domingo, 8 de agosto de 2010

Sinhá Moça:Vale a Pena Ver de Novo


Sinhá Moça foi uma telenovela brasileira produzida pela Rede Globo. Baseada no livro homônimo de Maria Dezonne Pacheco Fernandes e nos textos originais de Benedito Ruy Barbosa, foi readaptada para a televisão por Edmara Barbosa e Edilene Barbosa. Estreou em 13 de março de 2006, substituindo Alma Gêmea de Walcyr Carrasco no horário das 18 horas, sendo exibida até o dia 13 de outubro de 2006. Teve 185 capítulos.

Contou como Débora Falabella, Danton Mello, Eriberto Leão, Vanessa Giácomo, Bruno Gagliasso e Patrícia Pillar e Osmar Prado nos papeis principais.

A novela está sendo reprisada desde 15 de março de 2010 (num compacto de 135 capítulos), substituindo Alma Gêmea na sessão Vale a Pena Ver de Novo.

Enredo
Monarquistas e republicanos se defrontam em Araruna, pequena cidade do interior paulista, em 1887, um ano antes da promulgação da Lei Áurea. A novela retrata a história de amor da bela e rica Sinhá Moça - filha do escravocrata Coronel Ferreira, o Barão de Araruna, e da doce e submissa Cândida - , com o jovem advogado abolicionista Dr. Rodolfo Fontes - filho de Dr. Fontes, e da dona de casa Inez. Juntos, eles enfrentam as dificuldades na campanha para a abolição dos escravos.

A novela começa em 1878, com Sinhá Moça aos 10 anos de idade. Ela está junto de Rafael, um escravo mestiço de olhos verdes e seu grande amigo de infância. Eles testemunham a morte de um escravo idoso, chamado Pai José, bisavô de Rafael e avô de sua mãe Maria das Dores. Pai José é chicoteado no tronco pelo feitor Bruno, a mando do Barão de Araruna. Mesmo criança, Sinhá Moça já enfrenta o pai e, com a ajuda de Rafael, com 12 anos, desamarram Pai José, que morre nos braços das duas crianças. Antes, o velho negro revela a Rafael que ele é filho do Coronel Ferreira (o futuro Barão de Araruna). Essa revelação deixa o garoto abalado, pois ele já gosta de Sinhá Moça como homem. Por sorte, a menina não ouve essa conversa, sequer desconfia que ele é seu meio-irmão.

Rafael vai falar com a mãe, a escrava Maria das Dores, que pede que o filho guarde segredo; nem o Barão tem conhecimento de sua paternidade. O Barão de Araruna - à época ainda conhecido por Coronel Ferreira - acredita que Rafael é filho de seu primo-irmão Aristides, amante de Maria das Dores. A mucama se deitara com o Barão uma única vez e à força. Mesmo grávida, continuara a se deitar com Aristides, mas logo revelou a ele o que havia acontecido. Aristides, ciente de tudo, quis comprar Maria das Dores, mas seu primo-irmão, o Coronel Ferreira, não deixou que a negra fosse vendida. Durante alguns anos, Das Dores e Rafael continuam apanhando e sofrendo nas mãos dos feitores. Rafael, então, jura vingança contra o Barão. Anos depois, porém, Maria das Dores e seu filho são vendidos a um homem bom, que os leva para a capital paulista. Tempos depois, com a morte de Aristides, Maria das Dores irá herdar uma casa e um bom dinheiro, suficiente para comprar sua liberdade e a de seu filho Rafael.

Sinhá Moça chora muito com a despedida de Rafael e vai se consolar com Bá, uma escrava que a amamentou bebê, e que teve seu filho roubado pelo coronel assim que a criança nasceu, por pura maldade dele. Bá transferiu seu amor pelo filho roubado a ela, e a trata muito bem, e não guarda ódio do Coronel e o perdoou, e espera um dia reencontrar seu filho.

Nove anos se passam e chega o ano de 1887. Sinhá Moça é, agora, uma bela e culta donzela, que estuda no ensino secundário, a fim de se formar no curso normal, para dar aulas ao primário de Araruna. Ela mora num pensionato com as amigas há 4 anos, contra a vontade do pai, que achava que ela devia se casar cedo e ter muitos filhos homens para administrarem a fazenda. Sua mãe, porém, conseguiu se impor, acreditando na importância do estudo para a vida de uma mulher.

Assim que seus estudos terminam, Sinhá Moça volta a Araruna. Na viagem de trem, ela conhece Rodolfo, um rapaz interessante mas que também a aborrece, principalmente quando conversam sobre Abolicionismo. Rodolfo disfarça suas ideias avançadas, por acreditar que a moça, filha de Barão, certamente deve ser monarquista e escravocrata. Grande engano. Sinhá Moça também é abolicionista e critica as atitudes do pai, o Barão de Araruna.

Mesmo mentindo, Rodolfo consegue causar uma grande impressão em Sinhá Moça. Com o tempo, ela irá se apaixonar por ele e viverão um grande amor, sempre escondido do pai dela. Principalmente quando o Barão descobre que Rodolfo é abolicionista, e mentiu o tempo todo apenas para se aproximar de sua filha.

Sinhá Moça e Rodolfo, junto de outros defensores da liberdade, invadem senzalas à noite e libertam os negros, entregando-os às associações abolicionistas, que os orientam rumo à nova vida. Isso causa comentários na cidade de Araruna, perante os austeros fazendeiros, liderados pelo cruel Barão.

Do outro lado da história está Dimas (que na verdade é o menino Rafael, ex-escravo alforriado), que volta a Araruna, muito poderoso, querendo vingança, com sua obstinada luta para destruir o Barão.

Antes de ser vendido pelo Barão, Dimas/Rafael foi o grande companheiro de infância de Sinhá Moça. Depois de alforriado, assumiu o nome de Dimas, e se tornou o braço direito de Augusto, um jornalista íntegro e abolicionista convicto. Apaixonada por Dimas está Juliana, neta do jornalista. Juliana e ele viverão um grande amor, e ambos, juntos com Sinhá Moça e Rodolfo, moverão céus e terras para destruir o Barão e prender todos os donos de escravos. Fundam uma sociedade abolicionista, e ajudam escravos fugitivos.

Elenco
em ordem da abertura da novela

Lu Grimaldi, interpretou Inez Garcia Fontes.
Oscar Magrini, interpretou Manoel Teixeira.Ator Personagem
Débora Falabella Sinhá Moça (Maria das Graças Ferreira Fontes)
Osmar Prado Coronel José Ferreira (Barão de Araruna)
Patrícia Pillar Cândida Ferreira (Baronesa de Araruna)
Danton Mello Rodolfo Garcia Fontes
Vanessa Giácomo Juliana
Humberto Martins Feitor Bruno
Bruno Gagliasso Ricardo Garcia Fontes
Caio Blat Mário
Eriberto Leão Dimas (Rafael)
Oscar Magrini Manoel Teixeira
Alexandre Moreno Justino
Maurício Gonçalves Capitão-do-Mato (Justo Filho)
Alexandre Rodrigues Bentinho
Sérgio Menezes Fulgêncio
Zezé Motta Bá (Virgínia)
Othon Bastos Coutinho
Elias Gleiser Frei José
John Herbert Viriato
Edwin Luisi Antônio Pereira Martinho
Ísis Valverde Ana do Véu (Ana Luísa Maria Teixeira)
Lu Grimaldi Inez Garcia Fontes
Jackson Antunes Delegado Antero
Gésio Amadeu Justo
Gisele Fróes Nina Teixeira
Cláudio Galvan Bobó
Celso Frateschi Inácio
Cris Vianna Maria das Dores
Osvaldo Baraúna Honório
Edyr Duque Ruth
Fernando Petelinkar Tibúrcio
Rogério Falabella Nogueira
Lucy Ramos Adelaide de Jesus Coutinho
Eduardo Pires José Coutinho
Bruno Costa Renato
Paulo de Almeida Soldado Antão
Bruno Udovic Vila
Fabrício Boliveira Bastião (Sebastião)
Joaquim de Castro Pedro
Alexandre Akerman Soldado Pedro
Harley Vas Soldado Alcebíades
Créo Kellab Tonho
Guilherme Berenguer Eduardo Tavares
Rosa Marya Colin Balbina

As crianças
Ator Personagem
Larissa Biondo Sinhá Moça (criança)
Lucas Rocha Rafael (criança)

Ator convidado
Ator Personagem
Milton Gonçalves Pai José

Participação especial
Ator Personagem
Chico Anysio Everaldo Mathias
Reginaldo Faria Dr. Geraldo Fontes
José Augusto Branco Dr. João Amorim
Ruth de Souza Mãe Maria
Clementino Kelé Pai Tobias
Carlos Vereza como Augusto

Trilha sonora
Capa: Débora Falabella

1.Sinhá Moça - Leonardo
2.Amor Eterno - Gian & Giovani
3.É Amor, É Paixão - Chitãozinho & Xororó
4.Negro Rei - Cidade Negra
5.Quando a Gente Ama - Oswaldo Montenegro
6.Mistérios da Vida - Arleno Farias
7.Custe o Que Custar - Fagner
8.Você e Eu - Fernanda Porto
9.Minha Namorada - Maria Bethânia
10.Na Ribeira Deste Rio - Dori Caymmi
11.Manhãs Bonitas - Guarabyra
12.Ser Um Só - Chico César
13.Esse Negro Não Se Enxerga - Batacotó
14.Camará - Wálter Queiróz
Bastidores
Exibida entre 13 de março e 14 de outubro de 2006 em 185 capítulos.
Remake de um dos maiores sucessos televisisos de Benedito Ruy Barbosa, a novela Sinhá Moça, exibida em 1986. Com uma história forte e romântica, o texto foi adaptado pelas filhas do autor, se tornando novamente um grande sucesso no horário das 18h, com média geral de 34 pontos no Ibope. A novela repetiu o sucesso do remake de Cabocla, exibida em 2004.[2]
Sinhá Moça foi a primeira novela da Rede Globo que utilizou o equipamento de edição High Definition, software capaz de deixar as imagens mais próximas das de cinema. Este fato, a princípio causou uma certa estranheza nos telespectadores.
Grande destaque para o trabalho da direção de arte, que caprichou nos figurinos e cenários. A iluminação, por sua vez, também mostrou correção, tanto nas cenas noturnas, onde foram realçadas as diversas sombras, como também nas tomadas externas e internas. Além desses caprichos, o remake também contou com o interessante recurso de edição HD - High Definition -, o que tornou as imagens muito limpas e nítidas
Duas estrelas brilharam nos papéis principais: a atriz Débora Falabella, que como Sinhá Moça, deu vida à personagem antes encarnada por Lucélia Santos em 1986. Sua perfomance, segundo a crítica, apresentou mais matizes dramáticas que a de sua antecessora. Outro destaque foi o ator Osmar Prado, como o vilão Barão de Araruna, numa interpretação também mais facetada que a de seu antecessor Rubens de Falco.[3]
Destaque também para Bruno Gagliasso na pele do caipira Ricardo, irmão do protagonista Rodolfo (Danton Mello). Sua paixão platônica pela Baronesa, dona Cândida (Patrícia Pillar), chamou a atenção do público. A excelente atuação de Bruno, lhe rendou o Prêmio Contigo!, de melhor ator, em 2007. Além disso, Bruno estava originalmente escalado para viver o protagonista Duda, de Cobras & Lagartos, mas o autor Benedito Ruy Barbosa fazia questão da presença de Bruno em Sinhá Moça. O papel de Duda acabou ficando para Daniel de Oliveira.[4]
Um fato inédito aconteceu na Rede Globo. O autor Benedito Ruy Barbosa ameaçou deixar a trama, devido à dificuldade na escalação de elenco para Sinhá Moça. Este fato ocorreu por causa das inúmeras reservas de atores para outras tramas na emissora.[5]
Humberto Martins intepretou pela segunda vez um personagem chamado Bruno. A primeira vez foi na novela Quatro por Quatro, em 1994.
Carolina Dieckmann foi anunciada como protagonista de Sinhá Moça, mas a direção da emissora achou melhor Carolina ganhar seu primeiro papel de vilã. Por isso, foi para a produção das 19h, Cobras & Lagartos.[6]
A atriz Maria Flor também foi cogitada para viver Sinhá Moça, mas esta acabou indo para produção das 20h00, Belíssima. O papel ficou com Débora Falabella.
Patrícia Pillar participou das duas versões da novela. Em 1986, ela foi Ana do Véu, que no remake, foi interpretada pela novata Ísis Valverde, e, em 2006, ela foi Cândida Ferreira, a Baronesa de Araruna, que na primeira versão, foi interpretada por Elaine Cristina.
Outros atores que também participaram da trama de 1986 foram: Gésio Amadeu, que em 1986, foi Fulgêncio, que no remake, foi interpretado por Sérgio Menezes, e, em 2006, foi Justo, que na primeira versão foi interpretado por Grande Otelo; Milton Gonçalves, que interpretou Pai José, que ele mesmo interpretou em 1986; e José Augusto Branco, que na versão original foi Manoel, o pai de Ana, e agora era o médico João Amorim, interpretado em 1986, por Cláudio Corrêa e Castro.
A atriz Juliana Baroni disputou até o final o papel de Ana do Véu, do remake de Sinhá Moça. Apesar disso, a personagem foi interpretada pela estreante Ísis Valverde. A direção da novela preferiu um nome desconhecido, para criar mistério, já que o rosto da personagem só foi revelado com o desenrolar da história. Era a segunda vez que Ísis fazia testes na emissora. A primeira foi para viver Giovanna em Belíssima, papel que ficou com Paola Oliveira. [7]
A emissora manteve oculto o rosto de Ísis Valverde para ser revelado apenas durante a novela, quando a personagem Ana do Véu tiraria de vez o véu que cobre o rosto. Isso aguçou a curiosidade da "imprensa da fofoca" e dos telespectadores. A Rede Globo divulgou que seu rosto seria revelado apenas por volta do capítulo 30, que foi ao ar na segunda quinzena de abril de 2006.
Pela primeira vez, a atriz Débora Falabella trabalhou com seu pai, Rogério Falabella, em novelas, uma vez que os dois, nunca haviam trabalhado juntos.
O Barão de Araruna originalmente seria interpretado por Antônio Fagundes. Mas, com a recusa do ator, o personagem acabou sendo interpretado por Osmar Prado que, por sua vez, teve de deixar de lado o trabalho que faria na minissérie JK, na qual interpretaria o político José Maria Alkmin, amigo de Juscelino Kubitschek, na segunda fase da história. Este papel acabou ficando com Paulo Betti.
O humorista Chico Anysio voltava às novelas interpretando um personagem sério, Everaldo.
As canções Na ribeira deste rio, interpretada por Dori Caymmi, e Camará, interpretada por Walter Queiroz, estão na trilha sonora das duas versões da novela Sinhá Moça
Ruth de Souza participou das três versões de Sinhá Moça: o filme de 1953, e, as novelas de 1986 e a de 2006.
Danton Mello e Patrícia Pillar viveram genro e sogra pela segunda vez numa novela. A primeira vez foi em Cabocla, do mesmo autor.
No tempo em que esteve no ar, Sinhá Moça se revelou uma novela um tanto diferente, fora até mesmo dos padrões da Rede Globo, devido à qualidade de suas imagens e ao seu ritmo, exageradamente lento e moroso, onde a produção optou por sequências longas, que, muitas vezes, chegavam a se arrastar.
Sinhá Moça foi a primeira novela brasileira indicada ao prêmio Emmy International, o Oscar da televisão mundial. A novela foi inscrita como "série dramática".[8]
Sinhá Moça marcou a primeira canção que Leonardo cantou em abertura de novela. A música foi um enorme sucesso nas rádios de todo o Brasil.
Sinha Moça foi exibida em 2006 depois de Alma Gêmea e, em 2010, a mesma sequência se repetiu no Vale a Pena Ver de Novo. Fato semelhante aconteceu onze anos antes, quando a novela "A Indomada" de 1997 foi exibida após "O Rei do Gado" de 1996, sua antecessora também na faixa das 20 horas.
Audiência
A estreia de Sinhá Moça marcou média de 35 pontos e share de 56%[1]

Teve uma média geral de 33 pontos,[2] e seu último capítulo marcou média de 35 pontos, com pico de 39 pontos e 56% de participação.[3]

Reprise
A novela está sendo reprisada na sessão Vale a Pena Ver de Novo desde o dia 15 de março de 2010, substituindo Alma Gêmea, de Walcyr Carrasco. Sua estreia marcou uma média de 16 pontos com picos de 18, inferior à da estreia de sua antecessora, que ocorreu no dia 24 de agosto de 2009, e obteve uma média de 18 pontos.[4]

Transmissões em outros países
SIC (Portugal), às 19:12 (de segunda a sexta)
Acasa Tv (Romenia), as 12:30 (sexta, domingo)
Canal 4 Hot TV a Cabo (Israel), às 18:40 (de domingo a quinta; na sexta a reprise da semana) Novela em Andamento
TVTL (Timor-Leste), às 21:00 (de segunda a sábado) Data da estreia: 1 de abril de 2009. Novela em Andamento
OMNI1 (Canada), às 16:00 (de segunda a sexta) Data da estreia: 27 de abril de 2009. Terminou em 6 de Novembro 2009
canal 4 La Red (Chile), ás 21:00 (de segunda a sexta) Data de estreia: 15 de junho de 2009. Terminou em 1 de janeiro 2010

2 comentários:

  1. Sinhá Moça é uma novela espetacular, uma história que apesar de abordar um tema já tantas vezes explorado prende o telespectador pela trama diferente e pela poesia e romantismo.Os atores no geral e principalmente a direção estão de parabéns.

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