruno negou ter proposto ou aceitado qualquer tipo de corrupção para se livrar da acusação pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio, uma ex-namorada dele. "Quero sair da Nelson Hungria pela porta da frente",disse. O jogador disse que espera voltar ao trabalhar quando deixar o presídio. "Quero sair dali, para dar continuidade à minha carreira e cuidar dos meus entes queridos", disse o goleiro Bruno aos deputados da Comissão de Direitos Humanos.


Goleiro Bruno chora durante depoimento na Assembleia de Minas Gerais. (Foto: Alex de Jesus/O Tempo)Goleiro Bruno chora durante depoimento na Assembleia de Minas Gerais. (Foto: Alex de Jesus/O Tempo)

Logo no início do depoimento, Bruno fez acusação ao delegado Edson Moreira, da Polícia Civil em Belo Horizonte. “O senhor Edson Moreira me ofereceu R$ 2 milhões para sair, jogar o caso em cima do meu sobrinho. Como eu não devo nada, R$ 2 milhões para mim, na situação que eu me encontrava, eu resolvia em um estalar de dedos. Mas a Justiça tem que ser feita. Não é assim que as coisas se resolvem, disse Bruno em sessão na ALMG.
Procurado pelo G1, o delegado Edson Moreira comentou sobre a declaração dada pelo goleiro. "Deixa o Bruno pra lá. Ele já falou isto antes. Não tem o que negar. A gente só nega o que acontece", disse o delegado.

Bruno na sessão na Assembleia Legislativa (Foto: Alex Araújo/G1 MG)
Da esquerda para a direita, deputado Durval Ângelo,
goleiro Bruno, advogado Cláudio Dalledone,
deputado Rogério Correia. (Foto: Alex Araújo/G1 MG)
 
Antes do jogador, o advogado dele, Cláudio Dalledone, falou aos deputados. A sessão no Plenarinho I da Assembleia começou às 9h35 desta terça-feira (28). A noiva de Bruno, Ingrid Calheiros Oliveira, também participa da sessão. Os deputados Durval Ângelo e Rogério Correio conduzem os depoimentos.
A denúncia foi feita durante um depoimento de Ingrid, na Assembleia. Ela disse aos deputados, segundo a comissão, que a juíza Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas, teria intermediado conversa de Ingrid com um advogado que participou da defesa do goleiro. Este defensor teria proposto à noiva do goleiro uma assinatura de um contrato de R$ 1,5 milhão com cláusula de impetração de habeas corpus a favor de Bruno.
De acordo com a assessoria da ALMG, o goleiro foi convidado a participar da comissão. Ao término da sessão, ele retorna para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde está preso.

Réu pela morte de Eliza Samúdio
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza Samudio deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul. Segundo a polícia, Eliza teria sito morta no início de junho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia Civil indiciou Bruno e mais oito envolvidos no desaparecimento e morte da jovem. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público em agosto de 2010. O corpo de Eliza não foi encontrado.

Em dezembro de 2010, a mulher de Bruno, Dayanne; a ex-namorada de Bruno, Fernanda Gomes de Castro; o caseiro do sítio, Elenílson Vítor da Silva; e Wemerson Marques, o Coxinha, foram soltos e respondem em liberdade. O goleiro, o amigo Macarrão e o primo Sérgio estão presos e vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

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