segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Faustão magro dá entrevista
Avesso a entrevistas, Faustão abriu uma exceção e conversou com o "Jornalistas & Cia", um informativo sobre o mercado profissional do jornalismo e da comunicação empresarial. Na edição desta semana, o ex-jornalista e hoje apresentador da Globo falou sobre seus grandes prazeres: conversar, viajar, e cuidar dos filhos. Contou também curiosidades sobre os eventos de pizza que costuma promover em sua casa, em São Paulo, e sobre o passado de coroinha. Leia aqui alguns trechos da entrevista:
CONVERSAR - "Sou um cara antigo. O meu lazer, na verdade, é o lazer que as pessoas não têm mais: conversar, bater papo. Por exemplo, quando eu faço a pizza é a chance de colocar gente das mais variadas atividades juntas. Você mistura o Ronaldo Fenômeno, o Kaká, o Felipe Massa, com Antônio Ermínio, José Safra, João Carlos Martins... É o prazer de conversar, que aprendi com meus pais e que hoje está desaparecendo, seja com o individualismo provocado pela internet e mesmo pela globalização do mundo. Então, acho que reunir as pessoas, colocá-las para conversar, é uma coisa boa. Cada vez que levo a Hebe lá, é uma festa. Você faz brincadeiras e ri a valer, mas também fala muita coisa séria. Prezo muito isso, o bate-papo, a amizade".
VIAJAR - "Viajar é outra coisa importante. Até porque, lá fora, vou fazer programa que aqui seria programa de índio, e lá é ótimo: passear em supermercado, andar em museu, fazer as coisas que aqui nem sempre dá, e me dedicar à família".
FILHOS - "É o seguinte: o maior patrimônio que um ser humano pode ter são os filhos. E quando isso é possível - não estou falando de filho biológico necessariamente, não; ter filho é criar, pai é quem cria. Como eu, graças a Deus, tive a chance de, aos 48 anos, começar a ter filho, e tenho três, então eu foco bem neles. O tempo que eu tenho, aproveito para ficar com eles, para valorizar essa relação. Os amigos da minha faixa de idade estão curtindo os netos porque, quando estavam na fase pai, não tinham tempo para cuidar dos filhos, estavam trabalhando. Eu, felizmente, pela própria atividade que tenho, de ter um programa semanal - eventualmente gravo comerciais durante a semana - , me sobra tempo para cuidar dos filhos. Essa vida é mais simples que um copo d'água".
IDADE - "Alguém que está com 60 anos precisa ter um pouquinho de juízo. Sou um homem de meia idade. De 120, não conheço nenhum. Tenho que aproveitar".
PIZZA EM CASA - "Faço uma por mês. Já cheguei a fazer muitas. Depois, acabou virando uma pizzaria. Tinha gente que passava na frente da casa, via a luz acessa e pensava que a pizza estava funcionando. Agora está mais para butique. Chegou uma época em que aparecia pizza de 180 pessoas. Mas é melhor menos, e aí tem mais tempo para conversar".
RELIGIÃO - "Sou católico apostólico romano. Sou do tempo em que a missa era em latim, e fui coroinha de missa em latim. Tocava sino, balançava até aquele aparelho, turíbulo, que solta fumaça. Já toquei em fanfarra, aproveitei bem minha infância no interior. Nasci em São Paulo, mas morei no interior".
NEGÓCIOS FORA DA GLOBO - "Não tenho nada, negócio nenhum. Trabalho para e pela TV Globo. E não uso a TV Globo para abrir restaurante, lata de sardinha, nada. Eu trabalho em função da TV Globo, o tempo todo. Não tenho nada paralelo. Isso vem dos meus velhos tempos de jornalista: se você estiver focando numa coisa, tende a fazer menos mal. Hoje todo mundo tem a mania de querer virar shopping center, fazer 300 coisas ao mesmo tempo. Eu não, prefiro fazer uma coisa só, tento fazer o melhor e vou tocando".
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