domingo, 3 de abril de 2011

Fundo dos Direitos de Pay-per-view e Internet dos clubes serão geridos por Globo e CBF


Dez clubes já firmaram acordo com a Globo pelos direitos dos Brasileiros de 2012 a 2015. Outros oito estão em negociação. E todos doarão integralmente a cota de TV por assinatura e a de internet para fundo a ser gerido em conjunto por Globo e CBF.
O valor desse fundo chega a R$ 110 milhões: R$ 80 milhões referem-se aos contratos de transmissão em TV fechada e R$ 30 milhões aos de direitos de internet, segundo acordos já firmados aos quais a Folha teve acesso e projeções dos que ainda são negociados. No total, cerca de 11% de todos os contratos.
A quantia vai para o Fundo de Custeio, que já existia quando os direitos eram negociados pelo combalido Clube dos 13. "Definíamos o valor em assembleia, e não estava vinculado a uma cota específica", afirma Ataíde Gil Guerreiro, diretor do C13.
O Fundo de Custeio é reservado para viagens e hospedagens dos clubes que participarão da Série A. Em 2011, serão R$ 65 milhões -R$ 20 milhões para passagens e estadias e R$ 45 milhões para o pagamento de direitos a clubes não filiados.
Globo e CBF passam a gerir esse fundo com anuência dos rebeldes do C13. "Não tenho conhecimento disso, mas digo que a CBF administra o campeonato em seu aspecto técnico, não econômico. Se os clubes deram a administração do fundo à CBF, foi por indicação, não por imposição", diz Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF.
Nas principais ligas do mundo, são os clubes que administram o dinheiro. A passagem da gestão do C13 para CBF e Globo ocorre em razão do racha com a entidade presidida por Fábio Koff. Mas há clubes que desconhecem a profundidade da situação.
"Isso já acontecia antes, não?", indaga o presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone. Ao tomar conhecimento de que a diferença está em quem administra e no fato de todo o dinheiro de TV fechada e internet estar comprometido, responde: "Não estou vendo problema nisso".
Além de os clubes renunciarem à gestão de seu próprio dinheiro, a quantia diminui. Na licitação do C13, o valor mínimo para a compra dos direitos de TV fechada era de R$ 100 milhões. Especula-se de que os direitos de internet, mídia com maior potencial de crescimento, sairia por valor semelhante.
De acordo com os contratos aos quais a Folha teve acesso, tanto o dinheiro de TV por assinatura como o referente à internet nem entrarão no caixa dos clubes. Tudo irá direto para o fundo.
O contrato também diz que eventuais sobras, ao final da temporada, serão destinadas à "premiação" dos times.
Procurada, a Globo disse que não se pronunciará enquanto não concluir as negociações com todos os clubes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário