O filme tem como cenário a Roma do inicio dos anos 1960, e conta a história de Marcello Rubini (Marcello Mastroianni em desempenho memorável), um jornalista especializado em histórias sensacionalistas. Ele escreve sobre estrelas de cinema, visões religiosas e a aristocracia decadente. Ao cobrir a visita da atriz hollywoodiana Sylvia Rank, fica fascinado por ela.
Através dos olhos deste personagem, Fellini mostra uma Roma moderna, sofisticada, mas decadente, com os sinais da influência estadunidense. O repórter é um homem sem compromisso, que se relaciona com várias mulheres: a amante ciumenta, a mulher sofisticada em busca de aventura, e a atriz de Hollywood, com a qual passeia por Roma, culminando no ponto alto do filme, a famosa sequência da Fontana di Trevi.
Uma sequência famosa do filme é a da abertura, na qual o jornalista, num helicóptero que transporta uma estátua de Jesus até o Vaticano, visualiza uma mulher tomando sol numa cobertura e grita para ela lhe passar seu número de telefone. O barulho dos motores impede que ambos possam se entender. A temática da falta de comunicação se repete ao longo de toda a produção.
Dentre os momentos mais importantes do longa estão aquele em que duas meninas atraem uma multidão ao fingirem ver uma aparição da Virgem Maria nos subúrbios de Roma; e o do personagem Steiner (Alain Cuny), um intelectual e colega de Marcello, que vive com a sua família numa aparente harmonia, comete o assassinato dos seus próprios filhos, um casal de crianças, e se suicida em seguida. Após a morte de Steiner, Marcello embarca numa vida de orgias. Neste mundo marcado pelas aparências e por um vazio existencial, o repórter frequenta festas, conhece os tipos mais extravagantes e descobre um novo sentido para a vida.
O drama “A Doce Vida” conquistou diversos prêmios internacionais. Ganhou o Oscar de melhor figurino e foi indicado nas categorias melhor diretor, melhor roteiro original e melhor direção de arte. O longa de Fellini conquistou a Palma de Ouro de Cannes.
Inédito. 174 min.
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