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Gratidão. É essa a palavra que melhor descreve meu sentimento pelo CQC.
Sexta-feira passada eu, oficialmente, fui mandado embora. Me deram um pezão na bunda, me chamaram pra assinar um negocinho lá no RH da Band… Há quem possa ter motivos para sentir vergonha disso. Eu poderia ter me antecipado e ter dito que fui eu que pedi pra sair, mas não.
A primeira vez que eu ouvi falar nisso, foi através dessa matéria na internet:
Band vai dispensar metade do elenco do CQC; veja quem sai
Pensei comigo: Será? E se for mesmo, como irei me sentir?
O Proteste Já, quadro que eu defendi por 4 anos, foi a minha contribuição pessoal pra tentar fazer o meu país, pelo menos, um pouco mais justo e menos desigual. Lutei, argumentei, briguei, conversei, senti, raciocinei, debati. Pelo programa e por mim. O Proteste Já é um quadro incrível do programa, mas um tanto cansativo e desgastante, inclusive, emocionalmente.
Houve momentos em que a câmera não pode registrar o que se sente nas entrelinhas dos acontecimentos: funcionários burocratas, autoridades desumanas, seguranças autoritários, políticos dissimulados, profissionais oportunistas, assessores inescrupulusos… É uma enorme quantidade de energia que se esvai de se chegar em casa e apenas ter a vontade de deitar na cama e se deixar ser levado pelo sono.
Ultimamente, minha energia pra trabalhar neste quadro não andava equilibrada. Portanto, não foi de todo mal ser dispensado pelo programa. Viria em boa hora. Seria timing bastante sincronizado.
Passei um final de semana pensando profundamente em como seria viver sem fazer parte do programa que mudou a minha vida. Que me ajudou a divulgar um trabalho que eu tanto amo fazer: Meu show de stand-up, o “Putz Grill…” que levou mais de 1 milhão de espectadores nesses 7 anos ao teatro e que foi até premiado!
Através dele também consegui me tornar conhecido o suficiente para escrever uma “Autobiografia Não Autorizada”, e tirar sarro da minha própria vida perante os outros. Fiz na literatura algo que já fazia há anos em cima dos palcos.
O CQC deu felicidade me proporcionando conhecer pessoas como o Tom Cruise, ator que eu imitava no palco; Fernando Meireles, diretor que eu assisto no cinema; João Carlos Martins, o maestro cuja história pessoal e profissional eu admiro, José Saramago, escritor que eu li embevecido cuja entrevista que eu fiz foi parar num documentário sobre ele e o gênio do Silvio Santos!!!
Me proporcionou sentir emoções à flor da pele, me fazendo ir à Ilha de Marajó conhecer crianças que viajam até 5 horas de barco para estudar, crianças do Piauí que estudam em escolas de chão batido, mães de Caxias no norte do país que perderam filhos recém-nascidos.
Me proporcionou tristeza ao me tirar da bancada do programa, e, agora, do programa em si. Faz parte! O Custe o Que Custar foi um grandessíssimo divisor de águas pra mim. Não teria como ser diferente.
O saldo é positivo. Ri mais do que chorei. Ri muito. Ri de perder o fôlego inúmeras vezes em que saíamos na van do Apolo e o bullying corria solto, comigo e com todo mundo.
Então agradeço ao Diego Barredo, o primeiro diretor do programa. Um cara que viu meu vídeo de stand-up enquanto ainda fazia o casting lá na Argentina pela internet e me chamou pra fazer testes pro programa. Pra toda a equipe, aos que foram, aos que ainda estão e aos que continuarão. Ao Gonzalo Marcó, que me proporcionou grande parte das matérias que eu fiz nesse período todo, aos repórteres que se foram e que ficaram, aos fãs que gostam de mim e me seguem (agradeço, apesar de questionar esse mal gosto de vocês).
Aos jornalistas, blogueiros e colunistas sedentos pra que eu cuspa no prato que eu comi, informo: não tenho nada em vista. Nenhum projeto, nenhum convite, nenhuma emissora interessada. Só me restou a sarjeta. Já pensei sobre isso e tive uma importante decisão: rasparei a cabeça, chamarei um ex-aluno meu, comprarei um trailer, fabricarei metanfetamina com 96% de pureza, exterminarei o cartel e morrerei rindo.
E que venha o futuro!
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