Muito tem sido falado sobre a novela “Passione”, da Rede Globo – desde a trama surpreendente criada por Silvio de Abreu até às cenas de discussão tipicamente italianas. Mas, além disso, outro traço do folhetim tem chamado a atenção dos espectadores: a forte presença de veteranos. Além de Fernanda Montenegro, fio condutor de toda a trama, o trio Leonardo Villar, Cleyde Yáconis (que esta semana fraturou o fêmur) e Elias Gleizer abrilhanta a novela de horário nobre com suas peripécias.
No auge de seus 87 anos de idade, Villar interpreta Antero Gouveia, um senhorzinho que já não escuta bem ou lembra de seu afazeres, e que se submete aos mandos e desmandos de sua esposa, Brígida (Cleyde), sem desconfiar que ela guarda um grande segredo. Em conversa com o TE CONTEI, Leonardo falou sobre a repercussão de seu personagem dentro e fora dos estúdios:
“Está sendo muito gostoso fazer a novela. O pessoal mais novo é muito cuidadoso com a gente. Eles ficam querendo agradar, muito legal mesmo”, diz Leonardo, que, segundo Carolina Dieckmann, é “sensação da novela”. “O elenco é um espetáculo. Até para os menores papeis, colocaram atores muito bons”, completa humildemente o único brasileiro a receber a Palma de Ouro no Festival de Cannes, com o filme “O Pagador de Promessas”, de 1962.
Um dos pontos altos do núcleo de Vilar são as cenas nas quais os personagens de Cleyde e Elias somem e reaparecem, tempos depois, com ares de quem guarda mistério. O que se passa não fica claro ao público e, tampouco, aos atores. “Eu não faço ideia do que é que eles estão armando”, diverte-se o ator, frisando que trama boa é aquela que obriga a assistir ao capítulo seguinte. “Se revelar, acaba o interesse. O Silvio (de Abreu, autor) tem isso de interessante: geralmente, as novelas cansam quando chegam na metade. Essa, não”, confirma ele, lembrando que há ainda todo um suspense que envolve Gerson, papel de Marcello Antony.
Mesmo que, atualmente, Leonardo não atue com tanta frequência, ele reconhece o poder que as novelas exercem sobre o público. “O dever da TV é mostrar os fatos. As novelas são diversão, mas também têm o lado social. Se falamos de drogas é para abrir os olhos dos pais sobre o problema da situação”, diz ele, citando nomes de outros autores que já levantavam bandeiras tempos atrás, como Janete Clair e Dias Gomes, assim como Gloria Perez e Manoel Carlos, atualmente.
Com mais de 50 anos de carreira, Leonardo diz que se considera um bem aventurado e declara que só aceita papeis que “realmente valham a pena”. “Ganho bem, mas não faço isso por dinheiro. É muito difícil você ganhar a vida com aquilo que gosta. E se a gente faz com amor, não cansa”, diz. “Um ator não pensa em aposentadoria. Enquanto anda, fala e se expressa bem, a gente pode trabalhar. Além disso, papel de velhinho sempre tem”, encerra ele, com muito bom humor.
Como que o Antero ficou noivo da Gemma na Itália se no início da novela a Bete perguntou para Brigida se lembrava do casal de empregaos Matoli que voltaram para Itália com sua filha de 13 anos (Gemma). Então o Antero foi depois de casado com a Brígida ? Se a Gemma é apenas 13 anos mais velha que o Totó (55 anos) como poderia ficar noiva do Antero que tem idade para ser avô do Totó caso ele fosse filho do Eugênio ? Acho que é meio esquisito. O que seria aceitável era o Antero ter tido uma relação coma empregada (mãe da Gemma) e ser pai dela. Isso sim. Mas noivo não combina com o informado no início da trama.
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