sábado, 29 de janeiro de 2011
Silvio Santos vende o Banco PanAmericano
Silvio aceita vender banco ao BTG Pactual
Empresário e apresentador concorda em entregar o PanAmericano em troca de pagamento de rombo de R$ 4 bi
Fundo Garantidor de Créditos e BTG ainda têm de acertar como vão conseguir recursos para fazer o banco operar
MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO
Silvio Santos já aceitou vender o banco PanAmericano para o BTG Pactual, segundo assessores do apresentador. Agora só falta o Pactual e o Fundo Garantidor de Créditos acertarem como vão conseguir recursos para fazer o banco operar.
Negociação realizada ontem na sede do fundo com o Pactual terminou sem conclusão. O que se sabe é que Silvio concordou em entregar o banco ao Pactual em troca do pagamento do rombo de R$ 4 bilhões.
Em novembro, ele aceitara como um novo desafio a dívida de R$ 2,5 bilhões. Ao descobrir que a dívida aumentara para R$ 4 bilhões, teria preferido se livrar do banco.
O rombo do banco de cerca de R$ 4 bilhões, revelado ontem pela Folha, trouxe dificuldades extras para a instituição de Silvio. O buraco inicial era de R$ 2,5 bilhões.
O fundo emprestou esse valor a Silvio em condições melhores do que o BNDES oferece a vítimas das enchentes: são três anos de carência e TR, a taxa básica de juros. As vítimas não têm carência.
Uma das cláusulas da proposta do Pactual prevê o pagamento de R$ 1 bilhão para o fundo nos próximos meses.
Ontem, o PanAmericano reconheceu em comunicado a negociação do banco. Com o anúncio, as ações chegaram a subir 7,5%, perderam o ímpeto e fecharam estáveis.
O fundo, entidade privada que funciona com recursos que recebe dos correntistas, negocia com o Pactual porque foi ele que emprestou os R$ 2,5 bilhões que salvaram o PanAmericano, em novembro do ano passado.
É praticamente impossível saber qual será o montante que o Pactual vai pagar pelo PanAmericano, em razão do número de variáveis em discussão. Na reunião de ontem, representantes do Pactual apresentaram uma brochura com cerca de cem páginas e com 30 variáveis a serem negociadas. A complexidade da negociação levou o banco a adiar de segunda para quarta ou quinta-feira a divulgação do balanço de 2011.
O plano da diretoria é dar uma má notícia (o rombo de R$ 4 bilhões) ao lado de uma boa (a venda do banco).
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