quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Lista de jornalistas que mudaram de canal:da Globo para a Record


1-SILVESTRE SERRANO
2-EMERSON RAMOS
3-LÚCIO STURM
4-CLEISLA GARCIA
5-ARNALDO DURAN
6-ANDRÉ RHODE
7-TATIANA CHIARI
8-THAÍS FURLAN
9-ADRIANA BITTAR
10-HELOÍSA VILELA
11-MAURÍCIO TORRES
12-MARCOS HUMMEL
13-CELSO FREITAS
14-PAULO HENRIQUE AMORIM
15-ROBERTO CABRINI
16-FABIANA SCARANZI
17-ANA PAULA GOMES
18-VINÍCIUS COSTA
19-LUÍS CARLOS AZENHA
20-ADRIANA ARAÚJO
21-CARLOS DORNELLES
22-VINÍCIUS DÔNOLA
23-RODRIGO VIANNA
24-MAURO TAGLIAFERRI
25-LUÍS MALAVOLTA
26-SÉRGIO HILINSKI
27-ABIGAIL COSTA
28-ROBERTO THOMÉ
29-LUIZ GUSTAVO
30-ANA PAULA PADRÃO
31-MYLENA CIRIBELLI
32-(?)QUEM SERÁ O PRÓXIMO?!

Nesta Segunda e nas outras também...


Sinônimo de cinema na TV, a sessão Tela Quente estreou no dia 7 de Março de 1988.O festival de filmes semanal da Globo substituiu o humorístico Viva O Gordo de Jô Soares, que na época tinha se transferido para o SBT.
O Retorno de Jedi inaugurou a primeira de muitas segundas-feiras de exibições de filmes, de modo geral inéditos do período de Abril a Dezembro.Durante o recesso da programação global, que vai de Janeiro a Março são apresentados os mais bem-sucedidos das duas últimas temporadas.No verão de 1989, excepcionalmente ela foi exibida as quintas-feiras para combater a liderança de audiência do programa A Praça é Nossa.
Tela Quente é o programa do gênero mais assistido da televisão brasileira, vindo sempre na sequência da novela das nove, ou do Big Brother Brasil, nas férias. Os arrasa-quarteirões dos grandes estúdios norte-americanos são lançados com uma diferença de quatro anos para as salas de cinema.
Atualmente a Globo tem contrato com a Fox, Sony Columbia, Dreamworks, Paramount, Disney e outros.
Em virtude da nova lei de classificação indicativa de obras audiovisuais, só podem ser mostradas fitas com recomendação livre e até 16 anos.
Desde a estréia da TV Digital no Brasil só são exibidos filmes em HDTV com Dolby Digital 5.1 e formato de tela 16:9 com as ferramentas Closed Caption (legendas) e SAP (som original do filme).
Esse ano o brasileiro "E se eu fosse Você" deu a largada para a maratona de filmes estreantes na TV aberta.
Seu antigo slogan "Tela Quente:pega fogo!" ainda é bem presente na sua atual abertura, no prestígio junto ao público e na participação comercial que ela tem para a emissora.
A concorrência tenta imitá-la, batizando suas sessões com títulos genéricos como:Tela de Sucessos do SBT, e Tela Máxima e Supertela da Record.
Permanecer 21 anos consecutivos no ar, não é para qualquer atração, ainda mais mantendo uma sequência de títulos inéditos praticamente o ano todo.Perante ao ritmo e a qualidade dessa incendiária sessão, não há cinéfilos que fiquem frios.

REDETV! OU REDETV?

HÁ QUASE 10 ANOS ATRÁS SURGIA A REDETV!
ERGUIDA SOB OS ESCOMBROS DA FALIDA REDE MANCHETE, ELA CHEGAVA COM A MISSÃO DE TRAZER AO PÚBLICO INOVAÇÃO E CONTEÚDO DIVERSIFICADO.EXISTE ATÉ UM VÍDEO NO YOUTUBE APRESENTANDO A NOVA PROGRAMAÇÃO.ERA A ESPERANÇA DE UMA NOVA ALTERNATIVA A MESMICE DA TV BRASILEIRA.ERA! PORQUE DUROU POUCO TEMPO.
LOGO VIERAM OS CONHECIDOS TELEBARRACOS E "TESTES DE FIDELIDADE" DO JOÃO KLÉBER, UMA ATRAÇÃO ERÓTICA COMANDADA POR MONIQUE EVANS, JORNALISMO POLICIAL DA BOCA DO LIXO, ESCÂNDALOS DE TODOS OS GÊNEROS NO SUPERPOP, DISFARÇADOS FORMALMENTE PELA PALAVRA "POLÊMICA".
IMPROPÉRIOS INFINITOS PARA UMA EMISSORA RECÉM-CRIADA.
DENÚNCIAS DE TELESPECTADORES E AÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO FORAM PODANDO AOS POUCOS OS EXCESSOS DA GRADE.
E A REDE TV! FOI ESVAZIANDO A SUA PROGRAMAÇÃO, SAINDO DE SEU FOCO INICIAL; HOJE LOCA VÁRIOS HORÁRIOS PARA IGREJAS EVANGÉLICAS E CANAIS DE TELEVENDAS.OS POUCOS PROGRAMAS QUE RESISTEM SEGUEM A MESMA LINHA RODAPÉ DE UM PASSADO RECENTE.
AS VINHETAS INTERPROGRAMAS ERAM UM SHOW A PARTE, TÃO BEM-FEITAS E CHAMATIVAS COMO AS GLOBAIS.MAS FORAM SUBSTITUÍDAS POR OUTRAS QUE NEM AS IMITAM DE LONGE.
A REDETV! TEM ORGULHO DE SER A EMISSORA MAIS ADIANTADA NA INSTALAÇÃO DA IMAGEM DIGITAL NAS SUAS ATRAÇÕES, MAS PARA QUÊ , TANTA TECNOLOGIA, SE NÃO CRIA , NEM PRODUZ NADA À ALTURA DO INVESTIMENTO?VIVER SÓ DE PUBLICIDADE BARATA E SENSACIONALISMO VIA SÔNIA ABRÃO, COBERTURAS TRASH DO CARNAVAL, PERSEGUIÇÕES A CELEBRIDADES E ESPETÁCULOS DE FALTA DE ÉTICA E HUMANIDADE ESPALHADAS NO SEU HORÁRIO NOBRE NÃO TRAZEM VANTAGEM ALGUMA, SÓ AJUDAM A PIORAR A IMAGEM DA REDE A OLHOS VISTOS.
UMA RARA BOA NOTÍCIA DE QUALIDADE NA SUA PROGRAMAÇÃO É O TELEJORNAL LEITURA DINÂMICA, QUE MESMO COM RESSALVAS PRIMA POR SER BEM REALIZADO E SE DIFERENCIAR DOS DEMAIS.AINDA ASSIM, TENTAM DESGASTÁ-LO REPETINDO PELA MANHÃ UMA EDIÇÃO QUE TENTA SER EQUIVALENTE A DA NOTURNA, O QUE NÃO ACONTECE.
SEU MAIOR SUCESSO DE AUDIÊNCIA, O PÂNICO NA TV É UM PROGRAMA OUSADO E DIVERTIDO, MAS QUE ULTRAPASSA OS LIMITES DA EDUCAÇÃO, DO RESPEITO ALHEIO, E DESCONHECE TOTALMENTE O SENTIDO DA PALAVRA AUTOCRÍTICA.
TÃO LOGO, NASÇA NOS DONOS DA EMISSORA A VONTADE DE QUERER MUDAR, DE QUERER LUTAR COM AS GRANDES REDES PELA PREFERÊNCIA DOS TELESPECTADORES, APRESENTANDO PRODUTOS ORIGINAIS E DE UM NÍVEL MAIS ELEVADO.
SE CONTINUAR ASSIM, A REDETV! QUE USA A EXCLAMAÇÃO COMO LOGO, TERÁ QUE MUDAR DE PONTUAÇÃO, E USAR A INTERROGAÇÃO NO FINAL DO NOME...REDETV?
AFINAL QUE TV É ESSA???

E agora, quem poderá nos defender?!?!?!

Onde estará o Chapolin Colorado?
Porque o SBT não exibe mais o seriado?
Perguntas, que o diretor de programação do SBT, Silvio Santos e sua assessora-filha, Daniela Beiruty poderiam responder.
Mas como diria uma propaganda do canal Futura:o que move o mundo não são as respostas, mas, sim, as perguntas...
De qualquer forma faz muita falta escutar os bordões "Não contavam com minha astúcia", "Sigam-me os bons!" , "Suspeitei desde o princípio...", ou ainda "Palma, palma, palma, não priemos cânico"...
O herói da marreta biônica, que tanto divertiu a infância e juventude das décadas de 80 e 90, parece ter sido pintado com aquela tinta invisível de um de seus episódios, tão transparente como a tinta da grade voadora do SBT, e assim o Polegar Vermelho desapareceu mesmo de vez.
É por isso, que o SBT perdeu grande parte de seu público: a famosa e eficiente inconstância de sua programação.Nós, saudosos espectadores das desventuras do Chapolin ficamos aguardando para quem sabe um dia, o bom senso do patrão mude, tire, aquele tosco do Arnold do horário e o coloque novamente no ar.
Em breve o contrato de Chaves e Chapolin da Televisa com o SBT acaba.Talvez quem saiba, não poderemos revê-lo na Record, que hoje tem um grande contrato com a emissora mexicana.Tudo é possível...aliás, só para refescar a memória dos mais desavisados; Pica-Pau, Gugu Liberato e o recente Ídolos, ícones do SBT, já se mudaram pra lá...

De olho no Profissão Repórter

Excelente mais uma vez o Profissão Repórter de ontem sobre as feiras livres.
Logo quando transformaram esse quadro do Fantástico em programa próprio e semanal, achei que seria mais para "encher linguiça" na grade da Globo, que na época tinha problemas de audiência, quando começava mais cedo o Jornal da Globo.
Engano mesmo.Pois, vejo agora foi um grande achado de conteúdo de qualidade para os fins de noite da tv.
Num formato rápido e que mostra os bastidores da reportagem, o controle remoto fica descansando por pelo menos meia-hora.

Fim Anunciado

Fará muita falta na grade de programação de 2010, o seriado Toma Lá, Dá Cá, que segundo seu criador, Miguel Falabella encerrará as atividades em dezembro desse ano .
Diante tanto moralismo e "quadradismo", a linguagem dessa sitcom, com diálogos ágeis, sarcásticos e muito inteligentes, faz uma grande diferença no panorama politicamente correto e chatinho de muitos textos televisivos.Lembra muito Os Normais nos seus áureos tempos, de dizer coisas risíveis, sem o menor pudor, sem nenhum policiamento; e a atuação do elenco, como diria Giovanni Improtta:"é felomenal!!!!"
O fim de Toma Lá, Dá Cá no auge do sucesso é um completo desperdício.Para preencher a vaga, deverá voltar A Diarista.Nada contra, pois é uma série de muita qualidade também, mas já que não podem continuar no ar, as peripécias dos moradores do Jambalaya, pelo menos deveriam estrear outro projeto para o mesmo lugar.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Personagens Inesquecíveis


FILOMENA FERRETO

"Inútil!"
Filomena Ferreto foi um tipo bem particular interpretado por Aracy Balabanian, criado pelo novelista Sílvio de Abrêu para A Próxima Vítima em 1995.
Uma mulher séria e fria, que domina os negócios da família e a vida dos seus familiares com mãos de ferro.
Casada com o submisso Eliseo Giardini, ela não teve filhos, mas trata sua sobrinha Isabela como se fosse a sua própria cria.São os raros vestígios de amor que a dura líder do clã italiano demonstra por alguém que não seja ela mesma.
Vivia as turras com as irmãs Francesca, Carmela e Romana.
Silenciava o romance extraconjugal do cunhado Marcelo Rossi com a cozinheira Ana Carvalho, de quem era sócia na Pizzeria da Mamma.
Gananciosa, ajuda na farsa criada por Francesca que queria escapar do assassino da trama; tornando-se cumplice do plano para forjar a morte de sua irmã mais velha, em troca desta passar todas as ações do Frigorífico Ferreto e todos os seus bens para ela, devidamente registrados em cartório.
Moralista e controladora, ela interfere no romance de Carmela com um rapaz bem mais jovem que ela, trazendo o ex-marido da irmã caçula, Adalberto Vasconcelos para morar na mesma casa, trabalhar nas empresas do grupo Ferreto com a missão de atrapalhar e acabar com esse namoro.
Mas, no meio da novela, surge Romana, que morava em Firenze e veio passar uma temporada na mansão da família.E aí, que começa o declínio de Filomena, sempre tão aguda e autoritária, ela passa a ser enfrentada e provocada o tempo todo.Um dos principais motivos de seus desentendimentos é a relação de Romana com o gigolô Bruno e a festa, que ela inventou fazer na mansão para apresentá-lo a sociedade paulista.Outra razão foi a venda das suas ações para Carmela, com a intenção de diminuir o poder de Filó como acionista majoritária.
Filomena Ferreto tinha um estilo bem clássico.Mesmo não tendo sido inspirada em algumas personalidades bastante conhecidas, ela tinha um perfil na postura discreta e rígida bem parecida com as britânicas Margareth Thatcher e rainha Elisabeth II; também lembrava muito a saudosa atriz Lélia Abramo na fisionomia e no sotaque.
Filó era uma dama de pedra, que com toda aquela educação e diplomacia derrubava tudo que estivesse no seu caminho, passava por cima de tudo e todos; mas como toda italiana era uma sentimental.
Quando soube da morte da irmã Romana, que foi dopada e jogada na piscina pelo amante Bruno a mando de Isabela Ferreto, o investigador Olavo de Melo a questiona sobre o relacionamento difícil que tinham.Chorosa, ela responde:"Isso não tem a menor importância, ela era minha irmã!"
Outro momento de emoção foi a perda do marido Eliseo, seu confidente e amor de toda a vida.Saudosa, ela pegava uma caixa, onde guardava antigas cartas do casal, lia, apertava contra o peito e chorava.
A descoberta do caráter da bambina, modo como ela chamava a megera Isabela a abalou profundamente.No início como mesmo dizia, tentou reeducá-la, mas percebeu depois, que um monstro como aquele, não tinha conserto.Por fim a expulsou de casa.
No último capítulo, Filomena quase é assassinada por Adalberto, que mira o revólver em sua direção, e usa seu bordão tão típico no enredo:"inútil!"...mas o investigador Olavo para defendê-la atira no serial-killer, que morre na sala de visitas.
Filomena Ferreto termina só e faz uma viagem para se refazer das perdas e golpes da vida, tentando voltar a ser a mulher forte que era.
O HIPERSESSÃO destaca o brilhante desempenho da atriz Aracy Balabanian num papel difícil, que ela soube conduzir tão bem com riqueza de detalhes, representando a líder de uma família, que mais parecia uma máfia de saias.Excelente criação do mestre do suspense tupiniquim Sílvio de Abrêu.




terça-feira, 22 de setembro de 2009

R7...o portal de notícias da Record está chegando



















No próximo domingo será inaugurado o portal de notícias R 7 da Record, que vem munido de um investimento milionário para competir com UOL, Terra, IG, e G1 da Globo.com.
Foram contratados a peso de ouro, os ex-colunistas da Folha de São Paulo, Daniel Castro e Fabíola Reipert, além de Rosana Hermann e Antonio Guerreiro como diretores de produção de conteúdo.
Em lugar nenhum do mundo, existe 100% de liberdade editorial, mas basta saber se os mesmos antes famosos titulares das colunas Outro Canal e Zapping terão a mesma independência que tinham na Folha.
Será que poderão falar francamente sobre a estreita relação entre o cliente Igreja Universal e Rede Record?Ou vão ter que ficar elogiando a qualidade da novela Bela, a Feia, e anunciando o tempo todo o retorno do tosco reality A Fazenda?Torço para que esteja enganado...o importante é tentar!Vamos ver...

Morre a atriz Dirce Migliaccio

Dirce Migliaccio


Faleceu nesta manhã de terça-feira (22/09) no Hospital Álvaro Ramos, na Taquara em Jacarepaguá, a atriz Dirce Migliaccio, vítima de complicações de uma pneumonia e problemas renais.
Ela fez grande sucesso interpretando a boneca Emília na primeira versão do Sítio do Pica-Pau Amarelo.Depois destacou-se como uma das três irmãs Cajazeiras no seriado e na novela O Bem Amado, ao lado de Paulo Gracindo.Foi a brava Conceição em A Gata Comeu.
Participou intensamente do cenário teatral, tendo estreado nos palcos na peça "Eles não usam Black tie em 1958.
Em 1962 fez O Assalto ao Trem Pagador do diretor Roberto Farias, atuou em Simão, O Fantasma Trapalhão e no mais recente Xuxa em Sonho de Menina.
Sua última aparição no vídeo foi ano passado, num episódio da série Casos e Acasos.
Dirce tinha 75 anos, e era irmã do ator Flavio Migliaccio, o tio Karan de Caminho das Índias.
Siga em paz, Dirce Migliaccio!!!Parabéns pelo ser grande ser humano e artista que foi...seu nome estará sempre...ESCRITO NAS ESTRELAS!!!!!

A nova abertura de Viver a Vida



Tentaram melhorar, mas a abertura da novela Viver a Vida continua sem expressão.

Inserir imagens dos capítulos já exibidos dentro daqueles balões não resolveu muita coisa, ficou, ao meu ver, desconexo e insosso.

A Globo e Hans Donner sempre tão criativos e geniais nessa área, colocaram dessa vez, literalmente o pé na jaca!

Salva-se mesmo só o logo; a assinatura vamos supor...da Helena com a caneta (só se fosse uma hidrocor), emprestada pelo Marcos, seu par na história nas ações do primeiro capítulo.

As Três Estações da Globo

Nos meados da década de 80 e começo da década de 90, a Globo apresentava uma temporada de filmes, alguns inéditos, geralmente de terça a sexta, as 22:30.Um festival de filmes, batizados com o nome das estações do ano.O outono foi a única "sessão-estação" que não existiu.Tinham duração de um até três meses como era o caso do Festival de Verão, que reprisava a maioria do pacote de títulos inéditos exibidos pela emissora no ano anterior.
Abaixo você acompanha as vinhetas de abertura com as trilhas de cada festival de cinema:





Personagens Inesquecíveis


SEU OSCAR

"CADÊ O MEU LEITINHO ESPEERRRTO?!?!?"

O saudoso ator Luís Carlos Arutin viveu na novela A Gata Comeu de Ivani Ribeiro em 1985 um de seus personagens mais populares da tv, o divertido malandro "seu" Oscar.Pai da professora Ivete e do garoto Nanato, e casado com a batalhadora Conceição, ele finge ter a saúde frágil para não ter que trabalhar.Incentivado por ela, ele vai a praia fazer caminhadas para se restabelecer, quando, na verdade seu intuito é paquerar várias mulheres, jovens e bonitas.Conceição sempre franca e rigorosa o trata como "santinho", enquanto todos a sua volta já conhecem a farsa e tentam avisá-la, mas tudo parece inútil.As crianças da trama, certa vez fazem buracos na calça, que ele guardava na banca de revistas e jornais do compadre Vicente para vestir short e camiseta para tomar seu "banho de sol".O plano dos curumins quase deu certo...tentando entrar em casa, sem que ela perceba a mudança de traje, não escapa do flagrante, mas ela não recrimina e aceita.Mas, um dia a casa cai, e caiu mesmo.Oscar esquece o boné , que Conceição imaginava que ele usava para se proteger do sol e sai em sua busca, Nanato tenta convencer a mãe a desistir da idéia, mas ela segue em frente, até que em uma esquina vê Oscar flertando com uma moça e falando mal dela, que sempre o protegia e defendia.Chegando em casa, ela revela a verdade e saí atrás do picareta com um porrete no quintal acertando-lhe alguns golpes, além de fazê-lo tampar o nariz e beber vários copos duplos de leite.Oscar de vagabundo passa a encarar vários empregos arranjados por Conceição, em um deles, numa padaria, ele faz entrega de mercadorias numa bicicleta cargueira.Em outro disfarçado de palhaço na rua, tentando fugir de uma nova ocupação, ganha um dinheiro doado por Conceição, que não o reconhece.Entre idas e vindas o incorrigível bom vivan acaba sendo aceito pela família como ele é, um homem de bom coração, mas que não ama o trabalho.Saudades de suas armações e de sua trilha bem típica:Brasileiro Train, de Naima and Papagayo.Um grande passeio pelos anos 80, pelo bairro da Urca, uma grande lembrança de um fantástico ator como o Arutin, que nos deixou interpretações tão perfeitas como esta. Ivani Ribeiro criou uma personagem admirável, que faz parte de uma maneira especial da história da teledramaturgia brasileira.Na sequência, escutem a canção, tema de Oscar, o malandrão incorrigível da Urca:


Abaixo, o dia em que Conceição flagra a farsa de Oscar e lhe dá uma surra:

Morre a autora de Beleza Pura, Andrea Maltarolli

O ADEUS DE ANDREA MALTAROLLI
Foi um choque ler a notícia da morte da autora Andrea Maltarolli publicada na internet, e sem muitas explicações a princípio.
Jovem e talentosa, esperava, que ela fosse escalada logo para uma das próximas novelas do horário das 7.Aliás, dia desses, pensei...porque ao invés de colocar um remake depois da novela do Bosco Brasil, não trazer de volta a criadora de Beleza Pura para os folhetins dessa faixa?
Afinal, ela foi bem-sucedida com uma história leve e divertida, trouxe um novo oxigênio para as tramas globais, e fez explodir em populariedade a personagem Rakelly.
Mas, agora, surpreendido como muitos vejo, que não seria e nem será possível.Ela já estava doente, sofria de uma metástase de câncer de mama.Assunto esse, que, ela tratou com a personagem Vera, interpretada por Bia Seidl na temporada de 2001 de Malhação, seriado, que juntamente com Emanuel Jacobina ela ajudou a dar vida, depois de participar da Oficina de Roteiristas da Globo em 1994.Malhação é um filho já adolescente com 14 anos no ar e, Andrea Maltarolli pode ser considerada a "mãe" de Malhação.
Esperamos agora matar a saudade um dia do seu texto tão primoroso, quem sabe, daqui mais um breve tempo no Vale a Pena Ver de Novo...
Ou talvez, ver a novela Operação Vaca Louca, original dela, que por motivos desconhecidos foi engavetada, desenvolvida por outras mãos como ela gostaria.
Andrea tinha 46 anos e faleceu no Rio de Janeiro.
De qualquer forma, fica aqui a minha reverência, carinho e admiração pelo ser humano e pela profissional excelente que foi, que seu nome fique para sempre...ESCRITO NAS ESTRELAS!!!!!
Abaixo, as aberturas das obras assinadas por Andrea Maltarolli:Beleza Pura e Malhação


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Morre o ator Patrick Swayze


PATRICK SWAYZE*18/08/1952
+14/09/2009

O ator norte-americano Patrick Swayze nascido em Houston, faleceu dia catorze em Los Angeles.Há um ano ele vinha lutando contra um câncer, diagnosticado no pâncreas.
Começou sua carreira como bailarino clássico, mas foi como ator de cinema, que tornou-se conhecido do grande público.Ele fez enorme sucesso no filme "Dirty Dancing-Ritmo Quente" e se superou no recordista de bilheteria Ghost, Do Outro Lado da Vida, onde foi indicado há vários prêmios de melhor ator.Destacou-se ainda em "Caçadores de Emoção" ao lado de Keanu Reeves, e "Para Wong Foo -Obrigado por Tudo Julie Newman".Sua última participação foi como agente do FBI no seriado "The Beast", produzido ano passado.
Era casado há 34 anos com Lisa Niemi, sua colega na escola de dança de sua mãe , Patsy Swayze.
Eles não tiveram filhos.
O HIPERSESSÃO reverencia o ser humano e artista, que foi Patrick Swayze e coloca seu nome para sempre...ESCRITO NAS ESTRELAS!!!!!

domingo, 20 de setembro de 2009

Ex-pastor da Universal denuncia Edir Macedo por exploração de fiéis



“Aprendi a extorquir o povo”Um ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus relata como o bispo Edir Macedo o instruía a tirar dinheiro dos fiéis e a depositá-lo em contas no exteriorMariana Sanches, de Balneário Camboriú (SC)


A casa no bairro de Cascadura, Rio de Janeiro, onde Gustavo Alves da Rocha passou a infância ficava a cerca de 1 quilômetro de distância do local onde foi erguido o primeiro templo da Igreja Universal do Reino de Deus, há 32 anos. A vida de Gustavo e a de Edir Macedo, o líder da Universal, só se entrelaçaram, porém, quando os dois cruzaram o Oceano Atlântico. Em 1996, Gustavo, aos 16 anos, morava com sua tia em Londres. O bispo Macedo acabara de abrir sua primeira igreja na Inglaterra e precisava de um tecladista que animasse as reuniões dominicais. O tempo livre e o talento musical de Gustavo se encontraram com as ambições do bispo Macedo no número 232 da Seven Sisters Road, no bairro londrino de Finsbury Park. Era lá que ficava a primeira igreja da Universal em Londres, onde Gustavo foi empregado como tecladista.
Três anos depois, Gustavo se tornou pastor da Universal em Nova York. Ele diz que era responsável por contar e fazer o depósito do dízimo recolhido nos 26 templos da Universal em Nova York. Diz ter sido instruído a se casar com a empregada doméstica do bispo Macedo, Jacira Aparecida da Silva, e conta que se mudou para a casa de Macedo, nos Estados Unidos, onde morou por quase três anos. Da sala da luxuosa casa do bispo, Gustavo afirma que assistia a Macedo orquestrar por rádio a expansão dos templos da igreja e dos negócios de comunicação, hoje alvos de investigação pelo Ministério Público.

Gustavo diz ter ouvido o bispo Macedo instruir seus bispos a trocar dólares para ele em São Paulo, diz ter depositado dinheiro do dízimo em duas contas no exterior, uma delas em nome de um pastor americano amigo de Macedo, conhecido como Forrest Hills, e afirma que o dinheiro dos fiéis era usado para investimentos na TV Record. “Em 2003, fizemos com os fiéis de Nova York uma campanha para arrecadar US$ 1 milhão. Foi com esse dinheiro que a Record montou o estúdio em Manhattan”, diz. As ligações de Gustavo com a igreja são comprovadas por documentos como passaporte, contracheques e fotos. A TV Record negou as acusações.

Em 2004, Gustavo foi demitido pelo bispo Macedo. Hoje, ele é considerado pelos promotores uma testemunha importante nos processos abertos contra o fundador da Universal. Seu depoimento poderá contribuir para confirmar as suspeitas de estelionato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha que recaem sobre o bispo Macedo e a cúpula da igreja e da Rede Record. Gustavo hoje trabalha de madrugada como taxista em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Mora numa casa de quatro cômodos, alugada, que não guarda nenhuma semelhança com o luxo e o conforto que Gustavo diz ter experimentado em Nova York. Não tem mais o dinheiro que juntou enquanto era pastor. Desde que voltou ao Brasil, já morou em mais de cinco cidades. Aos 29 anos, diz ter dificuldade para arrumar emprego e afirma temer represálias de membros da Universal. Ele contou a história que viveu na igreja num depoimento de cinco horas concedido a ÉPOCA.

Procurada por ÉPOCA, a Igreja Universal confirmou que Gustavo foi pastor da igreja, “desligado da obra por motivos de prática de conduta contrária aos bons costumes e à moral”. Disse que “a Igreja Universal, seus bispos e pastores fazem tudo dentro da maior legalidade” e negou que Gustavo tivesse sido instruído a se casar com uma mulher indicada pelo bispo Macedo e que tivesse morado na mesma casa que ele. A Universal negou ainda que Jacira Aparecida da Silva tivesse trabalhado como empregada doméstica para o bispo Macedo. A TV Record afirmou, também por e-mail, que não faz nenhuma transação com dinheiro oriundo da Universal: “Todos os salários dos funcionários da Rede Record são pagos pela emissora em conta-corrente dos beneficiários e todos os investimentos são pagos pela emissora com recursos próprios”. A seguir os principais trechos do depoimento do ex-pastor Gustavo Rocha.
“Edir Macedo nos ensinava a atingir as metas que ele criava para cada igreja, e a meta era financeira. Não era de fiéis “
GUSTAVO ROCHA, ex-pastor da Universal. Na foto, tirada em 2001, ele aparece no altar de uma das igrejas que comandou em Nova York
Como conheceu o bispo Edir Macedo“Eu nasci no Rio de Janeiro, mas quando tinha 12 anos fui morar com uma tia em Londres. Uma tarde eu estava passeando com minha tia pelas ruas de Finsbury Park e vi um teatro. Resolvemos entrar. Na porta estava escrito apenas Teatro Arco-Íris. Aí eu vi um piano e, como sempre tive paixão pela música, pedi para tocar um pouco. Quem veio até mim foi o Edir Macedo. Ele me pediu para que eu tocasse “Yesterday”, dos Beatles. Ele elogiou e me perguntou: ‘Você sabe tocar música gospel?’. Eu respondi que não, mas consegui acompanhar no piano quando ele colocou umas músicas gospel para tocar no rádio. Ele disse que precisavam de um tecladista e eu, que tinha 16 anos, aceitei tocar todos os domingos em troca de algo em torno de R$ 50. Depois de uns quatro meses, minha tia procurou Edir Macedo para dizer que eu voltaria ao Brasil. Daí Edir veio com uma proposta: ‘Não, a gente vai ajudá-lo. Se você permitir, nós queremos investir nele. A igreja se propõe a pagar uma escola para ele aqui na Inglaterra’. A igreja pagou para mim por dois anos uma escola de idiomas, a London Capital College. Eu passei a morar na igreja e não tinha salário.”


A preparação para ser pastor“Quando fui morar na igreja, eu dividia um quarto com outros obreiros. Passei a tocar todos os dias, fazia a limpeza do templo, a evangelização, distribuía jornal da igreja de porta em porta. Eu não tinha dinheiro para ligar para minha família no Brasil, nem no Natal. Fiquei praticamente confinado. Minha tia deixou de me visitar, achou que eu estava fanático. Eles fizeram comigo um processo de preparação para ser um futuro pastor. Quando chegava alguém à igreja para pedir um conselho, o bispo Macedo me chamava: ‘Senta aqui do meu lado para você conhecer os problemas do povo e aprender a orientar as pessoas’. Foram dois anos sentado ao lado dele. Quando o fiel ia embora, ele perguntava: ‘Entendeu? Essa moça está com problema financeiro e está tão fragilizada que, se você disser Faça isso!, ela vai fazer. Você tem de despertar essa fé que está nela para que ela venha e traga uma oferta para a igreja’. Oferta significava dinheiro, mas no começo ele não falava muito a palavra ‘dinheiro’, para não me assustar. Dependia dele para ter roupas e comida. Aqueles que eram bispos tinham muito privilégio. Queria ter a vida que o bispo Macedo e outros bispos tinham, então eu me submetia a tudo o que mandavam. Cheguei a fazer um jejum e só beber água durante sete dias. Nesses dois anos não fui sequer uma vez ao médico. O bispo Macedo me dizia que eu tinha de usar minha fé para curar a gripe, a dor de cabeça. Fazia parte do processo de sacrifício.”
Como a Universal se expande“Eu e Edir Macedo saíamos pelo menos duas vezes por semana para procurar um teatro, um galpão onde desse para abrir uma nova igreja. A gente olhava primeiro a vizinhança. Se tivesse outra igreja na região, não valia a pena investir. E olhávamos se o povo era pobre ou de classe média. Se a área fosse pobre, era mais interessante, a igreja cresce mais. O bispo Macedo dizia que gente pobre tem todo tipo de problema. Então, é fácil ter argumento para atrair essas pessoas. Se fosse um pessoal com mais dinheiro, ele já pensava duas ou três vezes se valia a pena investir, porque apenas uma minoria frequentaria a igreja. Quando o bairro era de classe média, o pastor tinha de falar bom inglês e ter cultura, porque colocar um pastor escandaloso, ignorante, não dava certo. Em Londres, presenciei a criação de duas igrejas. Uma foi em Brixton e a outra em Peckham. Os cultos eram em inglês, 2% ou 3% dos fiéis da igreja eram brasileiros, 2% ou 3 % eram britânicos, e o restante eram africanos e jamaicanos. Havia uma preferência por colocar um pastor negro, para que os fiéis se identificassem mais.”
A escala em Portugal e a promoção“Depois de dois anos na Universal em Londres, meu visto de estudante venceu e não conseguimos renovar. Eu já estava com 18 anos. O bispo Macedo conversou comigo e disse que Deus estava me enviando para Portugal. Fiquei lá um mês e meio, morando em Lisboa, até que o bispo Macedo me avisou que ele iria me registrar como pastor da Universal e em 15 dias eu estaria em Nova York. Ele disse que não me deixaria em Portugal porque ele precisava de um pastor com bom inglês nos Estados Unidos. No dia 13 de maio de 1999, eu cheguei a Nova York. Eu passei a tocar piano na igreja principal, no Brooklyn. Depois de uns 15 dias, o bispo Macedo chegou a Nova York e me disse que eu não deveria ficar só tocando, passaria a pregar. Foi a primeira vez em que fui responsável por uma igreja, a igreja de Utica, no Brooklyn. E, como eu era um pastor registrado pela Universal, passei a ter um salário. Ganhava US$ 600 brutos por mês. Era pouco, mas não tinha despesa com água, luz, aluguel porque eu morava na igreja.”
As metas e o método de arrecadação“Em Utica, em dois meses, a igreja encheu. Cabiam 70 pessoas. O bispo Macedo achou que tinha valido a pena investir em mim. Comecei a fazer programas de TV e de rádio para a igreja e a participar das reuniões de pastores e bispos. Nessas reuniões, Edir Macedo nos ensinava a atingir as metas que ele criava para cada igreja. E a meta era financeira. Não era de fiéis. No primeiro mês, a minha igreja rendeu US$ 3 mil. Daí o bispo Macedo me falou: ‘Olha, Gustavo, este mês fez US$ 3 mil. Então, se no mês que vem você conseguir arrecadar só US$ 2.900, eu tiro a igreja de você. Você vai se virar para fazer US$ 3.500, senão eu vou descontar do seu salário, você não vai mais participar das reuniões e vai voltar para o piano’.”

“Fiquei tranquilo porque eu já tinha aprendido o trabalho. Ele me ensinou o seguinte: como era uma igreja pequena, primeiro eu tinha de fazer um atendimento corpo a corpo, conversar com cada um dos membros da igreja, visitar a casa, participar da vida. Eu levantava toda a vida da pessoa e determinava o dízimo. E eu ia colocando isso na cabeça das pessoas. Elas chegavam para me contar alguma coisa: ‘Pastor, fui viajar e bati meu carro’. Eu dizia: ‘A senhora está sendo fiel no seu dízimo?’. Ela dizia que não. Então eu falava que era por isso que ela tinha batido o carro. Óbvio que não tinha nada a ver, mas era uma questão de mexer com o psicológico, para que ela pensasse que as coisas ruins aconteciam por causa de um erro dela, e não por um erro da igreja ou um erro de Deus. Eu tinha de fazer aquela pessoa acreditar que o dízimo dela era uma coisa sagrada. Noventa e nove por cento das pessoas que vão à igreja, e isso eu ouvi do bispo Macedo, não vão para adorar a Deus. Vão para pedir, porque têm problemas no casamento, nas finanças, de saúde. Então o bispo falava: ‘Você chega para a pessoa e diz: Você está com problema financeiro, não está? Eu sei, eu estou vendo que sua vida financeira não está boa’. É muito fácil. Por serem pessoas humildes, elas estão mais propensas a certos problemas.”
O sucesso“As minhas metas sempre eram alcançadas. Edir me dizia: ‘Agora a meta é US$ 4 mil’, eu fazia 4 mil. ‘Agora é US$ 5 mil’, eu fazia US$ 5 mil. E, a cada mês que eu alcançava minha meta, eu ganhava mais crédito, até o ponto de o bispo Macedo falar: ‘Você não é pastor para essa igreja, você é pastor para uma igreja melhor. Vou te colocar numa igreja maior, onde a meta já não é US$ 5 mil, a meta é US$ 30 mil’. Fiquei seis meses em Utica e fui para a igreja de Bedford. Vinham umas 400 pessoas, e a meta mensal era de US$ 25 mil. Alcancei todas as metas outra vez. Peguei a igreja com US$ 25 mil e deixei com quase US$ 40 mil de doações mensais. Aprendi a extorquir o povo, tenho até vergonha de falar. Uma vez coloquei uma piscina de plástico no altar por 15 dias, cheia de água. Disse que aquela era uma água do Rio Jordão, onde Jesus foi batizado. Eu dizia que as pessoas iam ser batizadas na mesma água que Jesus, desde que dessem uma oferta. E era água de torneira. Uma vez consegui fazer os fiéis doar três carros. Eles iam embora e me deixavam as chaves e o documento. A igreja vendia para fazer dinheiro. Entre os pastores, a conversa sempre era: ‘E aí, já pegou o mês?’. ‘Pegar o mês’ significava cumprir a meta. Eu chegava para um pastor que tinha uma igreja melhor que a minha e perguntava: ‘Já pegou o mês?’. ‘Já, fiz US$ 80 mil’, ele dizia. Eu respondia: ‘Olha, meu mês está em US$ 50 mil, mas vou fazer uma loucura, vou passar o teu mês e vou pegar tua igreja, hein?!’.”
As gratificações“Quanto mais eu ganhava para a igreja, mais privilégios eu tinha. O meu pior carro foi um Toyota Corolla, era o primeiro carro de todo pastor. Do Corolla, passei para um Ford Focus, zero-quilômetro. Do Focus, tive um Honda Civic, do ano. Do Civic, fui para um Honda Accord. Nos Estados Unidos, morei em três casas diferentes. Conforme cumpria a meta, as casas aumentavam de tamanho, melhoravam de localização. O bispo Macedo pegava o relatório do mês, via a progressão de rendimentos e te perguntava: ‘Você está morando onde? E vai para a igreja com que carro? Faz o seguinte: fala com o bispo responsável para ele te mudar para tal casa’. Ele olhava em uma relação de pastores os bens que cada um estava usando e dizia: ‘Esse carro aí que você tem, dê para o pastor Álvaro e pega o carro do pastor Álvaro para você’. Era frequente essa troca de carros e casas entre os pastores. Como a gente não podia comprar mobília nem bens, só coisas pessoais, roupas, a mudança era bem rápida. Pastor não pode ter nada em seu nome, todos os carros que eu tive e casas em que morei estavam no nome da Universal.”

O casamento arranjado
“Em 2001, eu tinha 21 anos, era um pastor promissor e ainda era solteiro. Namorava havia dois anos uma americana que era obreira da igreja. Houve uma dessas reuniões de bispos e pastores e o Edir Macedo estava chamando a atenção de todo mundo. Ele olhou para mim: ‘Fica de pé. Você está namorando?’. Eu disse que sim. ‘Mas quem autorizou seu namoro? Está tudo errado. Você vai pegar o meu celular e vai ligar para sua namorada. Você vai dizer para ela que Deus não quer mais que vocês fiquem juntos.’ Eu fiquei indeciso, mas não teve jeito. Peguei o telefone, liguei para minha namorada no viva-voz e rompi com ela. Quando desliguei, ele disse para os pastores: ‘Estão vendo? A obra de Deus precisa de homens assim. Por você ter obedecido, vai ser abençoado agora. Você vai para o Brasil e vai conhecer uma mulher que Deus preparou para você. E você vai casar com ela. Você é um pastor da minha confiança, mas nela eu confio ainda mais do que em você, porque ela mora na minha casa, ela é minha empregada doméstica’. Embarquei para o Brasil no dia seguinte. Só conheci a Jacira no cartório. Dois dias depois, a gente casou no religioso. O bispo João Batista (ex-deputado federal) fez o casamento e pagou a lua de mel em Poços de Caldas (Minas Gerais). No dia em que partimos para a lua de mel, ele disse: ‘Gasta à vontade, porque quem está pagando isso é o povo. Não tem limite, fica tranquilo’.”

“Depois que voltei da lua de mel, passamos 15 dias na casa do João Batista, até que o visto da Jacira saísse. Era um apartamento por andar, com oito quartos. O João Batista guardava uma boa quantidade de dinheiro no escritório, notas de dólar e real. A Jacira me disse que estava acostumada a ver aquilo na casa dos bispos. Quando voltei aos Estados Unidos levando a Jacira, o bispo Macedo me disse: ‘Que bom que deu tudo certo. O visto dela já tinha sido negado antes, mas você conseguiu trazê-la’. O casamento garantiu a entrada da empregada doméstica dele nos Estados Unidos.”
A vasectomia“Logo depois que eu casei, o bispo Macedo me obrigou a fazer vasectomia. Ele justificava dizendo que um filho traria despesas e dificuldades para que eu fizesse a obra de Deus, já que com filho era mais difícil mudar de país. Ele dizia que a saída era, quando eu me tornasse um bispo, adotar, seguir o exemplo dele, dos genros dele, Renato Cardoso e Júlio Freitas. Os três primeiros médicos que procurei se recusaram a me operar. Eu tinha 21 anos e nenhum filho. O quarto topou, mas me disse que não recomendava. Fiz uma vasectomia irreversível. Enquanto eu estava nos Estados Unidos, dos 26 pastores que trabalhavam em Nova York, outros sete também fizeram. Se você não faz a vasectomia, perde a chance de crescer e chegar a bispo, vai ser só mais um pastor que fica 15 anos na mesma igreja e não sai do lugar.”
Na casa do bispo“Quando cheguei a Nova York com a Jacira, Edir Macedo e a mulher dele, a Ester, quiseram que ela fosse morar com eles. Eu era casado com ela. Daí eles me disseram: ‘Faz o seguinte. Pega um quarto aí e mora aqui com a gente’. Passei a morar no dúplex do Edir Macedo. Na casa dele, ouvi as conversas da cúpula da igreja. Era comum diálogos em que o bispo Macedo dizia: ‘Romualdo, como é que foi a campanha da Fogueira Santa aí no Brasil?’. E o bispo Romualdo Panceiro (outro dos auxiliares de confiança do bispo Macedo) dizia: ‘Olha, bispo, não foi muito boa não, deu só R$ 18 milhões’. Dinheiro na casa de Edir Macedo não era problema. Dirigia os carros dele, umas Mercedes antigas e superluxuosas. No dia a dia, ele não é religioso. A mulher de Edir Macedo, a Ester, tinha dentro de casa uma clínica de estética, com aparelhos de última geração. Quanto se gastava na casa do bispo Macedo era uma coisa que nem se fazia um cálculo, porque não precisava. Os outros bispos também viviam muito bem. Como os pastores, eles também tinham um contracheque bem baixo, mas era só fachada, para mostrar em caso de investigação. Mas o salário que vinha por fora era muito maior. Eu já presenciei durante a contagem da oferta os bispos dividirem o dinheiro entre si, esse ou aquele bispo tirar US$ 10 mil de uma oferta de US$ 50 mil. Eu também ganhava coisa por fora. Quando trabalhei com alguns bispos e a oferta era muito boa, o próprio bispo dizia para eu pegar um dinheiro para mim. Quando saí da igreja, eu tinha uns US$ 15 mil na conta que eu tinha tirado das doações dos fiéis.”
Os negócios da Record“Eu posso dizer que a Record e a Universal são uma coisa só. Era comum eu ouvir o bispo Macedo falando em casa com o presidente da Record, Honorilton Gonçalves, pelo radinho: ‘Ô, Gonçalves, você fez aquele depósito, contratou tal artista, tal jornalista?’. Para pagar funcionários, despesas de programas televisivos, o Edir Macedo pedia para o Romualdo Panceiro tirar o dinheiro da conta da igreja para passar para a conta da Record. De tempos em tempos, o Gonçalves e o Romualdo diziam: ‘Edir, o negócio aqui está complicado, o cerco está bem apertado. A investigação está andando aqui, eles estão fiscalizando’. O Edir dizia: ‘Vocês têm de fazer alguma coisa, tira o dinheiro da conta da igreja e faz a contratação em dinheiro vivo’. Sempre em dinheiro vivo. Eu me lembro de quando foi montado o estúdio da Record em Nova York, em 2003. O bispo Macedo diz que foi gasto US$ 1 milhão. Ele fez uma reunião com os pastores da igreja e disse: ‘Precisamos levantar US$ 1 milhão. Vamos fazer uma campanha, e todas as igrejas precisam atingir uma meta’. Daí, ele já dividiu ali quanto cada uma teria de obter. Era a campanha das Muralhas de Jericó. Conseguimos mais de US$ 1 milhão, e foi com esse dinheiro que comprou os equipamentos para a TV.”
As contas no exterior“Todo domingo à noite eu e alguns outros pastores éramos responsáveis por abrir os envelopes de dízimo e oferta e contar o dinheiro arrecadado pelas 26 igrejas de Nova York. Cada pastor guardava no cofre de sua igreja a oferta da segunda-feira até a última reunião do domingo. Daí levava tudo até a sede, no Brooklyn, para a contagem. Na segunda-feira de manhã, nós íamos ao banco fazer o depósito desse valor. O banco era o Chase Manhattan Bank. A matriz ficava a 300 metros da igreja. A quantia variava. Quando tinha uma campanha da Fogueira Santa de Israel, eu depositava tranquilamente US$ 1 milhão nesse banco por semana. Os depósitos eram feitos em duas contas. Uma no nome da Igreja Universal e a outra no nome de Forrest Higginbotham, um pastor americano que todo mundo conhecia como Forrest Hills. Ele pertencia a outra igreja, mas era uma pessoa de confiança do Edir Macedo. Foi o Forrest Hills quem ajudou a Universal a entrar nos Estados Unidos.”

“Lá nos Estados Unidos, eu também ouvi o Edir Macedo comentar umas quatro ou cinco vezes da necessidade de trocar dólares no Brasil, em São Paulo. Mas era uma tarefa que ele mesmo fazia ou passava para gente de muita confiança dele. Eles embarcavam no avião com o dinheiro e trocavam. Nunca soube quem eram os doleiros, mas posso te falar que os bispos que faziam esse serviço para ele eram os genros, o bispo Júlio Freitas, o bispo Renato Cardoso, o bispo Clodomir Santos e o bispo Romualdo Panceiro. Toda vez que eu ouvia falar em troca de dólar, era com esses bispos e o João Batista. O João Batista era com a maior frequência. O João Batista era, na gíria, a mula. Era ele quem levava, que trazia no avião, que fazia a transação, a troca. E, depois que ele fazia, ele levava nas mãos do Romualdo, do Clodomir. E com esses mesmos bispos, de altíssima confiança, o Edir costuma fazer umas reuniões na Suíça, em Zurique.”
A derrocada“Uns quatro meses depois de fazer a vasectomia, comecei a ter problemas com a cirurgia. Descobri que o médico que me operou acabou cortando uma veia que não deveria ter sido cortada. Tive uma espécie de trombose nos testículos. Tive de usar um dreno e fui afastado pelo médico da pregação, mas o bispo Macedo me mandava trabalhar mesmo assim, usar a fé para me curar. Tive de fazer mais três cirurgias. O bispo Macedo dizia que eu devia estar endiabrado, que eu estava recebendo salário da igreja para não fazer nada. A pressão para que eu voltasse a trabalhar era tanta que tive de mostrar ao bispo Macedo todos os papéis, exames, porque ele não acreditava que eu realmente estava doente. Quando ele viu os laudos médicos, notou que tinha havido um erro. Foi logo me dizendo que um processo daria uma indenização milionária.”

“Procurei um advogado, que me disse que era uma causa ganha e que o processo duraria um ano e meio e deveria render por volta de US$ 500 mil. Quando o Edir soube que eu procurei outro advogado e não o da igreja, ele ficou bravo. Disse que eu tinha de procurar o advogado da Universal para abrir o processo e que deveria passar uma procuração para ele, porque o dinheiro que viesse deveria ser dado para a igreja, para a obra de Deus. Eu me recusei, disse que precisaria do dinheiro, que teria de me tratar. E aí começou uma pressão, e eu resolvi desistir do processo e fazer um acordo de US$ 65 mil com o médico. No mesmo dia em que assinei o acordo, o dinheiro já estava na minha conta. Quando contei ao bispo Macedo, ele começou a gritar comigo, dizer que eu era maluco, perguntou onde estava o dinheiro. Eu disse que estava na minha conta. Ele me mandou ir ao banco na mesma hora, sacar o dinheiro e depositar na conta da igreja. Eu me recusei. E aí ele me disse que eu estava fora: ‘A partir de hoje, você não é mais pastor da Igreja Universal. Você vai embora para o Brasil e não procure mais a igreja’. Isso foi em julho de 2004. E eu, doente, com quatro cirurgias feitas, fui mandado embora sem receber um dólar da igreja, depois de cinco anos de trabalho na igreja. Nunca tive férias, não tinha dia de folga certo. Eu me senti usado.”

“Voltei para o Brasil, me separei da Jacira um ano depois. Eu sofri por ter entrado na igreja muito jovem, abandonei a família, não terminei os estudos. Eu não tinha amigos que não fossem pastores ou bispos, não sabia o que era lutar por um emprego, não sabia quanto era um aluguel. Perdi tudo. Eu sempre me lembro da frase que o bispo Macedo costumava me falar: ‘Se você sair da igreja um dia, todos esses demônios que você expulsou nestes anos vão voltar para sua vida’.”
“Fizemos uma campanha com os fiéis para arrecadar US$ 1 milhão. Com o dinheiro, a Record montou o estúdio em Manhattan”GUSTAVO ROCHA, ex-pastor da Universal
Fonte: Revista Época, Editora Globo, Portal G1