quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Yeda Crusius é atacada por todos os candidatos no Debate da RBS

Acusada de fugir dos confrontos no início da campanha, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), compareceu ao último debate antes da eleição do próximo domingo disposta a partir para o confronto. E foi atacada por todos os lados.


Sete candidatos ao governo gaúcho compareceram ao encontro na RBS TV, em Porto Alegre, na noite desta terça-feira (28): Aroldo Medina (PRP), Carlos Schneider (PMN), José Fogaça (PMDB), Montserrat Martins (PV), Pedro Ruas (PSOL), Tarso Genro (PT) e a governadora Yeda.


Logo na segunda pergunta do primeiro bloco destinado às perguntas, Aroldo Medina pressionou Yeda a respeito da contratação de empresas fantasmas pelo seu governo. Sem citar o nome, o contrato ou o trabalho realizado, o candidato disse que a administração de Yeda havia contratado empresas que não possuem alvará de funcionamento.


A governadora retrucou: “Apresente sua denúncia. Formalize a sua denúncia. Apresente sua denúncia e terá sua resposta”. Medina respondeu com um desafio, marcando hora apresentar os dados. “Amanhã, em coletiva, vou convidar a imprensa para apresentar uma dessas empresas fantasmas”, disse.


Yeda partiu para o ataque, fazendo uma crítica velada a Pedro Ruas, do PSOL, que apresentou denúncias contra o governo Yeda. “Você é outro, então, que optou por coletivas? O convido a apresentar ao governo a sua denúncia. E não em evento midiático em fim de eleição”, disse a governadora.


Ruas pediu à produção direito de resposta, mas não foi atendido. Logo depois, Ruas foi perguntando por Montserrat Martins sobre educação, mas o candidato do PSOL utilizou o seu tempo para responder à governadora, argumentando que suas denúncias ajudaram embasar uma ação do Ministério Público Federal contra à governadora. Yeda pediu direito de resposta e não levou.


Distante das discussões, o petista Tarso Genro, líder das pesquisas, com chances de levar a disputa no primeiro turno, tratou de evitar atritos. Questionado por Carlos Schneider se iria aumentar impostos para resolver a falta de vagas nos presídios, Tarso fez uma promessa:
“Não aumentaremos tributos”.


José Fogaça, do PMDB, que tenta levar a eleição para o segundo turno, aproveitou o segundo bloco, destinado à perguntas livres, para se diferenciar do petista. O ex-prefeito de Porto Alegre perguntou se Tarso era a favor dos incentivos fiscais concedidos à duplicação da General Motors, em Gravataí, reacendendo o debate da desistência da fábrica da Ford de montar uma unidade em Guaíba, durante o governo do petista Olívio Dutra.


Tarso entendeu a provocação e respondeu: “Primeiro, queria deixar claro que não vamos tirar nenhum incentivo concedido”. O petista continuou defendendo incentivos fiscais para fábricas já instaladas no Estado, em vez de destinar os recursos para empresas de fora do Rio Grande do Sul. Fogaça rebateu lembrando que o PT votou contra os incenvitos à GM.


Quando teve a chance de escolher um candidato para destinar uma pergunta, a governadora Yeda optou por Pedro Ruas, em mais uma demonstração de que estava disposta ao embate. A tucana disse que não está respondendo processos e concluiu: “O senhor que responde ao processo de provar as denúncias vazias que o senhor faz”.


Ruas respondeu que Yeda continua como ré do processo do Ministério Público Federal e que a peça apenas passa por um momento de definição de competência para definição de qual instância deve julgar as denúncias. “O único processo que eu respondo é o movido por seu esposo”, concluiu Ruas.


A governadora acusou Ruas de fugir do processo, evocando imunidade parlamentar. E voltou a se defender, dizendo que não pode mais ser considerada ré no processo do MPF. “O senhor vai tentar confundir a cabeça das pessoas”. Ruas encerrou: “Quem diz que a senhora ré não sou eu. É o Ministério Público Federal. Isso é muito grave”.


Yeda também sofreu ataques de Montserrat Martins, que acusou seu governo de sucatear a área técnica da secretaria estadual do Meio Ambiente, e de Fogaça e Tarso, que aproveitaram uma discussão sobre estradas para criticar a decisão de Yeda de devolver estradas federais que estavam sob a tutela do governo estadual.


Aparentemente irritada com os ataques, a governadora utilizou o tempo de uma resposta para ler anotações onde contestava várias informações sobre seu governo ditas pelos adversários, que estariam utilizando dados errados por “má fé ou desinformação”. A governadora havia sido questionada por Carlos Schneider, mas acabou confundindo o interlocutor. “Candidata Yeda, não é o Medina que está lhe perguntando. Sou eu”, disse Schneider.


Como foi citado pela governadora, Medina contra-atacou. Disse que iria antecipar a apresentação da denúncia de contratação de empresas fantasmas. Ao invés do meio-dia, convocaria a imprensa para as 7h, em frente ao Palácio Piratini, para apresentar os dados.


O programa foi distribuído em cinco blocos e teve a mediação do jornalista Lasier Martins. Julio Flores (PSTU), e Humberto Carvalho, do PCB, não participaram porque seus partidos não possuem representação na Câmara.

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