sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Richard Rasmussen do Aventura Selvagem e os animais que cria em casa


Cuidar de 24 animais, dentre eles 10 silvestres, daqueles que você encontra nas matas e que não parecem ser muito amistosos. Essa é uma das tantas tarefas de Richard Rasmussen, o biólogo e apresentador do programa “Aventura Selvagem” do SBT, que vai ao ar às sexta-feiras às 21h20. Em um sítio, localizado na Granja Viana, na cidade de Cotia (SP), --onde mora com a mulher Sabrina e os filhos Isabela, Eric e Lucca--, Richard passa cerca de uma hora pela manhã e outra pela tarde dando frutas, ração, água, ratos e outros tipos de alimentos aos seus bichinhos já domesticados. Eles são 12 cachorros (Bisteca, Mel, Pipoca, Sabujo, Luna, Frodo, Jade, Frida, Chuck, Malhado,Bolacha e Costela), sete quatis (entre eles, Teca, Tico e Jade), duas antas (Piuí e Madalena), um cavalo (Bretão), uma jiboia (Kaa) e a ararajuba (ainda sem nome).

Para cuidar de toda essa turma, ele conta com a ajuda de um ajudante chamado Daí e de um outro biólogo que faz parte de sua equipe de produção, Lourenço. Richard conta que tem “menos animais do que gostaria de ter” e que, infelizmente, nem sempre tem tempo para ficar com eles. “Minha vida é muito corrida depois da televisão [ele apresenta programas sobre a vida animal desde 2005]. Tenho que gravar 52 horas de programa por ano. Passo mais tempo viajando hoje em dia do quem em casa”, diz.

O interesse do apresentador por animais começou cedo. O avô materno, um alemão que gostava muito da fauna e flora brasileiras, viajava para o Mato Grosso e para o Amazonas. Quando Richard completou 9 anos, passou a acompanhar o avô nas aventuras. “Até então, eu morava em um sítio [em São Roque, em São Paulo] e era uma criança muito sozinha. Mas já me interessava muito pela vida dos animais silvestres. Tanto que meus primeiros bichos de estimação foram vários sapos, uma família. Eu fazia até festa de aniversário para eles e todos tinham nome próprio”, brinca Richard.


Mas, somente muito tempo depois ele pode se dedicar exclusivamente à vida animal. Richard foi por 10 anos auditor, já que formou-se primeiramente em administração de empresas. “Meu pai e meu avô eram administradores. E eu não podia quebrar essa corrente, né? Por isso, fui estudar economia na USP (Universidade do Estado de São Paulo) e cheguei, inclusive, a fazer um MBA na Toronto University, nos Estados Unidos”, diz. Paralelamente ao trabalho sisudo, o apresentador montou um grande criadouro conservacionista chamado "Casa da Tartaruga" que abrigava diversos animais vindos da polícia ambiental, do comércio ilegal e de resgate. “Foi isso que me preparou para ser biólogo. Anos depois fui fazer faculdade de biologia, consegui me formar em 2008. Mas esse contato com onças, cobras outros bichos foi essencial para fazer o que eu faço hoje”.


E é justamente na natureza, perto dos animais selvagens, que o biólogo fica mais vontade. Em 2003, ele fez um piloto parecido com o programa que apresenta hoje e enviou para diversas emissoras. “Fiz uma filmagem com uma micro-câmera sobre escorpiões. Aí, o [jornalista] Paulo Henrique Amorim, que apresentava o programa ‘Tudo a Ver’ da Record, me chamou ara fazer um bloco com bichos”. Neste meio tempo, Amorim foi para o “Domingo Espetacular” e lá Richard passou a ter um quadro fixo semanal: o “Selvagem ao Extremo”. Na emissora, ele ficou até 2009, e depois foi chamado para ter um programa só dele no SBT, o “Aventura Selvagem”. “Na Record, eu tinha muita liberdade de escolha, mas que tinha que ser muito ágil pois o quadro tinha só 15 minutos. E ele competia com outros programas de domingo, como ‘Pânico’ e ‘Domingão do Faustão’. Já no SBT, eu pude fazer as coisas mais ainda do meu jeito, e com mais tempo”, conta o biólogo.

Sobre o contato com espécies mais selvagens e até assustadoras aos olhos dos leigos, Richard conta que não tem medo, só de formigas. “Onça, leão, cobra...não é isso que vai te comer no meio do mato. São os acidentes bobos que podem te prejudicar. Eu tive uma experiência séria com formigas. Cheguei a um clarão no meio de uma floresta, todo animado, e, de repente, vi que o chão era um formigueiro imenso. Uma quantidade enorme de formigas subiu em mim e foi assustador”, afirma. Neste momento, o apresentador está no México gravando mais cenas para o seu programa do SBT. De lá, deve trazer gravações de arribadas (nascimento) de tartarugas e de mergulhos com tubarões-baleia. As cenas devem ir ao ar até o final do ano no "Aventura Selvagem".

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