quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Personagens Inesquecíveis


FILOMENA FERRETO

"Inútil!"
Filomena Ferreto foi um tipo bem particular interpretado por Aracy Balabanian, criado pelo novelista Sílvio de Abrêu para A Próxima Vítima em 1995.
Uma mulher séria e fria, que domina os negócios da família e a vida dos seus familiares com mãos de ferro.
Casada com o submisso Eliseo Giardini, ela não teve filhos, mas trata sua sobrinha Isabela como se fosse a sua própria cria.São os raros vestígios de amor que a dura líder do clã italiano demonstra por alguém que não seja ela mesma.
Vivia as turras com as irmãs Francesca, Carmela e Romana.
Silenciava o romance extraconjugal do cunhado Marcelo Rossi com a cozinheira Ana Carvalho, de quem era sócia na Pizzeria da Mamma.
Gananciosa, ajuda na farsa criada por Francesca que queria escapar do assassino da trama; tornando-se cumplice do plano para forjar a morte de sua irmã mais velha, em troca desta passar todas as ações do Frigorífico Ferreto e todos os seus bens para ela, devidamente registrados em cartório.
Moralista e controladora, ela interfere no romance de Carmela com um rapaz bem mais jovem que ela, trazendo o ex-marido da irmã caçula, Adalberto Vasconcelos para morar na mesma casa, trabalhar nas empresas do grupo Ferreto com a missão de atrapalhar e acabar com esse namoro.
Mas, no meio da novela, surge Romana, que morava em Firenze e veio passar uma temporada na mansão da família.E aí, que começa o declínio de Filomena, sempre tão aguda e autoritária, ela passa a ser enfrentada e provocada o tempo todo.Um dos principais motivos de seus desentendimentos é a relação de Romana com o gigolô Bruno e a festa, que ela inventou fazer na mansão para apresentá-lo a sociedade paulista.Outra razão foi a venda das suas ações para Carmela, com a intenção de diminuir o poder de Filó como acionista majoritária.
Filomena Ferreto tinha um estilo bem clássico.Mesmo não tendo sido inspirada em algumas personalidades bastante conhecidas, ela tinha um perfil na postura discreta e rígida bem parecida com as britânicas Margareth Thatcher e rainha Elisabeth II; também lembrava muito a saudosa atriz Lélia Abramo na fisionomia e no sotaque.
Filó era uma dama de pedra, que com toda aquela educação e diplomacia derrubava tudo que estivesse no seu caminho, passava por cima de tudo e todos; mas como toda italiana era uma sentimental.
Quando soube da morte da irmã Romana, que foi dopada e jogada na piscina pelo amante Bruno a mando de Isabela Ferreto, o investigador Olavo de Melo a questiona sobre o relacionamento difícil que tinham.Chorosa, ela responde:"Isso não tem a menor importância, ela era minha irmã!"
Outro momento de emoção foi a perda do marido Eliseo, seu confidente e amor de toda a vida.Saudosa, ela pegava uma caixa, onde guardava antigas cartas do casal, lia, apertava contra o peito e chorava.
A descoberta do caráter da bambina, modo como ela chamava a megera Isabela a abalou profundamente.No início como mesmo dizia, tentou reeducá-la, mas percebeu depois, que um monstro como aquele, não tinha conserto.Por fim a expulsou de casa.
No último capítulo, Filomena quase é assassinada por Adalberto, que mira o revólver em sua direção, e usa seu bordão tão típico no enredo:"inútil!"...mas o investigador Olavo para defendê-la atira no serial-killer, que morre na sala de visitas.
Filomena Ferreto termina só e faz uma viagem para se refazer das perdas e golpes da vida, tentando voltar a ser a mulher forte que era.
O HIPERSESSÃO destaca o brilhante desempenho da atriz Aracy Balabanian num papel difícil, que ela soube conduzir tão bem com riqueza de detalhes, representando a líder de uma família, que mais parecia uma máfia de saias.Excelente criação do mestre do suspense tupiniquim Sílvio de Abrêu.




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