Assistir ao seriado “A cura” é como fazer uma viagem a Minas Gerais. Além de boa parte da história ter sido gravada nas ruas de Diamantina, o elenco mineiro — encabeçado por Selton Mello e Andréia Horta — garante o sotaque carregado nos diálogos, com muitos rostos até então desconhecidos na telinha (leia mais nos quadros).
— Essa foi uma opção minha e do (diretor) Ricardo Waddington, para dar mais verdade à história. Eunice Bráulio, que faz a Nonoca, por exemplo, a gente achou num teste. Ela fala que ela é que me escolheu — diz o autor João Emanuel Carneiro.
A atriz conta que soube que a fofoqueira seria dela no momento em que leu o texto.
— Já fui até caracterizada de Nonoca, com uma roupa comprida, fechadinha, de cabelo preso... Tem personagem que se apropria da gente — conta ela, que, com mais de 30 anos de carreira no teatro, faz sua estreia na TV: — Sempre foi meu sonho trabalhar em televisão. Brinquei que eu estava me sentindo a Cinderela indo para o baile.
Agora, Eunice, que é de Estrela do Indaiá, curte a repercussão do trabalho.
— O pessoal aqui da rua diz: “Que vontade de bater na Nonoca!”. Apesar de ser a parte engraçada da história, ela também é venenosa — explica a atriz, de 55 anos, que mora em Belo Horizonte e diz ter se inspirado em várias pessoas para compor a personagem: — Tem muita Nonoca por aí!
Do teatro para a TV
Outra veterana dos palcos, Inês Peixoto se destacou nos primeiros episódios na pele da polêmica Edelweiss, a paciente curada por Dimas (Selton Mello) e vítima de um assassino misterioso. Mas o público ainda vai voltar a ver a personagem, que guarda muitos segredos do passado.
— Minhas professoras de pilates ficam mandando mensagens, perguntando o que vai acontecer, mas não posso contar (risos). Esse retorno das pessoas é muito gostoso — diz a atriz, de 50 anos, de Belo Horizonte.
Inês comemora a oportunidade de estar no seriado ao lado dos companheiros do grupo de teatro Galpão, Chico Pelúcio, o Genivaldo, e Fernanda Vianna, que faz uma participação na trama.
— “A cura” tem papéis interessantes na mão de atores desconhecidos na TV. Para a gente, é bem-vindo demais — conta Inês, que fez participação na série “Hoje é dia de Maria”.
Álvaro Chaer, que interpreta Wesley, conta que os autores incorporaram ao texto expressões típicas dos mineiros, sugeridas pelos atores.
— Nunca achei que pudesse haver esse tipo de troca em televisão — conta o mineiro, de 25 anos, que mora no Rio há cinco: — Fiquei muito feliz de reencontrar a Rita Clemente, que faz Samara. Ela foi minha professora de teatro, e cresci assistindo às peças do Galpão.
Tino Gomes e Dayse Belico
Os atores são Leleco e Gildinha, os pais de Cristiano, o amigo de Dimas que morreu há muitos anos. Tino, de Montes Claros, é também músico e escritor. Participou da minissérie “Grande sertão: veredas”, na Globo. Atriz, diretora e produtora, Dayse, que é de Belo Horizonte, faz sua estreia na TV.
Rogério Márcico
É Ciro, avô de Dimas, ex-prefeito da cidade. O ator é nascido em Poços de Caldas. Seus últimos trabalhos na TV foram nas novelas “Água na boca”, da Band, e “Maria esperança”, no SBT.
Rita Clemente
Sua personagem é Samara, mulher de Carlindo (Jackson Antunes). Atriz, diretora e professora de teatro, Rita tem trabalhos no cinema como os longas “Batismo de sangue” e “Pequenas histórias”.
Ferruccio Verdolin
Interpreta Antônio Carlos, o prefeito da cidade. Nasceu em Barão de Cocais, e, além de ator, é artista plástico e escritor. Participou dos filmes “O vestido” e “Depois daquele baile”.
Chico Pelúcio
É Genivaldo, o pistoleiro da cidade, que tem uma relação complicada com o filho, Wesley. Assim como Inês Peixoto, o ator, nascido em Cruzilha, integra o grupo de teatro Galpão. Faz sua estreia na TV.
Álvaro Chaer
Vive Wesley, melhor amigo de Lucinha (Luiza Mariani). Formado em artes cênicas pela Uni-Rio, já fez participações em “Malhação”, “A grande família” e “A turma do Didi”, entre outros.
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